Domingo - 19 de Julho de 1959 |
Faz hoje precisamente 60 anos que foi inaugurada a rede elétrica em Forninhos.
Dia festivo, celebrado com pompa e circunsntância por alguns, aqueles que eram convidados para o repasto do lauto banquete e os outros sempre habituados aos candeeiros e candeias, dançavam no terreiro em frente à casa do Sr. Zé Bernardo, não descalços por ser dia de festa, mas com as melhores sandálias, ao som da banda de Vila Cova à Coelheira; e, à noitinha ficaram assustados aquando ligaram a "cabine" e viram luz nos poucos postes eléctricos.
A partir daí, tudo jamais seria como dantes, até o habituar a estas modernices.
Poucos que iam tendo a rádio em que ouviam as rádios-novelas tal como a "Simplesmente Maria", eis que, apareciam as primeiras televisões. O tempo havia mudado graças à electricidade, isto que nos aproximou dos tempos modernos.
Faz hoje, neste dia, 60 anos.
Também no mesmo ano foi inaugurado o edifício das escolas primárias.
A sra. professora deve lembrar-se...
Pergunto: qual a razão por estes tempos históricos terem caído no esquecimento, melhor, não serem lembrados ao ponto de serem perpetuados na dignidade que merecem?
E eis que tantos anos depois, começaram a brincar com as nossas memórias, nem era necessário tanto alarvismo, bastava o respeito pelo passado e tal dignificar. Bastava a humildade de não vestirmos os nossos antepassados de heróis à nossa imagem e semelhança, mas não, sereis recordados no dia em que for ditado e aí, surge o dia da freguesia, inócua, comercial que até agora não compreendo a Santa Marinha ser tão cordata e engolir ter sido eleita e jamais lhe calhar esse dia...
Podia ser tudo diferente se houvesse uma consciência do passado!
ResponderEliminarAssim, dão a entender que Forninhos depois da luz solar se ir no horizonte, tirando algumas noites especiais do ano, como era o Cêpo no Natal (de 24 para 25) e a noite de São Pedro, com o pinheiro a arder, continua a ser aquela aldeia às escuras (antes da luz eléctrica).
Resta-lhes os dias das festas com os conjuntos musicais a abrilhantar as noites!
Mas, para o que aqui interessa, não sei o que Santa Marinha ou a Igreja fez, eu continuo a achar que não se devia misturar uma festa religiosa com uma festa da autarquia, tal como há 60 anos!
Dia 18 de Julho de 1959 (sábado) também foi dia de Santa Marinha em Forninhos, mas foi no dia 19 de Julho de 1959 (domingo), que veio a Forninhos o Governador Civil inaugurar a luz. Só que somos poucos a pensar assim, para comer e beber ninguém vai contra o poder local.
As acções ficam com quem as pratica.
Para comer e beber ninguém vai contra o poder local, dizes bem Paula e eu acrescento, até os do contra, para não fiarem mal na fotografia.
ResponderEliminarCadê personalidade, caráter e até bom senso, apregoa-se boas maneiras de bem estar e de bom ser nas redes sociais mas depois, solidariedade falsa, nada de ficar mal visto. Uma dúvida me persegue, aldeia com pouco mais de 150 moradores, as receitas que Forninhos tem direito do governo será que suportavam as festas da freguesia? Pois, há o dinheiro da venda dos baldios, mas não dura sempre. Cheques escolares, prendas, almoços, grupo musical sempre o mesmo, claro o da família, depois admiram-se que haja denuncias. Faltam os foguetes mas, porque não são permitidos.
As aparências, as habilidades e o medo de falar faz as sociedades infelizes e pouco desenvolvidas e em Forninhos é aquilo que sabemos...é tentar "em terra de cegos" gerir a miséria até ao fim!
EliminarOs autarcas de há 60 anos em reunião devem ter considerado ser necessário iniciar os preparativos para a inauguração da rede eléctrica, já que veio a Banda de Vila Cova à Coelheira e deitaram foguetes; o que vemos nesta foto são uns convivas, portanto, tirando os foguetes, porque agora são proibidos, na nossa terra as coisas não mudaram muito Henrique!
Tanto quanto sei, os autarcas de Forninhos também reunem para se iniciar os preparativos do "dia da freguesia" e, com certeza, a oposição concorda com tudo o proposto e com a despesa, portanto...o ficar bem na fotografia começa logo aí...o resto é o que tu sabes. Comeram e beberam nas suas hipocrisias. Quando se está contra não se deve sentar à mesma mesa.
Há 60 anos quem pagou? Se alguém souber, que nos diga...
Já ouvi dizer que quem pagou tudo foi o Sr. Octacílio Amaral, mas custa-me crer, acho que em 1959 o Sr. Amaral e a Senhora Prazeres não viviam em Forninhos.
Acho que deviam considerar "o dia da luz" como o dia da Freguesia de Forninhos.
Ainda tenho esperança de ver um dia a Junta afixar uma placa com a data da criação do Dia da Freguesia - dia 19 de Julho - a data em que foi inaugurada a rede de electricidade - com uma breve explicação ao povo de que a escolha desse dia tem a ver com uma data de um facto importante para o desenvolvimento da freguesia de Forninhos na época e no futuro (hoje). Fixando-se que essa data será comemorada no Sábado ou Domingo seguintes - isto é criar um Dia de Freguesia!
Agora, se a ideia é só fazerem uma festa, então façam-na como sempre a fizeram, no dia que lhes apetecer, mas chamem-lhe "dia da Junta de Freguesia de Forninhos" e não "Dia da Freguesia de Forninhos" e paguem do bolso deles a despesa da festa. É a minha opinião.
Chegou a luz, ia eu fazer dois anos.
ResponderEliminarNem de tal coisa me lembro, para mim a luz, era a das candeias e as cavacas que ardiam por debaixo da chaminé, que antes de deitar era tapada com as cinzas para durante a noite aguentar o borralho e ter a casa aquecida.
Éramos uma terra pobre...
Um dia, depois de palmilhar o país como um barco navegando à vela, chegou a magia da luz, longe de se imaginar que uma década depois, nas televisões, se poderia ver o homem a aterrar na lua.
Eu vi em directo no café do sr. Vírgilio e ainda me lembro do saudoso Luis Catrino a gritar que o mundo ia acabar...
A magia da luz que chegou à nossa terra.
Sabem quem lavrou a estrada para os Valagotes?
O Movimento das Forças Armadas.
Agora é fácil olhar para trás, e acomodar o voto do populismo nos seus preceitos. Tudo aquilo que nos honrou, faz parte do esquecimento, era coisa de pobres (esquecem pais avôs).
E FAZEM UM DIA.
Assim, calhou, porque calhou o dia da freguesia, escapando a data de Santa Marinha e esta não mudar para outro dia. Vá lá...
Do pouco que vamos lembrando e que tanto nos trouxe, foi a electricidade e agora cantamos e bailamos a coisas do nada.
É justo?
No ano de 2011 foi dito que os da Junta queriam mudar o dia à Santa Marinha, festeja-la no dia 17 de Julho (domingo), mas a Irmandade ainda teve uma palavra, no futuro não sei...
EliminarO que sei é que tiveram há muito a oportunidade de mudar o dia, para um dia importante da freguesia de Forninhos, mas são tão orgulhosos que ainda hoje andam a festejar "o Dia" em dias que nada dizem para a história de Forninhos enquanto freguesia e enquanto paróquia!
Este ano, podiam muito bem ter celebrado os 60 anos da luz eléctrica em Forninhos, mas preferiram só homenagear os autarcas que serviram Forninhos depois do 25 de Abril.
Não acho de todo mal, pois as mudanças que aconteceram em Forninhos, de uma forma ou de outra, são devidas ao 25 de Abril (a maioria dos homenageados sabemos bem que são contra este acontecimento) e ao Poder Local. Foram os autarcas que ao longo dos anos contribuíram de forma decisiva para modificar “o rosto” da nossa freguesia, contribuindo para resolver carências básicas da população, como o abastecimento de água, rede de esgotos, melhoria das electrificações domiciliárias e públicas, melhorias dos arruamentos da povoação e outras.
Mas qual a razão de não festejam o dia no dia da Padroeira que continua até hoje a ser feriado em Forninhos?
Ficou muito feio associarem uma festa da Junta à Padroeira só porque naquele ano lhes deu jeito.
Um dia importante para a história de Forninhos, aproveito para desejar um bom Domingo.
ResponderEliminarAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Em outras terras 60 anos não passariam ao lado, mas Forninhos é contra a sua história.
EliminarAbr./Bom Domingo.
uma data importante a merecer ser recordada, já que a chegada da eletricidade deu uma nova vida à terra.
ResponderEliminarAbraço e uma boa semana
E felizes daqueles que hoje podem recordar esse dia de festa, daqui a 10, 20...40 anos, se calhar já não há quem se lembre do dia da chegada da electricidade a Forninhos.
EliminarPerdeu-se a oportunidade por causa da politiquice.
Um abraço e cont. de boa semana.
Um lindo e grande acontecimento! Imagino a alegria daquele dia!... Merece ser relembrado sempre...
ResponderEliminarUm abraço p vocês... Boa semana...
A nós resta-nos imaginar, mas quem viveu esse dia recorda uma festa rija; toda a gente dançou, grandes e pequenos...e no fim da festa foram muitas pessoas acompanhar a Banda até à saída de Forninhos.
EliminarAbraço.
Boa tarde Xico,
ResponderEliminarQuando a electricidade chegava às aldeias era um acontecimento.
Só quem viveu os primeiros anos à luz dos candeeiros a petróleo pode avaliar!
Ainda me lembro do entusiasmo que foi quando meu pai que Deus tem mandou fazer a instalação para a luz eléctrica lá em nossa casa.
Só que entretanto viemos para estas bandas e não tive o prazer de assistir à inauguração do grande feito que foi na mesma altura. O quanto me custou esse momento que não vivi.
São datas que gostamos e devemos recordar.
Beijinhos,
Ailime
Boa noite, amiga Ailime.
EliminarDe facto um acontecimento quase tão grande como a ida do homem à lua, só que este duvidavam e o da luz acreditavam porque viam.
Não me lembro dos festejos em que "da noite se fez dia...", mas, recordo com alguma nostalgia as noites de em miúdo alumiar a minha mãe na loja dos porcos acabados de ser paridos, com o candeeiro a petróleo para esta os apartar e chegar às tetas da porca para as primeiras mamadas.
Com a luz e o que esta consigo trouxe, foi uma mudança radical, até a própria socializaçaõ ficou diferente...
Um mundo novo que se abriu no ligar de um botão.
Afinal os homens não fizeram assim tantos estragos na lua...
Beijinhos.
Esta festa, a festa do dia da freguesia 18 de julho, dia de Santa Marinha, padroeira de Forninhos, que eu me lembre, só duas vezes se vez no dia a que devia pertencer. Umas vezes por causa da feira das atividades económicas de Aguiar da Beira, outras não sei o porquê, este ano, 14 de julho. Porque não dia 21? Sempre não concordei com antecipação do dia, festejos antecipados, dizem que dá azar, mas não é por isso, se foi criado dia 18, deveria ser sempre dia 18, dia em que Santa Marinha percorre as ruas de Forninhos, mas quem sou eu para opinar, já sou mais que mal visto pelas gentes de Forninhos, por discordar de algumas coisas. Concordo que o dia da Freguesia deveria ser um acontecimento histórico, palpável, visível e até vivo nos dias de hoje. Tal não o entenderam os mestres da criação, mas tudo bem, enquanto houver foguetes, divulga-se a festa, só que esta festa é inteiramente paga pelo cofre da Junta (dinheiro do povo) e tenho a certeza que a receita do Estado não dá como sobra de coisas como esta. Esta última festa já houve evolução, já houve pagantes(alguns) no almoço, já não foi à borla para todos, pena para os que pagaram, pagaram o deles e os dos outros que almoçaram á borla, ou o dinheiro não é do povo? Se calhar estou a ver mal a coisa, ainda vou ter que pedir desculpa a alguém. Indignado com certas presenças na homenagem a antigos membros da Junta, gostei de ver a foto do grupo homenageado em várias páginas do Facebook. Estou sempre a aprender e, então em Forninhos, sempre que lá vou, um espanto. Eletricidade, iluminação, melhor LUZ é o que certos (.....) não veem.
ResponderEliminarBoa noite, Henrique.
ResponderEliminarAquando escrevi o texto acima, foi quase em tom de desabafo e explico:
Nós, forninhenses, não temos na nossa história nem monumentos nem acontecimentos históricos que marquem datas de referncia, tirando porventura o cruzeiro centenário, o túmulo da fonte da Lameira, pois
até a datação da Senhora dos Verdes foi tapada no seu exterior. Não era para venerar mas enfeitar a sacristia, anos depois talvez para mostrar aos fiéis um curso de arquitectura.
Dei comigo a pensar aonde nos podíamos unir em torno de algo que fosse comemorado e nos identificasse esse dia. Pelourinho, não temos, ilustres e esses grandes eram tantos os que trabalham nos diversos ofícios e difícil a escolha, não sendo porventura o sr. Zé Bernardo que levasse o seu nome numa rua ou busto. O Castro e a capela de S. Pedro no alto da serra, possível local das nossas origens, mas "deram" dez mil "dele", a "amantes" da naturezae se achados houve, alguém com eles ficou. Especialistas acolitados nos seus proveitos, eles e outros, afinal já tudo havia sido vandalizado e levado da capela, dizem por gente ainda viva...
Uns tempos atrás falei com o padre que agora lá está, a lembrar os duzentos e vinte anos da benção da nossa igreja matriz e que seria bonita uma celebração para comemorar. Népia!
Restava a inauguração da electricidade na freguesia, tal não fazia sentido, luz havia por todo o lado e foi um apagão dessa ideia.
Repara Henrique, gente já iluminada e temente a Deus que porventura lhes lembrou a Padroeira Santa Marinha.
Afinal havia petróleo em Forninhos, milagre como gritava o saudoso Raul Solnado, isto são dois em um, a festa da padroeira e dia da freguesia. E foi uma grande porcaria, a festa do dia dezoito apenas uma vez com dia da freguesia e da santa Marinha, depois tem andado ao sabor das festividades locais e da Câmara, ao gosto de quem pode e manda, matem um porco e o povo fica calado.
Podiam mudar a festa da freguesia para os Valagotes, ali há dinheiro e ficava sempre no mesmo dia...até podem mudar a Junta para lá...
Veio a Luz, mas na mão e na cabeça de muitos continua o candeeiro a petróleo, as velas e ia dizer incenso, mas até esse já nem se cheira.
Olhem, que siga a banda enquanto alguém pagar e não se venham queixar.
A luz chegou ao Valagotes em 1982. Não me admirava que em 2022 comemorem lá os 40 anos da inauguração da luz.
EliminarEm 2022 é que Forninhos pode não ser freguesia...os próximos Censos vão ter lugar em 2021.
Vela acesa exposta numa corrente de ar, uma aragem...
Já vamos à festa, mas primeiro queria dizer ao Henrique que daquele grupo homenageado algumas pessoas devem ter olhado para o seu "diploma" e pensado que aquilo se calhar não passou duma sanção, já que os apelidaram de "vira-casacas". Essas são, obrigadas a uma reflexão...acho eu.
ResponderEliminarO mundo do poder local, é um lugar muito estranho e por tal acontecem dias assim com pessoas assim!
Até há poucas dezenas de anos, o nosso povo estava nas mãos de uma pequena elite, que marginalizava completamente a esmagadora maioria da população, que aliás estava demasiado ocupada com a sobrevivência, com o pão de cada dia. Presentemente, os marginalizados até são convidados (com o dinheiro do povo, dinheiro da sua Junta). Mas se têm de pagar, pagam todos e não pagam uns pelos outros.
E é tão fácil ser-se justo!
Quanto ao dia da festa, só uma vez foi no dia por eles escolhido - dia de Santa Marinha - e comemorado depois da data, acho que uma vez também. De resto, sempre antes da data, motivos? Dizem, uns, é por causa das festividades dos Valagotes, outros, pelas festividades da Vila de Aguiar da Beira.
Mas, quando criaram o dia não conheciam o calendário das festas?
Será que os "novos" políticos desconhecem que quem altera tem o dever de justificar porque altera?