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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Toponímia

Já muitas vezes pensei que o critério adoptado para se encontrar os nomes das ruas de Forninhos foi um bocado superficial já que se limitaram a dar nomes aos próprios lugares ou bairros (rua do Outeiro, rua do Ribeiro, rua bairro da Eira, rua lage da Barroca...) e tenho pena não terem colocado em Forninhos placas toponímicas com nomes de pessoas que deram algum contributo para o progresso da nossa terra, quando em 2008 Aguiar da Beira decidiu dotar todas as ruas e praças de todo o concelho de topónimos e números de polícia.
Dizem-nos que agora não é fácil mudar os acrílicos e dar novos nomes às ruas vai implicar com o funcionamento de entidades como é o caso dos Correios e até com a vida dos residentes, pois teriam de proceder à alteração de moradas, etc. e tal...mas como nós n'O Forninhenses não abdicamos do rigor dos factos, deixamos duas imagens do "Largo da Fonte do Lugar" (que já não é) para provar que quando querem, até é fácil dar-mos novos nomes às ruas:


Largo Fonte do Lugar

depois... Largo dos Combatentes de Ultramar

Eu não tenho nada contra isto e, para mim, até é um exemplo a seguir, só que não consigo perceber porque cada vez que se toca no assunto "referenciar os nossos", inventam tantas desculpas.

22 comentários:

  1. Provavelmente ainda não descobriram o que vou referir, pois aqui vai:

    Há uns anos atrás a Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato publicou um edital no sentido de qualquer cidadão recenseado na própria freguesia apresentar opinião/sugestão/reclamação sobre a proposta de nomeação de ruas sem nome existentes na freguesia. Entre os nomes sugeridos à Comissão de Nomeação das Ruas e ao presidente da Junta de Freguesia constava:

    "PADRE AMADEU DA SILVA FERREIRA -Natural de Forninhos, estudou nos seminários de Fornos de Algodres e de Viseu. Exerceu funções de pároco, primeiramente, nos concelhos de Fornos, Sátão e Aguiar da Beira. Entrou na paróquia de Cabanas de Viriato a 27 de Janeiro de 1957, onde faleceu a 20 de Janeiro de 1986.".

    http://www.carregal-digital.pt/pt/articles/noticias/cabanas-de-viriato-nomeacao-de-ruas-sem-nome2777

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  2. Gostei de ler e por aqui, quando políticos nada mais tem a fazer, se reúnem pra mudar nomes de ruas ou fazer homenagens, totalmente desnecessárias! isso é Brasil! abração, chica

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    1. No caso, até louvo a decisão de fazer homenagem aos Combatentes do Ultramar, já outras...é como no Brasil...de certeiras não têm nada!
      Já depois do monumento aos Combatentes de Ultramar, ergueram por lá um outro monumento, a meu ver, completamente desnecessário, por não ter qualquer ligação à nossa terra, mas isso é...Forninhos no seu melhor!

      Abraço Grande!

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  3. "...(Critérios na Atribuição de Topónimos)
    1. A atribuição de topónimos deverá obedecer, em regra, aos seguintes critérios:
    a) os nomes das avenidas e das ruas, bem como das alamedas e das praças, deverão evocar
    figuras ou realidades com expressão concelhia, nacional ou dimensão internacional;
    b) os nomes das ruas de menor dimensão, bem como os das travessas, evocarão
    circunstâncias, figuras ou realidades de expressão local;
    c) as pracetas e largos evocarão factos, figuras notáveis ou realidades de projecção na área
    do município;
    d) os nomes das vias classificadas como outros arruamentos deverão evocar aspectos locais,
    em obediência aos costumes e ancestralidade dos sítios e lugares da respectiva
    implantação...".
    Criterios, mas definidos como e por quem?
    Decisoes atraves de um refrendo de um povoado no seu todo, ou apenas por alguns para agrado de poucos?
    Estas coisas deviam ser acauteladas pela seriedade e responsabilidade que acarretam, penso eu.
    Tem por base o reflexo da personalidade de gentes que merecem ser registadas para a historia que construiu uma aldeia, pois de santos, cada um venera os que quer, mas outros tais dispensam.
    Pelo menos temos uma Avenida, santinhos por todo o lado e ate poetas...
    E siga a banda!!!

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    1. Pois, os nomes não deviam só referenciar locais e em vez de nomes como: "Rua de Santo António", "Rua de S. José", "Rua de São Martinho" deviam era referenciar pessoas ligadas ao passado e ao desenvolvimento de Forninhos.
      Salva-se a "Quelha da Chica".

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  4. Se der trabalho nunca mudarão, pois na nossa terra , a maioria é preguiçosa!
    Penso que monetariamente não compensa caso contrário, há muito ,estaria tudo mudado.

    É de lamentar...

    Beijinhos.

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    1. Pois, mudar umas placas não deve custar milhões! Pelos vistos o que deve custar muito é tomar uma decisão destas.

      Beijinhos.

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  5. Boa noite Paula,
    Sobre este assunto penso que nào é caso único salvo raríssimas excepções.
    Na minha aldeia aconteceu a mesma situação e nisso até nem vejo mal. Penso até que é uma forma de imortalizar os nomes por que foram sempre conhecidos todos os locais da povovoação.
    Rua das Hortas, Rua da Encosta do Sol, Rua da Fonte Velha, Rua da Avesseira, etc. Até temos a rua do Porto;))! Aqui onde moro e concretamente onde fica o meu prédio existiam inúmeras quintas e ao local dava-se o nome de Fanares. Existe a Rua de Fanares, a Rua Cima de Fanares, etc. Por outro lado como se situa no sopé da Serra de Sintra existe a Rua da Serra de Cima, de Baixo. Como vê deve tratar-se dum costume antigo. Li agora num comentário do Xico que estes casos estão contemplados na atribuição dos Topónimos. Nos dois casos que foco, na verdade, foram atribuídos, no que respeita nomeadamente a pracetas e largos, nomes de pessoas ou outros que se tenham evidenciado a favor das populações ou que as tenham marcado por outros factos ou acontecimentos.
    Nas autarquias, nos clubes,associações, etc. quem toma as decisões são sempre os mesmos grupinhos.
    Um beijinho e boa noite e que ganhe Portugal!;)) Neste momento 1-1;)).
    Ailime

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    1. Boa noite Ailime,
      Também acho bem perpetuar os nomes antigos e de que há lembrança dos locais da povoação; o que não acho bem é encontrar na minha terra nomes como: "Avenida Principal" quando antes de haver em Forninhos placas toponímicas era simplesmente "a Estrada", ainda hoje falam: - Onde é que vem a procissão? - Vem na Estrada. Ou, não encontrar "Rua de Santa Marinha" (que é Padroeira de Forninhos) e encontrar "Rua de Santo António" e outros mais santos!
      Beijinho e vamos para prolongamento...

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  6. Sou defensor do primeiro batismo, não concordo com mudanças de ruas, edifícios e até pontes. Geralmente as mudanças são por conveniência, a mais marcante para mim, a Ponte 25 Abri, antes Ponte Salazar, quando se deu o 25 de Abril, a ponte já lá estava há muito, daí a minha discórdia. Largo da Fonte do Lugar, para mim fazia mais sentido, basta ver onde moravam os mártires do Ultramar, o monumento fazia mais sentido perto da Casa da Junta, ou então no Largo da Lameira, minha opinião. Ruas de Forninhos, muitas placas com falta de letras e algumas ruas sem nome, por exemplo, a rua entre a casa da mãe do Xico e o meu lagar/adega, o projeto tem um portão de garagem, se o abrir, qual o nome e o n.º?. Talvez rua sem nome.

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    1. Henrique, eu sou a favor dos topónimos que revelam memórias antigas, pois até servem para pessoas como nós hoje reconstruir a nossa história, só que não acho bem que alterem os nomes de lugares refundando-os com outros que nada tem que ver com o lugar. A rua dos meus pais é um bom exemplo: "Rua Bairro da Eira". Deveria ter outro nome; a defender o nome antigo seria "Rua do Ribeiro"!
      E outras ruas receberam nomes de acordo com alguns naturais deviam ser alteradas também, exemplo: “Rua dos Sapateiros”. Nessa rua viveu o tio Joaquim Matos, sapateiro. Pelo que ficaria melhor uma placa: Rua Joaquim de Matos (sapateiro). Mas esta ainda vá que não vá. Agora placas com o nome de "Rua de Santo António", “Rua de S. José” e “Rua de S. Martinho” porquê?
      A razão da existência da primeira não a conheço; a da segunda sempre ouvi dizer que foi porque o meu tio José Matela tinha por cima da porta de entrada da sua taberna um azulejo alusivo a S. José; a razão da existência da terceira, como sabes, deve-se ao teu irmão Martinho Lopes, mais valia então ter ficado "Rua Martinho Lopes".
      Ruas sem nome existentes na freguesia deve haver outras mais e placas sem algumas letras são mais que muitas...pode ser que depois deste post alguém com responsabilidade autárquica, providencie a colocação de novas placas!
      Bom fim de semana.

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    2. P.S: O monumento ao Combatentes ter ficado no "largo da fonte do Lugar" não é o pior. O pior, para mim, está mais ao lado. À Quelha da tia Ilda (era assim conhecida) foi dado o nome "Travessa dos Combatentes". Morou aqui algum combatente?

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  7. Concordo, Paula, quando há interesse as coisas acontecem... Acho importante ruas e lugares com nomes de pessoas merecedoras... A quem honra, honra!!
    Uma boa noite... Beijinhos...

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    1. Claro! Melhor exemplo que este não há! Porque houve interesse, de um dia para o outro o "Largo da Fonte do Lugar" passou a "Largo dos Combatentes de Ultramar".
      Beijinhos.

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  8. Podiamos perpetuar a nossa historia, mas nao sabemos, infelizmente.
    Os nomes de ruas e lugares, nao reconhecem a força honrada de quem para tal contribuiu, gente abnegada...esquecida.
    A nossa aldeia teve como muitas outras similares, pessoas, flizmente muitas, de bem!
    Gentes com muitos oficios.
    A maioria lavradores, outros que a estes ligados andavam ao dia, sapateiros, pedreiros (mestres), resineiros, sardinheiras, padeiras, padres, regedores, professoras, gentes de afortunadas mesinhas, pastores de grande calibre, sapateiros, parteiras que salvaram tantos e nada consta em sua homenagem pelas ruas ou ruelas e assim envergonhamos o nosso passado construido sob miseria, sacrificio e arrelias que chegaram a resultar em mortes pelo atalhar de agua nos lameiros.
    Da penuria, veio a meio termo a abundancia e o deslumbramento.
    Barrigas fartas (0 melhor modo de arregimentar...) e placas modernas nas quais se veneram os "intrusos" a seu belo prazer e proveitos...
    Os "NOSSOS", ficaram esquecidos por tanto terem dado, mas agora deslocados no tempo, destoavam porventura.
    Como se pode esquecer um Sr. Jose Bernardo, um tio Carlos Guerra, o meu avo Francisco, um Viriato, um Carau, a tia Isaura e tantos e tantos...
    Avenida da Liberdade, de quem se as contas da Junta se escondem por detras de negociatas de baldios.
    Nem tiveram sequer a hombridade de classificar um caminho como o dos pastores, ou algo para chegar a Nossa Senhora dos Verdes e que a digificasse, o pote de oiro ficava mais acima, nos Valagotes.
    Esta miudagem nem sabe nem quer saber como aqui chegaram, desmamados.
    Uma aldeia de poetas, e esta hein!

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    1. A estrada até aos Valagotes, que passava pela Senhora dos Verdes, já que foi graças ao 25 de Abril que foi feita, graças ao Movimento das Forças Armadas, ficava bem chamar-se 25 de Abril, mas como este é um nome incomodativo..."Avenida da Liberdade" também não está mal, não Sr.!

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  9. Apenas uma "achega" em que acima me esqueci.
    A Travessa do Poeta.
    Familiar meu ainda e de verso facil, mestre de "meter" alcunhas a todo o povoado, tal ficou perpetuado-
    Curioso...
    Na "Coisa", ficou esquecido, porventura os escritores e "engenheiros" andavam adormecidos ou deslumbrados com as filhoses, pois se temos uma placa, dele nem se fala nem da sua sabedoria.
    Coisas da bota e da perdigota!

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    1. Pois, até existe a “Travessa do Poeta” em homenagem a esse teu familiar, mas certo é que o nome dele não consta na placa!
      Mas repara, esse poeta oral ficou esquecido por "eles", é facto, mas a Travessa não ficou (vide pág. 41), portanto, andaram por ali, anotaram o nome da rua e estranhamente não quiseram saber a razão do porquê "Travessa do Poeta"? Se calhar até perguntaram a razão, mas mediante a resposta não ligaram patavina.
      A Junta podia e devia lá colocar o nome, enquanto ainda está vivo! Já que não louvam os mortos, que louvem os vivos então.

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  10. Aqui há de tudo um pouco!
    Nomes de pessoas e de lugares com História e histórias!
    Mas vocês são o máximo...é sempre um gosto ouvir os vossos "desabafos"!!!
    Bj

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    1. :-))
      Nós escrevemos para quem nos lê, pois a nossa História e histórias são a razão da nossa escrita; os "desabafos" é que têm destinatário definido, pois quando os escrevo tenho esses leitores em mente.
      Bom domingo, Graça!

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  11. Olá Paula, Sou muito suspeito neste comentário. Para mim perpetuar o topónimo antigo é perpetuar a raiz de um lugar, povoação ou freguesia. Quanto a dar o nome a uma rua de uma personalidade local; só no caso de essa rua não ter topónimo ancestral. Nenhuma personagem é mais importante que a raiz de uma povoação. Todos tem um lugar na história desde um humilde camponês ao mais letrado! Que tal dar um nome "AO POVO DE FORNINHOS". Abraço, e votos de muita felicidade.

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    1. Concordo, Francisco. Deviam manter-se todos os topónimos antigos de que haja lembrança. O acima "Largo Fonte do Lugar/Largo Combatentes do Ultramar", por exemplo, só se chamou largo da Fonte do Lugar, após as obras de requalificação, ali por volta de 2005/2006! Dantes era um serrado e foi durante muitos anos o lugar da Venda do ti Penaverde, assim o largo podia conservar o seu nome.
      É só por isso que digo que mudar o nome "de um dia para o outro" até é um exemplo a seguir...
      A Travessa dos Combatentes, idem. De "quelha da..." passou a "travessa de...", etc...
      Os autarcas são quem, por vaidade, alteram os topónimos ancestrais.
      Quanto aos habitantes de Forninhos, é pena, não terem um apodo, mas o topónimo da nossa terra se calhar até é mais antigo que as ruínas históricas do extinto povoado da serra! Fomos em tempos muito remotos da nossa idade média "Fornos".
      Retribuo o abraço e votos de felicidade.

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