Num destes dias, levantei-me pela manhã, muni-me de um pau e a máquina fotográfica e ala serra acima. Nada podia ser melhor de que um “ferreirinho” a dar-me as boas-vindas:
Logo mais adiante, um belo espectáculo de salpor no seu auge de aroma, muito lindo e aromático, pena haver tão pouco, e muita gente não o conhecer. Na nossa terra, esta planta é conhecida pelo nome de salpor, tem um aroma intenso que se confunde um pouco com rosmaninho e S. João:
Mais á frente, a representação humana. Rosmaninho, abundante na nossa serra, bonito e cheiroso, cujo aroma só é conhecido por muitas pessoas da cidade, pelos frascos ou sabonetes. E a giesta a conviver ao lado, esta, grande e vistosa, mas muito amarga.
Subimos mais um pouco, (eu, o pau e a máquina fotográfica) e somos brindados com um conjunto de flores, onde se misturam todas as cores, quais delas a mais viva e linda:
Como o homem sempre foi o maior inimigo da natureza, aqui está uma mata de eucaliptos:
Vamos descer por outro caminho, mas antes sentei-me num “banco” não foi na cadeira do rei, e aqui apeteceu-me fazer uma rimasinha:
Quando se vagueia pelo monte/E se avista Forninhos no horizonte/Através dum rosmaninho./Eu digo:Que lugar encantador!/Em cada canto uma flor/Que se encontra pelo caminho.
Mais abaixo é tanta a mistura de flores, que entre elas só distingo os malmequeres branco e amarelos, mas são muitas e várias:
Por fim quero lembrar, que todas estas flores são semeadas nascidas e criadas pela natureza selvagem, a sua terra não foi tratada, ninguém as resguardou do frio ou calor, nunca tiveram uma gota de água, a não ser a que cai do céu. Talvez por isso, sejam as mais lindas. Chamem-me tolo, mas é destas que eu mais gosto.
É impossível ficar indiferente a esta magnífica paleta de cores e odores que a Primavera nos proporciona e que por vezes estão bem ao nosso lado, mas por andarmos tão distraídos não observamos.
ResponderEliminarObrigada ao autor destes postais de pedaços do reino maravilhoso da moura encantada (que é nosso), muito bem fotografados e distribuídos e que são a prova de que a nossa aldeia podia ser bem mais explorada e que estas paisagens só esperam por um olhar mais atento e maior sensibilização pela defesa da natureza.
Um abraço de amizade
Obrigado Sr. Eduardo pelas bonitas fotografias e pelas lembranças desta época em que se faziam as fogueiras de rosmaninho e salpor no Santo António, S. João e S. Pedro e que cheirinho se espalhava pelas ruas de Forninhos.
ResponderEliminarUm abraço
David
Olá a todoa.
ResponderEliminarVai desculpar-me amigo David, mas estas atitudes não se agradecem, se, se gosta, gosta mesmo, se não gosta passa ao lado, mas dá para notar que o meu amigo gostou.
Eu sou dos que partilho aquilo que tenho e gosto, e eu gosto de Forninhos, também aprecio muito esta serra com os seus encantos e desencantos, e não tenho qualquer compromisso, ideológico ou obrigatório que me empeça de partilhar as minhas fotos e trocar opiniões através dos meios que a tecnologia põe ao nosso dispor, como é o caso deste blogue.
Partilhei estas fotos e um pouco do passeio que dei pela serra, com aqueles que nesta altura do ano o não podem fazer por estarem longe, tenho muito prazer nisso, tenho muitas mais que, quanto a mim, estão boas, mas o espaço é limitado.
Um abraço de amizade.
Caro amigo Eduardo,
ResponderEliminarÉ nas coisas mais simples e singelas que reside a maior beleza...e não só na Natureza! Também os gestos humanos se medem, não pela sua dimensão ou nas alturas de “showoff”, mas pela felicidade que causam no próximo.
Com este seu singelo gesto, estou certa que deu uma grande alegria a todos os que têm o prazer de por aqui passar, que deixam aqui ideias generosas, sem qualquer interesse, apenas estimulados de ver crescer esta senda de divulgar o belo que há por esta aldeia, que eu também amo.
Viva a Primavera e a vida que com ela se renova!
O Salpor tambem chama-mos nos na terra de Algodres, "Belaluz"!
ResponderEliminarE queimado junto com o rosmaninho nas fogueiras de S. Joao e S. Pedro!
Um abraco amigo d'Algodres
Olá para todos.
ResponderEliminarSalpor.
É uma planta, que nós por cá só conhecemos por este nome e distinguimos, pelo seu aroma intenso e muito agradável, e também, como diz Al Cardoso, era muito utilizada nas fogueiras de S. João, juntamente com o rosmaninho, onde os jovens saltavam para se purificarem com o fumo. Hoje já se fazem poucas.
Esta planta (arbusto) também é conhecida noutras regiões como serpão ou tomilho, e também, como o alecrim, é utilizada na medicina e culinária.
Como este post é uma homenagem ás flores silvestres inseridas na natureza, peço desculpa, e vou publicar aqui um pequeno poema de autoria de um dos meus cunhados, e que eu considero, um dos seus melhores.
ResponderEliminarSe por acaso leres aqui o teu poema, desculpa, Abel, por nem te pedir permissão.
Num grande monte de entulho,
No mais alto pedregulho.
Nasceu uma roseira brava!
E num clima adverso.
Brotou um botão perverso.
Que toda a gente encantava!
De um vermelho bem garrido.
Esse botão florido.
Olha tudo em seu redor!
Quem perto dele passava.
Com prazer admirava.
A chama da sua cor!
Mas certo dia houve alguém.
Que pensando bem.
A bela flor arrancou!
E, numa linda moradia.
Num jardim de luxaria.
Bem no centro a plantou!
O vermelho desmaiou.
A flor murchou.
Ninguém sabe o que lhe deu!
Mas é bem dura a verdade.
E a roseira de saudade
Do seu entulho morreu.
E porque lembrar do passado, das tradições antigas, neste blog é quase uma obrigação, para que se não percam no futuro, aqui fica também o registo de uma tradição invulgar e pouco conhecida deste tempo das fogueiras, de se erguer um pinheiro que se enfeitava com umas “maçanetas” feitas de farrapos, embebidas em petróleo, onde à noite era lançado o fogo e tinham efeito bomba. Eu ainda me lembro deste tempo do pinheiro e como a Lameira se enchia de gente e de luz.
ResponderEliminarRecordar é Viver!