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quinta-feira, 1 de março de 2018

AINDA POR AQUI HÁ PASTORES...



Toda a vida fui pastor
Toda a vida guardei gado
Tenho uma nódoa no peito 
De me encostar ao cajado 


Mais que uma festa, uma homenagem a estas gentes que labutam e por tal têm de enfrentar medos, aqueles que a sorte tantas vezes madrasta, lhes tolhe os sonhos. 
A chuva que não vem, os fogos constantes de agora, o frio que num repente traz  os lobos esfaimados a rondar as suas corriças, os lameiros transformados em terra ressequida de gafanhotos...
Coçam a cabeça ao deitar (quase ao tempo de madrugar), sem saberem o amanhã...
A festa não tem a cobertura televisiva de meia dúzia de horas, mas e acreditem, tem a autenticidade das nossas gentes no modo mais natural e genuíno de se expressarem e conviverem.
Tal como os produtos que mostram e os abraços que se dão, afinal quase todos se conhecem.
Apareça com um abraço!

29 comentários:

  1. Gostaria muito de estar aí pra participar! Coisa boas festas assim! E numa cidade de interior, sem atropelações...abração,tudo de bom,chica

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    1. Com o devido respeito, Chica, este local não é de forma alguma cidade do interior de Portugal, no dia-a-dia, alberga meia dúzias de pessoas e sendo que quinzenalmente, e isso sim, quase parece um simulacro de cidade, no dia da feira. Bonito!

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  2. Bem que gostava, mas não dá.
    Abraço

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    1. Tal como eu, Elvira, o tempo não deixa com muita pena minha e a distância em nada abona. Falto este ano mas amanhã na FIL, verei uma amostra.
      Abraço.

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  3. Festas genuínas, onde o reconhecimento por essa tão nobre missão que é a de pastor, são a alma do povo.
    Se fosse aqui próximo não faltaria.
    Beijinhos
    Ailime

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    1. Pois é, Ailime, gentes que são a alma do povo.
      Que por debaixo de tendas de comes e bebes, recordam e vivem nas conversas mastigadas, o tempo em que já não se viam...
      E fazem negócio, pois então, faz parte da vinda à Festa, o gado tem de ter raça e aprumo, uma questão de honra!
      No ancestral negócio de gado e longe dos holofotes, ainda
      se fazem acordos com um "passou bem", palavra honrada.
      Por tal esta beleza.

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  4. É pena ser tão longe senão dava um saltinho para ver a feira, espero que seja um sucesso essa gente merece.
    Um abraço e bom fim-de-semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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    1. Valeria a pena, garanto...
      Também estou longe e tenho pena de não ir.
      Das poucas a que vou faltar.
      Sabe, Francisco, estas festividades do queijo serrano e pastores (penso eu), acarretam com elas para as cidades e vilas da região demarcada da Serra da Estrela, carradas de estrelas mediáticas que quase ofuscam a história de um produto endógeno, a sua singularidade, misticismo e simplicidade.
      Aqui, ainda vamos tendo latoeiros, ferreiros, pastores e queijeiros, ao modo do seu dia-a-dia.
      Abraço.

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  5. Estas festas do Povo são as festas mais belas e genuínas que existe. Assim é na minha terra. Gente simples, gente pura e honrada.
    .
    * Soneto escrito no escuro ... em versos de luz sombria *
    .
    Deixo um abraço amigo

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    1. Corroboro as suas palavras!
      Gentes boas e honradez e muito, mesmo muito sacrifício.
      Um abraço.

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  6. Uma festa merecida que eu desejo seja um sucesso!Bj

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    1. Pode fazer frio, neve, vento ou chuva, o sucesso está entranhado no sangue destas gentes moldadas na serra de granito e quando há festejos mostram o orgulho de serem pastores!
      Beijinho.

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  7. Amigo Xico, eu bem gostaria de lá ir... e o meu marido ainda mais, pelos queijos! E não é longe, mas já temos compromisso para esse dia.
    Gosto imenso de feiras onde aparecem coisas tradicionais que não se encontram nas grandes superfícies... de que fujo a sete pés!
    Gosto de conversar com os/as feirantes, sempre simpáticos e a acharem graça ao meu sotaque micaelense, que nunca perdi! Quando abro a boca riem-se e começa logo uma longa conversa: eu, curiosa por saber das tradições, eles/elas, curiosos por pormenores das ilhas.
    Um dia entro em Forninhos! Faremos um desvio na ida a Trás-os-Montes.
    Beijinhos

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    1. Olá Teresa!
      Bem que também gostaria de ir mas este ano é impossível, mas alguém me irá enviar fotos do evento que tornarei públicas.
      Lá estarei na semana da Páscoa e noutros eventos de Forninhos, até porque sou mordomo da comissão de festas, apesar de estar a 350 km de distância.
      Para mim e apesar da festa da Nossa Senhor dos Verdes no 15 de Agosto, mais linda a festa do Espírito Santo com as irmandades das paróquias adjacentes, descendo pelas colinas para cumprimento do voto no santuário.
      Um bom dia para aparecerem e não esquecerem.
      Ainda se vai arranjar queijo...

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    2. Amigo, se eu não estiver nos Açores, estarei em Forninhos! Vamos ver se é desta que damos dois dedos de conversa!
      Beijinhos

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  8. Das vezes que pelas vossas aldeias andei....o queijo !!
    Meu Deus , o queijo...
    De Fornos a Aguiar , de Penanalva a Trancoso....o queijo..
    O vosso queijo ...!! Uma maravilha....Património...
    Não sei se posso mesmo considerar o queijo um dos meus vicios,
    ao ponto de premiar quem me rodeia com queijo.
    O meu enteado de 15 anos adora queijo...
    Ora premeio-o com queijo ao jantar quando saca uma boa nota Escola...quanto mais alta melhor é o queijo !!!
    Quando almoço com os meus parceiros....quase sempre queijo..
    Ainda ontem, no meu amigo Pires, em Santa Apolónia, o queijo
    fez parte integrante da minha mesa...
    Nas visitas á minha sogra Beirã, a Mila já sabe ,eu e o neto
    devoramos o queijo ..
    A minha falecida Mãe e o meu ainda vivo, Tio Mario escondiam
    o queijo do meu alcance...
    A Feira do Queijo de Fornos á Segunda Feira foi um lugar que
    não esqueço.

    Parabéns pela Divulgação e que os pastores das nossas serras
    e atalhos...tenham o reconhimento de quem os possa dar...
    Perto de Lisboa só conheço um..ali para os lados de Loures..

    Andamos todos distraídos...com tanta coisa que não interessa
    que ao menos haja quem promova o que é BOM !!!

    Bfs
    Abraço
    MG

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    1. Boa noite, António.
      Por mim já aviei a minha parte para o verão, daquele queijo de Janeiro que a minha mãe tem a curar, comprado no Prado, a caminho de Penaverde.
      Aquele travo a cardo, duro por fora, manteigudo por dentro, um pedaço de broa ou de centeio mais uma jarra de vinho ainda viva da adega...é de estalo!
      Acompanhado por amigos...é divino!
      Uns acordes de concertina...
      Ainda vai restando um pouco de felicidade dos outros tempos, mas se os não promovermos e dignificarmos, somos uns tristes a lembrar atrás de um copo de tinto numa taberna, o cheiro e sabor de qual tal acompanhava.
      Abraço.

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    2. Este Blog faz-me matar saudades..
      De Cantares e Coisas Boas..
      Esta Gente sabe o que diz..
      Escreve ao Luar e com giz...

      Ao Luar e com giz..
      Á porta de uma Adega..
      Ao som da Concertina...
      Esta gente sabe o que diz..

      Esta gente sabe o que diz....
      Trouxeram para aqui o queijo ...
      Do Prado a Penaverde...
      Em Fornos assim se diz...

      E para terminar...
      No Caminho de Aguiar...
      Esta gente sabe o que faz...
      Por ali queijo é coisa boa...
      Rebanhos e pastagens ...
      Cheiram bem a qualquer nariz...

      Abr
      MG

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    3. Do pouco que me vem á ideia
      Já que o tempo tal esmorece
      Aquilo que agora apetece
      Aconchegado à lareira
      É recordar
      A minha avô a fiar
      Com sua roca na mão
      E eu de braços abertos
      P'ró linho não enriçar
      Estreloiçam as cavas
      Com a panela a ferver
      Para os porcos a vianda
      Que a gente que aqui anda
      Jamais pode esquecer
      O homem já descansava
      Pois a manhã nao tardava
      Havia que levantar
      Tinha o gado p'ra ordenhar
      E tocar os animais primeiro
      E ainda meter os cancêlos
      No limite do lameiro.
      Depois de tal preparado
      E com noite mal dormida
      Vinha tratar do arado
      Pois se esse era o seu fado
      As vacas acomodadas
      Tinham de fazer pela vida
      Em ter as terras lavradas
      Chegada era a sementeira
      Mas e mal o sol corria
      E o sino nas quebradas
      Ecoava confortante
      Ele sorria pela vida
      Enquanto a mulher em casa
      Quase sem sequer se deitar
      Pouco dormiu ao luar
      Tinha o queijo para fazer
      E já meteu a francela
      Deixou o soro escorrer
      D mundo sabia ela
      Pouco havia para aprender
      Faltava vestir os filhos
      Já depois de acomodados
      No ombro ia a sacola
      Direitinhos p'rá escola
      Pequenitos, já soldados
      Com castanhas nos bolsitos
      Que dizia a quem passava
      Olhem como são bonitos
      Depois tinha de partir
      Para seu homem ajudar
      Lá nos campos de lavoura
      Pois aquilo era de esforço
      Deixou o panelo ao lume
      Com os feijões do almoço
      O dia mal começara
      Já ia neste alvoroço.
      (XicoAlmeida 2018).

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    4. Gostei, Xico...

      "..É recordar..."
      "..D Mundo sabia ela.."
      "...Para se homem ajudar.."

      Boa semana
      MG

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  9. Xico, vai ser um sucesso, com todos esses produtos genuínos.
    Beijinhos

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    1. Genuínos e seculares, tal me atrevo a dizer.
      Tão antigos e bons que irão perdurar na memória dos tempos.
      Assim tal espero.
      Beijos.

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  10. Como não gosto de nenhum tipo de queijo vou só falar da feira ou festa, pois acho que a Câmara Municipal faz cartaz da feira, não só pelo queijo, mas também para promoção do concelho.
    Então é assim, eu sei que as feiras ou festas do queijo agora são programadas para o domingo ou fim de semana, mas continuo na minha:
    - Esquecerem 30 Feiras não acho bem!
    Esta Festa (agora sem o termo "Feira") é das mais antigas das redondezas, pelas minhas contas começou há 36 anos atrás e não há 5. Há 5 fazem-na ao Domingo, quando dantes era feita à 4.ª F, num dia da Feira Nova.
    Quiseram fazer o evento num outro dia da semana, não acho mal, mas não acho bem esquecerem aquelas outras 30 festas dos pastores que, para mim, até eram mais concorridas, porque por aqui havia muitos pastores e agora "ainda por aqui há pastores".
    Mesmo de Forninhos havia quem fosse à feira apresentar o melhor queijo e agora só lá vão comê-lo!!!
    Mas desejo os maiores êxitos para este evento e que o S. Pedro ajude. Se não ajudar, sempre têm o recinto do mercado fechado que foi inaugurado no ano 2000. Feito talvez também com este propósito, o de abrigar pastores e gente local, pois não creio que venha gente de fora. Os eventos feitos nas aldeias, não sei porquê, parecem ser feitos só para a "malta da terra", vale mesmo pelos abraços que se dão "afinal quase todos se conhecem".
    É o que nos resta e não é mau.

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    1. Compreendo o que me parece uma crítica.
      A Feira Nova como continuo a gostar de assim chamar, está moribunda. Quem a chamava do Mosteiro? se calhar e mais fino ou as politiquices a tal obrigam...
      Vamos ser ou pelo menos tentar, ser claros: se for para homenagear o queijo da serra da estrela, porventura seremos os parentes pobres desta região demarcada, não por falta de qualidade e empenho dos pastores, mas por falta de visão estratégica, de investimento e acompanhamento à pastorícia, mas Aguiar da Beira começou a casa pelo telhado de forma megalômana com pavilhões e sem gado que justificasse o propósito. Fundos europeus a aproveitar? talvez, mas a Festa agora assim chamada e além do pão e queijo, feijoadas e tintos ( ficam de fora os discursos adventistas de melhores e promissores dias), promover tantos, mas tantos produtos endógenos.
      Acho, atenção, a Feira Nova para conseguir subsistir mais uns anos tem de fazer esta Festa anual, no dia a que ela pertence, tal como a Feira dos Vinte e trazer como marca grande, a feira antiga, feirantes, vendedores e compradores.
      E as gentes da região que são escassas.
      E se porventura um dia recuperar os seus "galões", por valor próprio serão as televisões a procurar o concelho, mas primeiro, não acabem com a feira.
      Tem tanta história...

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    2. É uma crítica à CMA, mas principalmente à JF de Penaverde que tal permitiu ou consentiu!
      Mas não concordo contigo quando dizes que para esta feira conseguir subsistir mais uns anos tem de se fazer num dia de feira (à quarta-feira). Ao domingo está muito bem, eu somente critico esquecerem as 30 feiras do queijo do passado!
      E a TV também é indispensável.
      As pessoas para comprar bom queijo não precisam ir às feiras e agora pergunto:
      Quantas casas comerciais tem Penaverde a comercializar queijo da serra?
      E, Forninhos quantas tem?
      Sim, Forninhos, pois a nossa terra também faz parte da região demarcada do queijo Serra da Estrela!
      Em Penaverde ainda o podem comprar directamente na casa dos produtores? E em Forninhos?
      No outro dia perguntavas_
      - Nos Valagotes, onde é a Quinta da Cerca?
      Porque alguém de Forninhos lá tinha ido comprar queijo.
      Engana-se quem pensa que a Quinta da Cerca pertence aos Valagotes, freguesia de Forninhos, porque pertence ao Ribeiral, freguesia da Matela-Antas, concelho de Penalva do Castelo, distrito de Viseu.
      Aquando da reforma administrativa o Presidente da JF, Ricardo Guerra, porque Forninhos não tinha 300 habitantes "tratou" de propôr a agregação dessa Quinta. Mas será que era vontade do Sr. Presidente, aumentar a população de Forninhos e seu território?
      Claro que não era, aquilo foi "só para inglês ver" assim que não foram precisos 300 habitantes esqueceu de imediato o que propôs!
      Se calhar na altura comeu muito queijo na feira...
      É com feiras e festas que ganham as freguesias, não é investir na pastorícia.
      Não sei porque as pessoas continuam com medo de falar, quando a cada ano que passa bem vêem que "as gentes da região são escassas".

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    3. P.S- coma agravante de em Maio último a JF de Forninhos ter colocado placas em 3 entradas da freguesia, tipo cartaz de visita, onde estão descritos "os locais e motivos de interesse na freguesia". Sublinho, desde já, o "Queijo Serra da Estrela"..."Gastronomia e doçaria típica", etc...
      Eu encontro tal, gratuitamente, na casa dos meus pais, outros não sei se os encontram por lá.
      Mas já agora, porque é de meu interesse, são comercializados em que local da freguesia?
      Responda quem souber.

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    4. NÉPIA, despindo a palavra, significa coisa nenhuma, nada.
      Vou porventura ser cáustico por no meu entendimento nos tomarem a todos por tolos, engano pois cada vez mais se vai sabendo os desmandos e desmazelos que aqui imperam.
      Tínhamos tanto de que nos orgulhar de séculos e agora NÉPIA.
      Do respeito pelos nossos "velhos", nem sequer a igreja os respeita, as missas são "ao molho" e o preço à peça embora em conjunto. Se tal não quiserem mandar rezar pelos defuntos, NÉPIA.
      As placas de determinam os limites de Forninhos, são apelativas à gastronomia endógena; saltam as pupilas gustativas, mas na procura de tais iguarias, NÉPIA.
      Rebanhos, NÉPIA.
      Queijos, NÉPIA.
      Enchidos, NÉPIA.
      Ainda resiste uma ou outra doçaria por vontade divina.
      E se eu fosse um turista em busca da promoção que dignifica o interior, aonde e a que porta iria bater?
      NÉPIA...

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  11. Mais uma festa bonita que se repete! Como gosto desse tipo de evento, Xico e Paula! Aproveitem e curtam à beça!!!
    Abraço grande

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