Tão normal como fazer o vinho, era o fabrico de aguardente no alambique de cobre, que os nossos avós normalmente encomendavam aos latoeiros de longe, de Rio Tinto. E, porque eram poucas as pessoas que tinham o seu próprio alambique, era muito frequente cobrar por se fazer aguardente no alambique alugado (ou próprio). Em Forninhos, nem por isso, mas noutras terras chegava a andar um homem todo o dia a cobrar de casa em casa.
O alambique ficava no pátio de uma casa, à medida que os moradores combinavam os dias para fazer a aguardente.
Depois de feita a vindima, pisados os cachos e feito o mosto, que serve para encher as pipas de vinho (hoje, vasilhas de inox), ficam no lagar, a escorrer uns dias, os restos: o engaço (pedúnculos e ramificações dos cachos), as peles e as grainhas das uvas. Então depois era colocado o canganho numa dorna e aterrado com folhas de videira ou de figueira e por cima terra, e assim se conservava e se evitava que se lhe juntassem os mosquitos.
Chegado o dia de fazer a aguardente.
Primeiro de tudo, coloca-se um pouco de palha no fundo do pote (parte de baixo), para não agarrar, com cerca de 10 litros de água ou vinho atrasado e, de seguida, enche-se o pote de canganho. Nota: o pote do alambique da imagem, depois de cheio, leva 10 ou 15 litros de água ou vinho, consoante o aperto do canganho.
Primeiro de tudo, coloca-se um pouco de palha no fundo do pote (parte de baixo), para não agarrar, com cerca de 10 litros de água ou vinho atrasado e, de seguida, enche-se o pote de canganho. Nota: o pote do alambique da imagem, depois de cheio, leva 10 ou 15 litros de água ou vinho, consoante o aperto do canganho.
A parte de cima, a alquitarra, enche-se com água fria.
Alto!
Antes é afixada com a ajuda de uma massa de farinha (de centeio) com água, para vedar a água e o vapor.
O pote é colocado em suportes próprios, em cima de lume forte, para a mistura ferver e libertar o vapor que é obrigado a sair pelo cano/tubo comprido (condensador/serpentina), que desce de cima, passando por dentro da alquitarra com a água. Quando começa a destilar, convém manter sempre o mesmo corrimento, pois o lume que arde e dá o calor deve ser mantido mais ou menos constante, com boas brasas e sem chama. Se escorrer demasiado, passa-se um pano molhado à volta do pote. Se não deitar o suficiente mete-se mais lenha, usando sempre este método até sair fraca...
Costuma-se usar um copo pequeno para provar a aguardente: se é saborosa, se é forte ou fraca...mas ao lançar-se um pouco dela às brasas, se as incendiar, fazendo chama, é sinal de estar forte...
A primeira aguardente retirada, cerca de 2 jarras, parece água destilada, e só à medida que decorre a fervura vai sendo cada vez mais forte, no fim, já sai mais fraca. Era também normal misturar (caldear) a aguardente mais forte com a mais fraca.
A aguardente sai quente e depois é guardada em garrafões, dantes de cântaro e/ou almude, que seriam conservados bem fechados, depois da aguardente ter arrefecido.
Durante o fabrico da aguardente no alambique, assam-se batatas, cebolas e bacalhau. Mistura-se tudo com bastante alho e o nosso bom azeite e acompanha-se com o vinho tinto da casa.
Presentemente, parece que estes alambiques já pouco são usados (dizem que agora é proibido) e a maioria das pessoas faz a sua aguardente nas Cooperativas da zona, em Sezures e Rãs.
Paula querida, post bem legal! Confesso, que quando falou de ..."assam-se batatas, cebolas e bacalhau. Mistura-se tudo c bastante alho e o nosso bom azeite e acompanha-se c o vinho tinto da casa.", minha boca ficou cheinha de água... Rsss... Hum, amo bacalhau, vinho...
ResponderEliminarGostei de saber dos detalhes que nos trouxe...
Beijinhos e carinho...
Anete, para ter direito ao prato de bacalhau e vinho da casa, primeiro de tudo, tem de beber duma só vez (de um trago), um cálice da nossa aguardente lol.
EliminarBeijinhos.
Adorei e li aqui com o maridão que relembrou lá na Itália.Esse aguardente lá é a GRASPA e tinha apenas uma das tias que era a especialista nessa hora!
ResponderEliminarAdorei ver tudo isso e pena que está acabando! beijos,chica
Pena pois!
EliminarDe referir também que em Forninhos esta tarefa ainda é feita por mãos que sabem.
E quando falamos em alambique e aguardente a nossa mente está mais para pensar no mundo masculino, mas por trás de uma boa aguardente está muitas vezes as mãos de mulheres.
Mais um registo histórico do espólio de memórias que ajudaram a moldar o carácter da nossa aldeia. E quantas recordações daqui brotam, se de início ao de leve, tal como o correr inicial da aguardente, depois explosivas.
ResponderEliminarRecordo e tenho presente trechos de infância, nos quais no pátio dos meus pais, no canto ao fundo das escadas,por esta altura do ano o alambique assentava arraial, igual ao que a foto nos mostra. Era do saudoso Tio Carlos Bragança que todos os anos o emprestava gratuitamente dados os laços de amizade que havia entre famílias. Mas à semelhança do também já partido Tio Matela, aos que eram menos chegados, era cobrado pela feitura de cada pote/potada de canganho, cerca de oito escudos. Mesmo não havendo alternativa, valia a pena pois cada pote deitava entre quinze a vinte litros de aguardente, da boa e genuína.
Tal como aqui é primorosamente descrito pela Paula, a primeira aguardente a cair na jarra era fraca, mas passado um bocadinho já vinha forte, mas atenção, sob o olhar atento e sábio de quem cursado pela vida nesta feitura, sabia manusear o calor da fogueira e pano molhado para acalmar a fervura e o liquido escorrer certinho em fio pela "cavaquinha" rachada e colocada na ponta do cano.
E já na parte final vinha cada vez mais fraca, a rondar os oito graus e a esta chamavam de Salame.
Iria ser misturada com a mais forte ao gosto do dono.
Histórias houve e muitas em volta desta fogueira que reunia vizinhos e amigos.
O meu avó Francisco, o meu pai Alfredo, Tio Zé Carau e filho António Carau, Mas isso fica para mais adiante.
Cada família tinha o hábito de ir fazer a aguardente mais próximo e/ou por simpatia com o dono do alambique.
EliminarO do Sr. José Matela como era uma alambique alugado, talvez por isso os utilizadores tinham de pagar os tais 8 escudos por cada pote.
Como diz o rifão:
"amigos, amigos, negócios à parte".
Muito boa noite.
ResponderEliminarPaula, descreves tão bem esta atividade que já quase faz parte do passado, que que até parece que a vivestes.
É verdade, ainda há gente em Forninhos que faz a sua aguardende nos seus potes, (alambiques) e, tal e qual como descreves.
Agora usa-se um termómetro para medir a graduação da aguardente que vai saindo que normalmente, e como ainda diz o povo, para ficar boa tem de ter três cobertos, que é como quem diz: trinta e poucos graus.
Sabe e faz muito bem depois de se comer as castanhas.
Nem eu na minha vida imaginei que pudesse escrever bem sobre certas e determinadas tarefas que, de facto, não vivi.
EliminarDos alambiques tenho apenas uma vaga recordação dos serões comunitários que se faziam, à noite, no pátio do tio Ilísio e das maçãs que se assavam no borralho...e que bem que sabiam!
HUM!!!, deve ser uma maravilha com umas castanhinhas a estalar de quentinhas !!Mas ,será que posso usar alguma para fazer "jurpiga "?!!!
ResponderEliminarBeijinhos
A "jurpiga" é feita com o mosto (que é muito doce), antes de ser fermentado e que é retirado logo a seguir à pisa. Se não estou enganada, mistura-se 3 partes de mosto e 1 de aguardente, passado 24 horas a jeropiga está pronta para se beber com as quentinhas e boas ou com uns figos secos.
ResponderEliminarBoa noite, alguitarras e alambiques, dois instrumentos com nomes destintos mas com a mesma finalidade e com algumas semelhanças, todos os anos faço aguardente num alambique que está em casa do meu tio e padrinho, este esta todo ele coberto numa espécie de forno tendo um local fornalha onde se coloca a lenha e se faz lume, no lugar da chaminé tem um carapuço ligado a uma serpentina que mergulha num tanque de água, no fundo o funcionamento é o mesmo, este ano decidi experimentar fazer a aguardente, vulgo bagaço, em Forninhos, para ver se a qualidade é a mesma com o canganho de outros lados.
ResponderEliminarComo sabe bem estar em confraternização de volta do alambique contando aventuras passadas, comendo e bebendo, noite dentro, quando acaba ficamos à espera do próximo ano para que tudo se repita e matar a saudade.
Como diz a Paula, muitas vezes por detrás de um alambique encontra-se uma mulher, a minha avó materna durante muitos e muitos anos era ela que estava encarregue do alambique lá da terra, tanto ninguém queria outra pessoa a não ser ela, devido a esse fato ficou a gostar do seu cálice de aguardente que tomava todas as noites, era a sua única bebida com álcool que lhe conhecia.
Apesar de não haver em Forninhos um alambique comunitário, como esse por ti referido, o curioso é que Forninhos até teve imensa gente a investir nos alambiques.
EliminarSabes que, já depois do aparecimento destes alambiques artesanais, Forninhos teve um alambique moderno, que já fazia a aguardente mais rápido. Creio que apareceu na década de 70 do Séc. XX e eu bem me lembro vê-lo a funcionar e do cheiro (hoje desse alambique parece que já só resta as paredes).
Tudo acaba.
A minha tia Augusta foi uma mulher que nunca casou e morreu com uma idade bastante avançada. Apesar de nos derradeiros anos andar bastante alquebrada, tinha uma saúde de ferro. Jamais tocou numa gota de álcool à excepção do golito de aguardente.
ResponderEliminarTodas as noites depois da reza, abria a porta da mesinha de cabeceira e sacava da pequena garrafa e encomendava-se com um pequeno trago da dita a uma noite descansada.
Um dia eu e o meu primo Fernando, um pouco mais velho mas ambos ainda miúdos, ficamos sozinhos em casa dos nossos avós enquanto os adultos foram para a ceifa do centeio. Um pouco a brincar fomos buscar a garrafa para a sala e trago após trago, apenas acordamos quando os mais velhos chegaram.
Dois "tristes" no chão, a dormir, garrafa entornada e um cheiro a bagaço...
Não havia dúvida, para dormir, remédio santo!
De facto, remédio santo e natural...!
EliminarE em relação aos goles de aguardente, acho que não há para a minha família paterna - parte do meu bisavô Coelho.
Da infância tenho muitas recordações e sei que era muito frequente, pela manhã, "matar o bicho" com aguardente.
Bem interessante esse post sobre a fabricação de aguardente!!
ResponderEliminarEspero que possa ter um bom final de semana ao lado dos familiares.
Abraços.Sandra
Obrigada Sandra.
ResponderEliminarA imagem colocada ajudou a fazer este Post. Felizmente ainda há em Forninhos imenso material que permite a este blog mostrar as nossas tradições, que jamais poderemos esquecer!
Olá Paula adorei ler esta sua descrição tão pormenorizada de como se fabricava a aguardente! E lá me vem de novo à memória os meus avós maternos que eram como meus pais. Eu andava sempre atrás deles! Na minha aldeia que eu me recorde a aguardente era feita mum alambique um pouco diferente. E o meu avô pedia sempre à minha avó para ser ela a controlar, porque segundo ele dizia ela tinha dedo;))! Era feita na adega de amigos deles com mais posses durante a noite, porque segundo vim a saber mais tarde era proibido. Grandes tradições que são de perseverar. Quem me dera nesses tempos (tenho muitas saudades dos meus avós) e já sou “velhota”, mas não faleceram há muitos anos. Beijinhos e bom fim de semana. Ailime
ResponderEliminarQue coincidência. Também me disseram ontem que houve um tempo em que era proibido o fabrico de aguardente no alambique, só que pelos vistos tal não desmotivava os nossos avós que, como diz, usavam os alambiques de forma mais discreta.
EliminarE, o seu comentário é muito actual, Ailime, pois hoje parece que também é proibido fazer aguardente nestes alambiques. Aliás, vivemos na era das proibições!
Por isso, temos mesmo de preservar as nossas tradições e a memória dos nossos avós que tiraram muitas horas ao seu descanso e fizeram tudo o que podiam por nós.
Paula voltei atrás, porque acabei de ler a sua resposta à Chica e lá está - o meu avô lá sabia, porque indicava a minha avó para fazer aguardente! E que ficava mesmo boa, lá isso ficava. O meu avô colocava um pingo num copo pequenino com açúcar para nós (eu e as minhas irmãs provarmos;))! O meu avô era uma ternura. Bjs Ailime
ResponderEliminarLinda a estoria da aguardente, mas prefiro a geropiga; parabens continuem.
ResponderEliminarTambém eu, mas há quem diga que, quem passa por Forninhos tem que provar aguardentes e vinhos.
EliminarNo caso, obrigada por passar pelo blog dos forninhenses, pois este é o sítio certo para provar como produtos de excelente qualidade se podem encontrar e confeccionar em aldeias como a nossa, e a colaboração de todos nos comentários é bem-vinda.
Um abraço.
Aguardente da nossa terra, é o whisky do nosso povo.
ResponderEliminarPois é. Só que as gerações vão-se sucedendo e um dia os mais jovens vão querer buscar memórias específicas e concretas acerca das nossas verdadeiras tradições e…sobre o whisky do nosso povo não há registo!
EliminarA propósito: hoje li no “livro” Forninhos a terra dos nossos avós, que em Forninhos na “matação” (assim mesmo entre aspas) o animal no fim de morto é chamuscado com carqueja…! Até fiquei com os olhos em bico.
Há costumes e modos de dizer que merecem mais respeito. Cada terra terá os seus e nos campos de Forninhos nunca houve carqueja. Se é que me faço entender.
Não era, nem é minha intenção induzir em erro as gerações vindouras que porventura venham consultar este blog que, diga-se, tem prestado um excelente contributo á identidade de Forninhos.
EliminarDevia ter colocado aspas em whisky para salientar o sentido irónico, não o fiz por lapso, mas também estou ciente, que as gerações vindouras sabem muito bem interpretar a analogia entre estes dois nomes (aguardente e whisky) o que aliás, são ambas, bebidas destiladas.
Isso vão saber, pois são bebidas que aparecem no supermercado, o que eu quis dizer é que talvez não vão saber como os seus avós faziam a sua aguardente. Será que vão achar que no tempo deles a compravam nas feiras que havia em Forninhos!!!!
EliminarPara mim, escrever sobre a identidade de Forninhos é um prazer. Aliás, quero relembrar que fazer a história de uma aldeia que tem pouco mais de 200 habitantes, para mim, não é nada difícil. Há quem diga que é, porque Forninhos nunca foi sede de município. Enfim...
Oi Paula,
ResponderEliminarGostei muito da historia do aguardente, o modo como se fabrica, bem artesanal e o produto deve ficar muito bom, sei que a bebida, aqui chamamos de cachaça, é bastante apreciada, e se for só uns pequenos golinhos, de vez em quando, não deve fazer mal à ninguém, o problema é o abuso. Mas acho que o melhor de tudo era saborear aquela mistura de cebolas, alho, batatas e bacalhau regada à um bom azeita, ah, lá em casa!
Beijos!!!
Fátima, só lhe digo: que acepipe, meu Deus!
ResponderEliminarMas há quem diga que no dia que se fazia o azeite no lagar (lagar do azeite), esta iguaria ainda sabia melhor.
Hoje tudo mudou. Ainda se faz aguardente e azeite, mas leva-se o canganho para as Cooperativas da zona e a azeitona para algum lagar das redondezas e bem vistas as coisas Forninhos é que perdeu/perde.
Beijos**
O fazer da aguardente era à altura um momento de convívio, um pouco à semelhança de casamentos, matação do porco, ceifas e vindimas.
ResponderEliminarOs mais chegados, vinham mais cedo das terras por a noite cair mais cedo e o prenúncio dos meses frios que se aproximavam, depois da lide da casa pelas mulheres e animais acomodados, sopa comida e mais um pouco de conduto, junto à fogueira do pátio, ali se juntavam em amena cavaqueira, sem pressas, tal como a lentidão da aguardente que preguiceira saía do alambique, desfiando estórias das suas histórias de vida.
Vinham provar um copo "dela", tal como ainda hoje se chama sem devaneios por ser ainda nos dias de hoje e sem modernices um património local.
Recordo ainda hoje, num dia em que as chaminés das casas pela noitinha anunciavam o final do dia, entrar a cantarolar pela porteira do pátio do meu pai
e enquanto o alambique trabalhava, um rapaz fardado de soldado, corado e brincalhão como ainda hoje é.
- Boa noite a todos, ainda vinha a descer a Matela e já cheirava.
Palavras do Agostinho Carau que cumpria a tropa há pouco tempo e a casa do pai era um pouco acima. Se lá entrasse ninguém da família encontrava, pois estava toda a gente em volta da aguardente.
À pergunta de meu pai:
- Olha lá, como te chamam lá no quartel?
- Nem sei bem, a gente mal se conhece mas respondo sempre que o meu número é 51.
- Então é assim, a partir de hoje passas a ser o 51, disse meu pai.
Certo é que tantos anos passados o Agostinho é conhecido pelo 51 e esse baptismo foi feito com aguardente em volta do borralho do alambique, porventura mais uma chouriça assada e um trago "dela".
Deixo isto como um pequeno apontamento da ancestral genuidade das gentes da minha terra.
E porque hoje faz anos o 51: PARABÉNS, e muitos anos de vida!
ResponderEliminarHá tanta história por contar... algumas ouvidas dos antepassados, outras vividas pelos mais velhos e mesmo por nós, mais novos. Também ao redor de um alambique se fez história.
Embora os alambiques viessem de longe, pois em Forninhos não havia latoeiros, o fabrico de aguardente era tão normal como fazer vinho e os alambiques foram muito importantes na vida rural dos forninhenses.
Ainda há dois dias aqui contei o "baptismo" do amigo Agostinho, o 51 e já hoje concluiu mais um dia de anos. Muitos parabéns, um abraço e Deus queira que daqui a muitos anos continuemos a beber uns tragos "dela"!
ResponderEliminarTambém nunca ouvi e já perguntei aos mais antigos sobre os latoeiros de Forninhos. A resposta foi se por acaso tinha nascido na Matela, aí sim, por exemplo o Vasco pois no que à nossa terra respeita, a latoeria era comprada nas feiras. O mais próximo e também de fora era quem vinha arranjar panelas de ferro e outros utensílios.
Engraçado o modo como pretendem transfigurar Forninhos com o que não teve e esquecer tanto que já teve!
Boa noite Paula, nesta época do ano em que os aromas do outono me falam de saudade, os alambiques disso são prova!
ResponderEliminarTambém na minha aldeia havia três ou quatro famílias ricas que empregavam pessoas durante todo o ano. Os lagares eram três ou quatro) e o alambique era na adega de uns amigos dos meus avós, sendo a aguardente feita pela noite dentro, pela minha avó - que tinha dedo para a quilo - segundo ouvi ao meu avô. Era um processo demorado e lembro-me de ver cair gota a gota esse líquido ardente tão apreciado;))!
Na minha terra já naquela época era tudo “privado”! Pena que em Forninhos a tradição não se mantenham e tudo esteja a ser vendido.
Revi o “post” e vi lá o meu comentário com referência também aos aos meus saudosos avós. Peço desculpa de certos temas me levarem até eles.
Beijinhos e um bom fim-de-semana.
Ailime