ATRÁS DUM MITO, DUMA LENDA, PODE SEMPRE HAVER UMA HISTÓRIA
O que vemos nesta foto, já não é fantasia, é real, uma realidade amarga, eu diria, mesmo cruel.
Há umas dezenas de anos atrás, quando uma retroescavadora procedia à abertura de um caminho, foram levantadas algumas urnas, que ninguém sabia que ali estavam, algumas ainda com ossos que se desfizeram com o movimento, e foram dali levadas para servir de bebedouros a animais.Há quantos séculos lá estavam, não se sabe, sabe-se, isso sim, que uma retroescavadora, de um momento para o outro, remexeu e violou um cemitério que guardava os restos mortais dum povo que possivelmente deu origem às lendas que mantém este local, para mim, com um encanto misterioso.
Nao era nessa serra que esteve outrora a capela de S. Pedro de Matos!
ResponderEliminarProvavelmente essas antigas sepulturas eram adjacentes a essa capela ou Igreja, que ha quem afirme foi a Igreja Matriz do antigo concelho de Penaverde, estou a referir-me ha idade media!
Confirme-me algo, pois estou a tentar escrever algo sobre a historia de Forninhos.
um abraco dalgodrense.
É verdade, os mais antigos ainda se lembram da existência de uma capela naquele local, ou pelo menos das ruínas, hoje, nem uma pedra resta, tudo foi levado dali.
ResponderEliminarSegundo se diz, esta capela foi motivo de disputa entre o povo de Forninhos e Penaverde, acabando por a destruírem. Eu não sei muito de concreto sobre este assunto, diz-se que o santo está no museu de arte sacra de Viseu.
Posso ir tentar saber se o santo se chamava de S. Pedro de matos ou s. Pedro de Verona.
O local desta capela, segundo testemunho dos mais antigos, é realmente junto do cemitério e do castro, que se segundo algumas fontes, é um dos maiores do país.
Um abraço.
Este lugar era designado por antigo povoado de S. Pedro de Matos (Castro da Gralheira). Em toda a zona são bem visíveis as marcas de uma aldeia desaparecida e de ocupação humana e este “instantâneo” é uma das poucas imagens do que restou deste cemitério cruelmente destruído por uma máquina que andou ali a revolver tudo. Diz o povo que ali houve uma grande batalha.
ResponderEliminarDa Capela nada restou…mas conta o Povo que em 1951 ainda ali foi realizada uma procissão, que foi ao encontro do povo de Penaverde, onde é hoje o Parque das Merendas Nossa Senhora de Fátima, para entrega da imagem de Nossa Senhora de Fátima aos de Forninhos. Foram lançadas pombas brancas, existia ali um nicho, com um azulejo com a imagem de Nossa Senhora de Fátima e as pombas, não tenho a certeza, mas penso que este azulejo ainda lá está.
Um abraço
Respondendo ainda a AL-Cardoso.
ResponderEliminarO local onde supostamente se encontrava esta capela, fica realmente perto do cemitério, e também junto ao local do antigo povoado, mas quanto a mim, isto sem dados concretos, o castro pode muito bem ter sido um povoado lusitano e o cemitério ser deste povoado.
Quanto á capela de S. Pedro de Matos, ou Verona como também há quem lhe chame, deve ser de data posterior, e, tudo indica que seria uma capela construída numa serra como tantas outras que se vêm ainda hoje, mas, como foi construída junto á estrema dos limites de Forninhos e Penaverde, daí, a disputa pela sua posse.
Actualmente, o marco que divide as duas freguesias, encontra-se a poucos metros do suposto local da capela, local este, que está do lado de Forninhos. E como está bastante longe da povoação de Penaverde, é muito pouco provável que tenha sido a sua igreja matriz.
Um abraço de forninhos.
Bem hajam pelas informacoes que vem confirmar mais ou menos o que eu sabia.
ResponderEliminarO monsenhor Pinheiro Marques, que escreveu a monografia de Fornos de Algodres em 1938, foi quem e baseando-se na tradicao e contos populares, que escreveu acerca dessa Igreja que era a Matriz de todas as freguesias do concelho de Penaverde, e esse o seu cemeterio, fara algum sentido porque as primeiras igrejas fundadas durante o tempo dos romanos e pelos Suevos e Visigogos, foram-no junto aos antigos castros que mais tarde foram desabitados, pois as populacoes foram viver para os vales mais ferteis.
Sabe estou a falar muitissimo antes de Penaverde ser concelho,como devem saber as paroquias sao muito anteriores e se nos reparar-mos ate os santos patronos de Forninhos, Dornelas e Queiriz indiciam que a fundacao destas paroquias e muito anterior a de Penaverde, que e um patrono da idade moderna, pelo que nao e de admirar que tivesse sido S. Pedro Verona ou de Matos o primitivo patrono desta regiao.
Quanto a referida imagem, tanto quanto sei foi transferida para o seminario de Fornos, nao sei precisar quando, nem porque razao, mas teve que ser em meados do seculo XX e quando este seminario encerrou ha dois ou trez anos atraz, foi levada para o museu de arte sacra da diocese de Viseu.
Um abraco de amizade dalgodrense.
Caro Al Cardoso, não posso deixar de felicitá-lo por mais este comentário que me agrada muito...estamos a falar de uma incomensurável paixão que tenho pela história da minha terra -Forninhos. Bem-Haja.
ResponderEliminarOs meus parabéns também ao Colaborador Ed Santos por mais este Post!
É certo que uma impiedosa máquina escavadora em poucas horas apagou a memória de muitos séculos e referências vitais da nossa identidade Histórica, contudo, não posso deixar de complementar este post, informando que a Igreja também deveria ter um arquivo, onde pudéssemos encontrar referências mais antigas.
Por aquilo que nos é dado a conhecer, basicamente em testemunhos de pessoas e por aquilo que tem sido estudado, a Capela, devotada a São Pedro de Verona, ou, de Matos, terá nascido assim que chegaram os cristãos à zona. Crê-se que os mouros foram dali expulsos e os cristãos acabaram por se fixar e ali erigiram uma Capela e Cemitério, mas certo é que não se sabe a data da sua construção, já que todas as pedras dali foram carregadas para forrar poços, erguer casas e muros de propriedades de particulares, nem por quem foi mandada construir, provavelmente por alguém devoto de S. Pedro. E, pouco mais se sabe... apesar de se contar que foi devido a “guerras” entre o povo de Penaverde e de Forninhos, para mim é incerto o motivo pela qual se abandonou a Capela de São Pedro.
Sabe-se, que organizavam anualmente também ali um Voto, o que me leva a induzir que algures no tempo, esta zona poderá ter sido afectada por algum surto pestífero. A mudança de devoção deverá ter ocorrido aquando da elevação da Paróquia de Santa Marinha de Forninhos a Freguesia de Forninhos e construção da actual Igreja Matriz.(???).
Há ainda uma hipótese de durante largos anos haver dupla devoção e uma se tenha sobreposto há outra. Embora as paróquias das quais Santa Marinha é padroeira sejam antiquíssimas, pois Santa Marinha teve uma fervorosa popularidade, duradoira e intensa durante a Idade Média, portanto, a sua veneração também não é moderna.
Um abraço
Santa Marinha foi uma virgem que era natural de Braga e foi martirizada durante o tempo do imperio romano. Era irma de uma outra virgem martir, tambem muito venerada na nossa regiao que e Santa Eufemia!
ResponderEliminarProvavelmente os meus amigos de Forninhos, conhecem bem a capela de Santa Eufemia da Matanca, este templo que tem fundacao romanica devera datar da baixa idade media pois o seu portal ja e ogival.
E de crer que o antigo templo de Santa Marinha de Forninhos, possa ter sido fundado pela mesma altura do de Santa Eufemia, mas creio que no actual templo ja nada resta da epoca medieval creio eu, caso esteja errado corrijam-me!
Um abraco de amizade.
É pena não restar nada da capela, seria muito mais fácil chegar á data através do seu estilo.
ResponderEliminarQuanto ao santo, já confirmei, encontra-se no museu de arte sacra de Viseu e está em fase de restauro, trata-se de uma imagem um pouco tosca, em pedra calcária, provavelmente proveniente da região de Coimbra.
Por si só, esta imagem não é suficiente para nos localizar na época, uma vez que se desconhece a sua data.
Gostaria muito de informar mais al-cardoso, mas confesso, sou muito leigo nestas questões.
Já agora, queria deixar aqui um aparte destinado às pessoas mais críticas em relação á retirada deste santo: se não fosse dali levado, possivelmente, teria levado o mesmo destino das pedras do altar e das paredes, que ainda hoje, se não sabe onde estão.
Al Cardoso aborda uma questão interessante, mas sobre a qual, confesso, não tenho ideias muito claras, mas o mais provável é que a igreja tenha sido fundada já na "idade moderna" (a Igreja de Forninhos é barroca) e acho que não há qualquer característica/elementos que indicie que seja de construção românica, só se fôr a pia baptismal. O mais provável é que tenha sido construída no final do séc. 16 princípios do 17 e tenha tido uma primeira ampliação já no séc. 20, pois ainda há pessoas que se lembram da Igreja ser mais baixa.
ResponderEliminarTambém não se conhece qualquer registo da formação da Irmandade de Santa Marinha, embora haja a hipótese dos Ofícios realizados na véspera do Dia de Santa Marinha serem muito antigos, fala-se que terão já 500 anos, não existindo contudo documentos que o comprovem.
Um abraço de amizade
Paula
O facto do actual templo ser barroco e construido na idade moderna, nao quer dizer que nao pudesse ter existido um outro mais antigo mais ou menos no mesmo lugar.
ResponderEliminarDigam-me uma coisa, qual e a orientacao do portal?
Alem disso tal como eu sugeri e uma veneracao muito usada desde o tempo da idade media, e, como afirma tambem existe a tradicao de que a irmandade tera mais de 500 anos.
Uma coisa e certa, pois eu descobri um documento a que me referirei brevemente de que Santa Marinha ja era o patrono dessa freguesia no seculo XVI, o que indicia uma maior antiguidade!
Estou a tentar por em letra de forma, uma entrada sobre historia desta linda freguesia, com dados por mim conhecidos.
E uma singelas resposta a um repto da amiga "aluap" que espero poder responder brevemente.
Um abraco de amizade fornense ou forninhense!
É verdade, é provável que tenha existido um templo mais antigo, mais ou menos, no mesmo lugar, pois segundo informação disponível a igreja matriz de Forninhos foi remodelada em 1797, tendo beneficiado de arte barroca e de novo retábulo.
ResponderEliminarQuanto às características da fachada principal, o portal tem uma pequena cornija, bem como o portal lateral, o frontão é contracurvado, interrompido em volutas. O amigo Al Cardoso poderá consultar a imagem e outra informação na página:
www.jf-forninhos.pt (Turismo e Património – Igreja Matriz de Santa Marinha), pois, como digo, tenho ideias pouco claras. As pessoas mais velhas lembram-se da igreja ser em pedra e mais baixa e contam que houve grandes obras aquando da colocação dos sinos, que terá ocorrido em 1949/1950, sendo que as pessoas mais pobres contribuíam com mão-de-obra (davam dias) para a execução das mesmas.
Gostaria de dizer ao amigo Al Cardoso o quanto é importante para mim saber a história que a minha aldeia teve ao longo dos anos. Mais uma vez bem-haja pela sua entrega e contributo.
Espero que outros sintam o mesmo que também tenham uma palavra. Fica o desafio.
Um grande abraço forninhense!
Cara Amiga:
ResponderEliminarDepois de consultar as fotografias tenho que reconhecer que esse templo e barroco e portanto nada tera que ver, com o que existiu no seculo XVI e anteriores.
O que eu perguntava nao era como era o portal, mas sim qual era a orientacao dele se para norte, sul, poente, ou nascente.
Sabe isso indicia uma fundacao mais ou menos antiga!
Bom...embora o meu sentido de orientação não seja dos melhores, vou tentar ajudar.
ResponderEliminarAssim, a meu ver, o portal dá para a frente Sul e no lado da empena virada a Leste existiu um antigo cemitério e todos os enterramentos estavam alinhados, orientados para Norte.
É uma pena que o local onde existiu este antigo Cemitério nada também esteja assinalado, datado e até documentado.
A ser assim este templo nem sequer foi construido sobre o que foi outro mais antigo, porque todas as igrejas de fundacao medieval eram construidas na orientacao nascente poente, ficando o altar mor a oriente e o portal principal virado para o ocidente.
ResponderEliminarAs excepcoes a esta regra canonica so comecaram a aparecer na epoca moderna.
Um abraco de amizade fornense.
Então a igreja que hoje vemos na freguesia não é a primitiva igreja ou capela onde no século XVI já Santa Marinha era a padroeira. Se sob o ponto de vista arquitectónico, não há nada no actual edifício que faça lembrar essa época, eu também nunca ouvi que na freguesia houvesse um outro lugar, chamado de igreja velha, que poderia apontar para o primitivo local.
ResponderEliminarTerá sido então a desaparecida Capela de S. Pedro a primitiva Igreja Matriz?
Poderiamos pensar que sim, mas eu estou mais inclinado para esta ideia: Embora a capela ou Igreja de S.Pedro, existente junto ao antigo povoado da serra da Gralheira, deva ser muito mais antiga datando dos primeiros tempos em que o cristianismo foi implantado na regiao a partir dos seculos VI ou VII.
ResponderEliminarO templo de Forninhos devera ter sido inicialmente uma capela que estaria dependente da "matriz" de S.Pedro, mas com o avancar dos tempos e tendo sido abandonada a povoacao da serra, tera passado a categoria de Igreja que teve o seu patrono ja inicialmente Sta. Marinha.
Com o aumento da populacao, no seculo XVIII construiu-se a nova igreja tendo provavelmente sido destruida a antiga capela e este novo templo nao tera seguido a regra canonica de orientacao na nova construcao, por qualquer motivo.
Isto sao suposicoes que creio infelizmente nunca poderam ser confirmadas, pela inexistencia de documentos escritos!
Ja agora uma outra pergunta; conhecem os meus amigos alguma cruz ou cruzeiro antigo dentro da area urbana da povoacao de Forninhos?
Sabem este tema para mim, esta a tornar-se muito interessante.
Um grande abraco e bom fim de semana.
Em Forninhos existem alguns Cruzeiros antigos, mas existe um no centro da povoação muito antigo, sendo que a primeira data nele inscrita é de 1140. Depois tem outras duas: 1640-1940.
ResponderEliminarUm abraço e votos de uma excelente semana
Esse cruzeiro com essas datas, foi construido em 1940 e nao e tao antigo como isso:
ResponderEliminarNesse ano comemoram-se os centenarios da independencia 1140, da restauracao 1640 e a ultima data 1940 foi o ano da construcao e da festa dos "centenarios", uma festa nacionalista do regime do "Estado Novo".
Existem muitissimos cruzeiros por todo o pais, construidos nesse ano e nas sedes de concelho, foram construidos nesse mesmo ano os chamados "Padroes do Centenario" em Fornos existe um e em Aguiar da Beira Tambem.
A mimha pergunta tinha relacao com um qualquer antigo templo que podia ter existido antes da actual igreja, que fosse localizado noutro lugar e tivesse sido demolido. porque de acordo com as normas da igreja catolica, em seu lugar devia ser colocada uma cruz ou cruzeiro, por isso lhes perguntava se havia algum cruzeiro antigo, mas tinha que ser bem antigo e portanto anterior a construcao da actual igreja barroca!
Um abraco dalgodrense e boa semana.
Boa tarde para todos.
ResponderEliminarPara além deste cruzeiro com as três datas assinaladas, há mais dois, um perto deste, no enfiamento de uma rua estreita, que também é interessante, mas, quanto a mim, não está no local original.
Há outro ainda, junto de um caminho, colocado em cima de um muro e parcialmente encoberto com ramagem de videira, este, muito lindo, e, quanto a mim também muito interessante, mas nenhum deste dois poderá assinalar o possível local da igreja matriz, porque estes devem ser posteriores ao século XVII.
Quanto á igreja, transcrevo aqui o texto de um registo de 1797.
“Os moradores do lugar e freguesia de forninhos, anexa de Penaverde, reedificaram a sua IGREJA--- (tanto de paredes como de armação…e da mesma sorte a CAPELA-MOR com sua TRIBUNA nova, asseada com toda a decência).
Durante as obras de reedificação, os fregueses serviram-se da velha capela-mor, que ficava ao lado da igreja nova, na qual não cabia a quarta parte do povo da freguesia”
E, que eu saiba, não há registos anteriores, e qualquer um destes cruzeiros, não deverá ter nada a ver com localização de qualquer templo.
Creio mesmo que, na povoação de forninhos, não há qualquer vestígio que nos leve á idade média, a não ser o antigo povoado na serra.
Já agora, quero acrescentar, confirmei, o santo é mesmo S. Pedro de Verona.
Um abraço amigo.
É verdade este cruzeiro a que me referi, é um cruzeiro comemorativo dos centenários, tendo gravadas as respectivas datas, sendo que a data de1940 respeita ao ano da comemoração e colocação. Mas, segundo apurei, este cruzeiro não é o “original” (digamos assim), antes existiu no mesmo lugar um bastante mais antigo que entretanto desapareceu, desconhecendo-se o seu destino.
ResponderEliminarExiste também um cruzeiro muito simples no adro da igreja. Será este cruzeiro que assinala ou indica o facto de ter existido ali ao lado uma Igreja/Capela “Velha” e que devido ao crescimento da paróquia construiu-se a actual Igreja Matriz de Santa Marinha?
O amigo al cardoso, para melhor análise, se o entender, poderá consultar neste blog:
Etiqueta “memórias”
Post “Igreja Matriz" e poderá visualizar esse cruzeiro do adro da Igreja.
Sempre ao dispôr
Paula