Imagina-te na tua terra e sobe em pensamento ao alto do Castelo, contemplando o espetáculo maravilhoso lá do alto:
Ver os Cubos e Cabrancinhos
A Mata e a Barroqueira
Onde os corvos fazem ninhos,
A selvagem Farrangeira
O Castelo dos Mouros,
Onde se escondem tesouros!
A Dubinha e o Castinçal,
Os Moncões e Chão-do-Vale,
A Ribeira e a Meada,
Mais acima, dois galopes,
Ficam os Valagotes,
Onde Forninhos acaba!
Na Pardamaia as vinhas,
No Porto as oliveiras
Lembram-me as andorinhas,
Sempre alegres e fagueiras!
Ao longe, na imensidão
Oh tanta recordação
De um inesquecível verão:
É o nosso rio Dão!
Afoga nas tuas águas,
Ó rio, as minhas mágoas!
E ali tão perto
Rodeado de penedos
Um segredo!
Está São Pedro!
Venero nestas montanhas,
Duras, agrestes e sós,
Vidas pobres e estranhas,
A memória dos meus avós!
Lembro com carinho
Este meu berço: Forninhos!
Castelos de oiro em criança!
Os meus tempos de menino,
Em que toda a minha infância
Era sonhos e esperança!
À tardinha, ao sol pôr,
Volto com mais amor,
De novo à minha terra.
Pelo toque das Trindades,
É maior a saudade,
Desce a noite lá da Serra.
Ó feliz recordação,
Que o meu coração encerra!!!
Mas o que é afinal?
A saudade?
Sim, é verdade!
Mais: um amor sem igual
Por Forninhos, minha Terra!
Estás longe, estás perto?
Não interessa.
Há alegria ou festa?
Não importa.
Tua alma chora?
Talvez, como morta
Mas uma coisa é certa:
Vai em pensamento,
Por esses montes, vales fora,
Pergunta ao sol e ao vento,
SE HÁ LÁ TERRA COMO ESTA?!!?
Poema escrito por Ilídio Guerra Marques, em Julho de 1967, Forninhos.
A foto é de João Albuquerque, tirada no Castelo, no dia 11 de Setembro de 1961.
Bem-Hajam por mais esta partilha que nos restitui uma memória colectiva.
Boa noite de paz, querida amiga Paula!
ResponderEliminarDe Forninhos, se via o Castelo do Mouros? Que beleza!
Umas reminiscências bem fundamentada do poeta em questão para realçar a história da cidade e das gentes que por lá viviam.
Tenha dias abençoados de bom carnaval/ descanso!
Beijinhos
Roselia, os nossos antepassados contavam que ali houve mouros, mas é simplesmente um monte alto, o monte mais alto da minha aldeia. Era uma das maiores atrações da nossa meninice. Gerações e gerações imaginaram ali encontrar o tesourou do Ali Babá e dali gritaram o "Abre-te-sésamo", embevecidos pela lenda da grade e cambão de oiro por ali enterrados que encantava as crianças que nós éramos ou da moura encantada que numa noite especial penteava os seus longos cabelos ao luar.
EliminarPenso que a foto foi tirada no alto do "castelo", mas também pode ter sido no castro, um lugar fortificado das épocas pré-romanas e romana. Fica a dúvida.
Beijinhos e bom fim de semana.
Muito obrigada pelas explicações.
EliminarGosto demais das particularidades dos lugares.
Bom sábado, querida Paula.
😘🕊️💙💐
Lindo poema e foto! Bjs, chica👏👏
ResponderEliminarRealmente, é lindo este conjunto.
EliminarEstaremos sempre à espera que outros nos enviem fotos e mostrem como sentem Forninhos.
Bj e bom fds.
Um grande amor pela terra natal.
ResponderEliminarTão belo e terno, o carinho que lhe entrega.
E a saudade que lhe sente.
Um coração enorme que alberga qualquer lugar
Que quase nos levam à Redenção
Mas que bela terra a nossa
Senão de riqueza, mas de beleza.
Um grande bem haja.
Também aqui verto os meus sonhos vividos
Era nessa altura que subia à Cadeira do Rei e sinta-me dono do mundo, um mundo tão grande que a vista não conseguia abarcar na totalidade.
Nas urnas de pedra, imaginava os mouros com a cimitarra à cintura. No Castro brincava com as telhas fragmentadas e subia ao pinheiro a espreitar o ninho de pombo bravo. Já tinha ovos!
Forninhos e vida das pessoas mudou muito desde o tempo desta foto e poema. Mas, claro, feliz do olhar que ao pousar na paisagem, faz dela um poema, um poema que nos mostra a utopia de como o mundo seria perfeito se todos os lugares do planeta fossem como este.
EliminarUm belo poema.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom fim de semana
Sem dúvida, Elvira!
EliminarParabéns ao autor.
Abraço c saúde e bom fs.
Que giro o poema e que olhar magnífico 👏😘
ResponderEliminarObrigada ir partilhar... é interessante 👏
ResponderEliminarBom sábado 😘
Que desperte interesse em quem decide, para estruturar a oferta de turismo de natureza.
EliminarBj, bom fds
Sem dúvida um poema deslumbrante, muito interessante de ler. Deixo o meu aplauso e elogio
ResponderEliminar.
Feliz fim de semana … Cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Belo comentário, e muito merecido o aplauso e elogio!
EliminarBom fim de semana.
Cpts
Um bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
E uma bonita foto de 1961, Isa!
EliminarBom domingo.
Lá vou eu também por aqui, sem nome...
ResponderEliminarUma postagem que gostei imenso de ler com aplausos 👏 👏 no coração. Forninhos merece, o seu blog também...
Bjs e boa semana, Anete...
De quando em vez somos surpreendidos!
EliminarTenho, mais uma vez, de agradecer a todos os que nos dão mimos. Mas será que os textos que associo às fotos correspondem àquilo que queriam que eu fizesse? Não sei...
Bjs, boa semana.
Bom dia Paula,
ResponderEliminarSó agora descobri este verdadeiro tesouro.
Um poema lindíssimo de quem ama por demais a sua terra.
Gostei imenso. Além de belo muito bem construído e nota-se que saiu do coração do Autor.
Beijinhos
Ailime
Recordações de muita saudade para quem as viveu, Ailime!
EliminarBeijinhos e passe um ótimo dia.