Se há coisas muito bonitas e que merecem ser recordadas todos os anos: são as castanhas e os castanheiros. Aquilino Ribeiro numa entrevista dada a Igrejas Caeiro descreve-nos com uma grande sensibilidade o lugar onde nasceu:
- Eu nasci no meio dos castanheiros, na zona dos castanheiros. Sabe que o castanheiro é uma árvore bonita, uma árvore da força e da beleza...
- Frondosa... A árvore mágica não parece estranha ao entrevistador!...
- Mais que frondosa. Um castanheiro é uma cidade. É uma cidade para os pássaros. Há o peto real, há a poupa, há o melro, que fazem o ninho nos castanheiros...
Aquilino parece ter descido à sua infância.
- É um pequeno mundo...Parece que o entrevistador tem também um coração de menino!...
- Absolutamente. É um perfeito mundo. E depois as pastoras que vêm, com os seus tamanquinhos, britar o ouriço, com os britadores especiais, com a sua capuchinha para apanhar as castanhas, todas as manhãs, quando vem um bafo de vento. Tem muita graça. E quando elas se começam a rir?!...A castanha é uma coisa muito bonita!...
Como não há duas leituras iguais e depois, a cada época sua leitura, hoje ao ler esta entrevista lembrei-me dos meus avós, tias e tios que já partiram...
Havia um souto, herança do meu avô Cavaca, no terreno da Moradia; as minhas tias, Júlia e Margarida, foram para lá muitas vezes apanhar as castanhas logo pela manhã, antes de seguirem para a escola, ainda com o terreno orvalhado da noite, pois quando as castanhas estão na sua força de cair (estou agora a escrever como se ainda lá houvesse castanheiros, atenção: não há!) tinham de ser apanhadas duas ou três vezes ao dia para que mãos alheias não se aproveitassem delas.
A pobreza levava muita gente a apoderar-se do alheio, sobretudo do que era menos comum haver na aldeia.
A partir da apanha qualquer pessoa poderia ir lá fazer o rebusco
Reforçamos, assim, a memória e a saudade, para que, cada um à sua maneira, não se esqueça que só somos eternos se tivermos memória e a passarmos aos vindouros.
Resido na zona de lisboa. Confesso que nunca vi, inloco um castanheiro
ResponderEliminar.
Um domingo feliz … Saudações cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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É das árvores mais bonitas que conheço, em qualquer altura do ano, mesmo quando está totalmente despida de folhas.
EliminarBom domingo!
Acredito que seja mesmo uma árvore fascinante
Eliminar.
Um domingo feliz. Cumprimentos poéticos
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As castanheiras são lindas e adorei o teu post ler! Linda foto! beijos, ótimo NOVEMBRO! chica
ResponderEliminarÉ Majestosa!
EliminarIndo ao tema. É um texto de afetos. Imagino as vidas dos meus antepassados, por onde andaram, o que fizeram para viver/sobreviver...
Beijos, Bom Novembro!
A minha avó Carmo tinha dois castanheiros no terreno em frente da casa. São realmente belas árvores.
ResponderEliminarAbraço, saúde e uma boa semana
Nas palavras de Aquilino Ribeiro, o castanheiro “é o derradeiro gigante da nossa flora", o “rei da vegetação lusitana”.
EliminarBoa semana, abraço, saúde.
Boa tarde Paula,
ResponderEliminarAinda há dias vi castanhas a sorrir, mas não as fotografei!
(Situa-se o castanheiro no meio do recinto de uma feira e havia muitas pessoas em redor)!
São mesmo bonitas.
Magnífica entrevista de Aquilino a Igrejas Caeiro.
Uma bela partilha.
Beijinhos e uma boa semana.
Ailime
Ailime
Olá Ailime,
EliminarA entrevista é histórica e pode-se dizer que o castanheiro é uma árvore domesticada.
Beijinhos e uma semana boa para si também.
O tema e o texto são muito bonitos, também a foto. O castanheiro é uma cidade bem preciosa, os pássaros devem amar o aconchego.
ResponderEliminarUm grande abraço e feliz Novembro...
Obrigada, Anete.
EliminarOs dos seus troncos talocos (cavernosos) abrigavam também muita gente da chuva, sobretudo os nossos pastores.
Bom mês de Novembro, bjs.
Cheguei neste finzinho de domingo para lhe desejar uma ótima semana. Muita paz e o meu abraço...
EliminarVenho apenas sorrir num passeio nostálgico.
ResponderEliminarJá lá vão muitos anos, garotitos quase a entrar na escola, mas bem acostumados à terra e seus afazeres e a gente acatava de bom grado, as incumbências por mais custosas que fossem...
Mais custoso que ir regrar os cancelos na erva dos lameiros para as ovelhas, era a ventania feroz que quase levava pelos ares, o chupão da casa e estava a manhã feita, vinham os pais e avós armados de sacas de serapilheira e havia que ser expedito, dizia o meu avô Francisco que na Pardamaia os castanheiros tinham o chão de varrer, e tinham, ele já lá havia ido de madrugada e eram canastras delas e vieram as melhores.
Amainado o tempo, aí íamos nós, eu, a Zita e poucos mais a bater nos ouriços e elas a saltar para fora, era um gozo que hoje me traz à lembrança a flor do castanheiro, cheiro do mel e as tranças que delas fazia o Luis Marques a quem perguntei estas lembranças e das quais recorda o cheiro.
Pena a moléstia que veio...
Abençoado seja quem zela pela memória de quem viveu por aqui e deixou história no que fez, no que viveu...e no que nos deixou!
EliminarNa nossa toponímia ficaram vestígios; por exemplo o Castiçal, mas o nome correto é Canstiçal e ainda não há muitos anos, estava lá a cepa de um castanheiro gigante. Os da Pardamaia (pertença do tio Luís Moreira) e da Gândara, são os da minha lembrança. Altos, talvez centenários. Quando as castanhas começavam a dar um ar de sua graça lá íamos, sorrateiramente, apanhar umas castanhas do chão ou da árvore, que comíamos cruas. Nesses tempos qualquer coisa servia para nos divertirmos.
Do cheiro da flor do castanheiro não gosto e a flor também não é muito bonita. Mas gostos não se discutem.
Boa Noite
ResponderEliminarA minha infância teve também essa coisa linda de lidar com ouriços ,
caídos , castanhas e castanheiros .
Tento lembrar - me se nas terras da
Família ou na dos vizinhos .Mas sei
que sim . Castanheiros e castanhas
estiveram no meu caminho ....
Mas também sei que castanhas já me levaram ás urgências da Lapa num Domingo de Outono outrora .
A médica veterana exclamou :
" Castanhas á noite Sr Antonio ? "
Passou a dor .Ficou a lição .
Bom dia De Finados
Boa Semana
Boas castanhas .
Bom S Marinho
Abraço
Antônio Miguel Gouveia
"Perdoa-se o mal que faz pelo bem que sabe" conhece esta expressão popular.
EliminarMas por momentos pensei que o António se tivesse picado a apanhar castanhas, pois os ouriços são muito ingratos para quem as apanha. Não têm dó nem piedade, ferram os seus picos nas mãos desprotegidas.
Bom Feriado de Todos os Santos. Na primeira parte do mês de Novembro temos muito que festejar!
Abraço
Boa Noite
EliminarCastanhas a 6.45€ / Kgs no
meu Bairro. Lembrei-me dos
ouriços e das picadas .Estas
picam mais ( no bolso ) que na infância ..🤣🤣🤣🤣
Tomara ter um castanheiro á porta de casa . Isto está um sarilho, mesmo na "Frutaria dos indianos " . Por causa
da Ucrânia . Ou dos ouriços ?
Boa Semana
Abraço
Antônio Miguel Gouveia
Conheço bem os castanheiros e também já apanhei umas castanhas que encontrei no meu caminhar!!!👏😘
ResponderEliminarHá várias espécies de castanhas que se podem encontrar. As que eu mais aprecio são as martainhas e longais, são mais saborosas e docinhas e ainda se descascam muito bem.
EliminarBj
Boa tarde. Obrigado pela visita e carinho. Bom final de semana com muita paz e saúde minha querida amiga Paula.
ResponderEliminarAdoro castanhas assadas!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
"Só somos eternos se tivermos memória e a passarmos aos vindouros" uma grande verdade.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Boa noite minha querida amiga. Infelizmente não tive a oportunidade de conhecer uma castanheira pessoalmente.
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