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domingo, 15 de setembro de 2019

Nas trincheiras da memória

Encontrei nos Livros Mestres informação de militares forninhenses. Os Livros Mestres ou de Matrícula foram criados por Lei de 7 de Julho de 1763 e vigoraram até 1908, ano em que foram extintos. Durante o tempo que durou a Lei 7, recrutaram-se mais de 100 forninhenses e não posso deixar de lembrar aqui dois ou três homens, do Regimento de Infantaria 24, sendo que o primeiro era o único irmão do meu bisavô Eduardo Albuquerque, filhos de António de Albuquerque Janela e de Maria Fernandes (Cavaca):

Henrique Albuquerque - Forninhos

O meu avô Eduardo nasceu em 1862 e o seu irmão, Henrique, nasceu  em 1867, a 27 de Julho, jornaleiro, media 1,64, tinha cabelo louro e olhos castanhos, rosto redondo, nariz chato, cor natural, boca regular.
Serviu por doze anos e teve exemplar comportamento militar
Mas interessante é também o facto de se referir o seguinte: "Tendo sido o concelho d' Aguiar da Beira anexado no districto de recrutamento e reserva n.º 15, por decreto de 26 de Dezembro de 1895, foi transferido para este districto em 1 de Fevereiro de 1896. Continua domiciliado na freguesia de Forninhos anexada por decreto de 26 de Junho ao concelho de Trancoso. (...).
Continua domiciliado na freguesia de Forninhos anexada por decreto de 13 de Janeiro de 1898 ao concelho de Aguiar da Beira, do mesmo districto de recrutamento e reserva.

Matias Guerra - Forninhos
Nasceu a 13 de Fevereiro de 1862, era filho de Luís Guerra e Margarida Angélica, tinha o cabelo e olhos castanhos, nariz regular, rosto redondo e cor natural. A sua altura era de 1,54 e a sua profissão era de criado de servir.
Contém informações sobre a sua carreira militar (clicar na imagem).

Francisco de Almeida - Valagotes/Forninhos
Cultivador. Altura: 1,58
Nasceu no dia 24 de Fevereiro de 1882, tinha cabelo e olhos castanhos, nariz chato, boca regular, rosto oval e cor natural.
Era filho de António Almeida e Antónia Gomes.
Contém informações sobre a sua carreira militar (clicar na imagem).

Curiosidade: Todos de estatura pequena.

Fonte: Aquivo Militar, Livro 20 do Regimento de Infantaria 24.

22 comentários:

  1. Como é bom encontrar dados dos familiares ou amigos em registros assim,não! Muito interessante! beijos, chica

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    1. É por pérolas como estas que ainda vou alimentando este blog.
      Boa semana, beijos.

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  2. Parabéns Paula, sei que nutres uma especial procura pelos "nossos" e eu melhor que ninguém percebe as dificuldades e tempos infindos em pesquisas para deixares "alguma" coisa deles, sepultados nas nossas memórias.
    Agora, os mesmos que celebram tantas coisas mas incapazes de procurarem o que quer que seja da nossa história, ainda são capazes de ostentar um riso sarcástrico de desdém "sei,lá, foi Ha tantos anos, que interessa...", depois ouvem um ou outro idoso a comentar: "falaram de fulano e cicrano, sabes de alguma coisa...".
    Claro que não...

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    1. Tudo começou há cerca de dois anos, quando procurei a informação do avô "ferreiro" que teve 9 filhos.
      Pedi ajuda e comecei a recolher informações geneológicas, cujos frutos "os mesmos que celebram tantas coisas" já tiveram oportunidade de saborear.
      Entretanto, após as publicações de 17 de Setembro e 13 de Outubro de 2018, encontrei mais elementos na genealogia do meu avô Cavaca.
      Que continuemos assim, capazes de descobrir...descobrir...
      descobrir...

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  3. Tão interessante a sua descoberta!!!
    Bj

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  4. Desde o tema do post aos dados que trouxe, os meus aplausos, Paula! Importante demais registrar fatos assim.
    O meu abraço e carinho... Hoje no Fragmentos Poéticos me referi a você...

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    1. Foi o Xico que escolheu o tema, para dizer que nas trincheiras estão guardadas memórias.
      Abr/Bom fs.

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  5. Boa tarde Paula,
    Que registos preciosos esses com informações de familiares já tão antigos!
    Uma das coisas que eu ainda gostaria de pesquisar era sobre os meus antepassados paternos, já que dos maternos ainda conheci bisavós!
    Acho difícil e não sei até que ponto no registo civil do concelho eles existam.
    Um beijinho e continuação de boa smeana.
    Ailime

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    1. Boa tarde Ailime,
      Para saber o nome dos seus bisavós paternos, basta pedir uma certidão de nascimento completa do seu pai, através da Conservatória do Registo Civil ou da página do Instituto dos Registos e Notariado. Nela constam o nome dos pais e dos avós do seu pai.
      Para recuar, existe um sítio na internet que tem registos anteriores a 1911:

      http://www.genregis.com/

      Beijinhos.

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  6. Muito interessante descobrir os registos dos antepassados.
    Tenho os registos do nascimento e casamento dos meus bisavós maternos, que nem minha mãe conheceu.
    Abraço

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    1. A minha mãe sequer conheceu os avôs, só conheceu as avós.
      Estou a fazer a árvore, mas como do seu lado paterno houve alguns filhos ilegítimos, está quase acabada, embora nunca definitiva.
      Um abraço.

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  7. Anónimo9/20/2019

    Prima Paula:
    Felicito te pela tua grande vocação e qualidade de investigadora, sempre a querer saber mais e mais.Mtos parabéns,Paula.
    Com a esperança de poder acrescentar alguma coisa ao que descobriste sobre o nosso parentesco familiar,do que consegui averiguar da arvore genealógica dos meus pais e avós, somos primos pelo lado do meu avô António Marques,irmão do Luis Marques tio do teu avô Antoninho, e somos primos também pelo lado da minha avó Maria de Albuquerque.filha do Henrique Albuquerque.
    Daí o nome por que era conhecida:” Maria do Henrique”ou “ Maria Henriques”.
    Além disso,ouvi sempre dizer a minha avó Rita( Maria de Jesus Guerra) que era prima da mãe da tua avó.Nao consegui saber por que parte familiar.E foram sempre muito amigas.Em garoto ,fui algumas vezes a matação a casa da “tia Jesus.”...
    Há ainda o lado do teu avô José “Cavaca” que o meu pai tratou sempre como nosso primo.Gostava de saber por que ramo familiar.
    também gostava de saber onde é que o meu avô António Marques serviu na guerra de 1914,se em França ou em Moçambique, ou em ambos os lados.Foi soldado do regimento de cavalaria en Viseu no actual edifício do seminário maior,no Largo Sta Cristina onde eu estudei.Coincidencias que atravessam nossos destinos e caminhos.
    Permite-me agradecer-te toda a investigação que,com muito trabalho e determinação,tens levado a cabo e partilhado com quem aprecia a nossa terra e o conhecimento das origens telúricas das nossas gentes.
    Como vai o Xico?Envio lhe um forte abraço .
    Bjs
    Ilídio

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    1. Com o que escreveu cheguei à emoção, primo Ilídio.

      Mas um esclarecimento, não somos primos pela parte da família Marques. O tio Luís Marques - irmão do seu avô Marques - era o marido da tia Eduarda, que irmã da minha bisavó Maria "Matela" (mãe do meu avô Antoninho), da tia Antoninha, e da mãe da D. Filomena Baptista, que se chamava segundo o maior número de informações, Mariana.
      O meu bisavô era o António Rodrigues, conhecido por "António Matela". O tio Luís Marques era parente familiar dos "Matelas", por vínculo matrimonial, não por vínculo sanguíneo.

      Somos primos, sim, pela parte da sua avó "Rita" (Maria de Jesus Guerra) que era irmã do meu bisavô - Maximiano Guerra - pai da minha avó Jesus que também se chamava Maria de Jesus Guerra. A sua avó era tia e madrinha da minha avó. A avó Jesus e a sua mãe (Júlia) eram primas direitas. Daí irem lá à matação. A palavra correcta até pode ser matança, mas as pessoas de Forninhos, dizem matação e comem sopa da matação. Obrigada por escrever tal e qual.

      E, do lado dos Cavacas somos primos também. O seu bisavô Henrique era o único irmão do meu bisavô Eduardo, que era o pai do meu avô Cavaca. Mas enquanto o Eduardo Albuquerque teve 6 filhos:

      - António Albuquerque, emigrou para o Brasil
      - Maria dos Prazeres (mulher do tio Zé Carau)
      - José dos Santos Albuquerque (meu avô Cavaca)
      - Clementina Albuquerque
      - Rita Albuquerque
      - Ilídio Albuquerque, emigrou para o Brasil

      (repare que neste ramo já aparece o nome Ilídio)

      O Henrique Albuquerque só teve 2 filhas (sua avó Maria do Henrique e a Graça do Bartolomeu - esposa do tio Bartolomeu).
      Mas deste ramo também há um familiar que recebeu o nome Henrique (o Henrique Lopes, neto da Maria dos Prazeres).

      Quanto ao seu avô Marques e a Grande Guerra, as informações online que há são as relativas a combatentes que lutaram na Flandres.
      Mas há também informações dos combatentes que estiveram em Angola e Moçambique, mas acho que para as obter o Exército exige 5 euros por cada um.

      O Xico vai bem, também manda um forte abraço, temos de repetir o nosso almoço.
      Bjs,
      Paula

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  8. Não conhecia o seu blog e, por isso, dei uma vista de olhos geral. E fiquei encantado com o propósito, altamente louvável, de "desenterrar" a história da aldeia e criar um arquivo onde toda a gente pode ter acesso.
    Parabéns pela iniciativa, que devia ser seguida por muitos...
    Paula, tenha um bom domingo e uma boa semana.
    Beijo.

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    1. Obrigada, o que se conseguiu ultrapassou tudo o que se podia ambicionar no projeto inicial.
      Começámos há 10 anos; 10 anos é muito tempo, muitos dias e muitas horas "a blogar", como cantava Paulo de Carvalho.
      Estou satisfeita exactamente por "desenterrar" a história da aldeia.
      Boa semana, bj.

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  9. Uma descoberta muito interessante minha amiga e aproveito para desejar um bom Domingo.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

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  10. Olá Paula

    Sempre Notável.
    Bom Outono.
    Inspiradoras descobertas,
    Aliciantes estôrias..
    800 mil visualizações...quase
    Obra !!

    Abraço
    MG

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    1. Falta o quase...
      O número de leitores do blog acho que aumentou muito por o blog já ter muito material que aparece nas buscas por temas, sendo por isso consultado por gente completamente alheia à freguesia de Forninhos, seja em Portugal ou no estrangeiro.
      Mas os forninhenses a viver fora, seja noutras terras portuguesas ou em países de diferentes continentes, serão dos mais fiéis seguidores!
      Abraço/Bom Outono.

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  11. Parabéns Paula, excelente trabalho, eu nem sei o que dizer com tantos familiares antigos. Compreendo agora o porquê da Sra Filomena Baptista e seu filho serem os meus padrinhos de baptisado. O meu nome ter sido escolhido como Henrique, meus pais já me tinham dito que era o nome de um familiar antigo. Não via era a ligação da família Guerrilha, agora esclarecida. Afinal cada vez mais, em Forninhos, somos todos primos.
    Por mim, estou bastante grato, bem haja.
    Henrique Lopes

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    1. Henrique, eu também te agradeço o interesse com que segues o blog.
      Nos próximos dias publicarei mais um artigo interessante para a história de Forninhos.
      Boa semana.

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