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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tradições, Contos e Lendas de Natal

NA SAUDADE QUE A TODOS TOCA, MENOS NOVOS E MAIS VELHOS, TODOS TEMOS RECORDAÇÕES, QUE A MENORIA NAO ESQUECE, E A TODOS ENGRANDECE.
PERGUNTEM AOS PAIS OU AVÓS, O QUE ERA O PASSADO, O QUE MUDOU ENTRETANTO; PEÇAM-LHES HISTÓRIAS E PARTILHEM AQUI!

14 comentários:

  1. As tradições desta Quadra, acho eu, que são de um modo geral, todas mais ou menos parecidas com as das outras terras da região e dos meios rurais do país.
    Segundo o que recolhi, junto dos meus pais, no passado a noite de consoada costumava ser passada junto à Fonte da Lameira. Acendia-se ali o sempre indispensável Cepo de Natal, e à volta juntava-se toda a população de Forninhos, onde todos se aqueciam e cantavam canções de natal de antigamente. Havia o espírito de união e amizade, que lamentável e infelizmente hoje se perdeu e, assim, se vão perdendo também as bonitas tradições da nossa terra.
    Havia também a tradição de, já pela madrugada, os mais farristas comerem umas galinhas…

    Também por toda a parte, se contam contos e lendas de Natal. Deixo-vos, assim, uma lenda de Natal centrada na infância de Jesus:

    Conta a lenda que, quando a Sagrada Família fugia (para o Egipto, para escapar à perseguição de Herodes), colocou as ferraduras do burro ao contrário, de modo a que as marcas ficassem viradas na direcção oposta à que seguia, iludindo assim os perseguidores.
    A lenda também conta que, na sua fuga, a Sagrada Família passou por um campo de tremoços. Ora, uma plantação de tremoços já secos faz bastante barulho, porque os tremoços chocalham dentro das vagens. Como esse barulho denunciava a Sagrada Família em fuga, Nossa Senhora amaldiçoou os tremoços e é por isso, diz o povo, que «os tremoços não matam a fome a ninguém, por muitos que se coma». Não sei se os tremoços são ou não muito nutritivos, mas pelo menos o povo considera-os um simples entretém sem qualquer utilidade para matar a fome. Sorte diferente da dos tremoços teve uma seara de trigo, que, como não podia deixar de ser, dada a simbologia e a importância do pão na nossa cultura, foi abençoado por Nossa Senhora.

    Festas Felizes!

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  2. Aqui ha varios anos, a tradiçao mandava que a coberto da noite, roubassemos lenha para o cepo.
    La iamos nos, malta unida na aventura, sorrateiramente "vandalizar", os pateos, de preferencia os que nao tivessem caes a guardar.
    Vou recordar aqui uma historia que aconteceu com o meu falecido pai e na qual colaborei e ajudei a orquestrar.
    Combinamos ir ao Tio Alfredo (meu pai), pedir um cantaro de vinho para animar a malta do cepo, ja que gramavamos a noite inteira, mesmo que nevasse.
    Dito e feito!
    O meu pai pos o vinho a disposiçao da troupe e ainda pediu a minha mae para fritar uma chouriça e traze-la para a adega, p'ro pessoal beber uns canecos a ver se aqueciam.
    Copo atras de copo, uns iam entrando na adega, outros saindo, mas...
    Outros com ele entretido na adega, carregaram uns valentes troncos de pinheiro para o largo da lameira.
    Nao se chateou, era Natal e ele era assim!

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  3. Gosto de recordar estes tempos antigos, em que tudo era mais genuino e sincero,
    Nesta quadra e naquela altura, em que a ASAE nao existia, praticamente nao era crime ou pecado, "roubar" uma galinhita ao Tio Luis Catrino que Deus tenha, ou a qualquer outro(salvo muito raras excepçoes), como acontecia com a madeira para o cepo.
    Tenho umm grande, mas grande amigo em Forninhos, o Tio Antonio Carau, e tambem ficou sem a burra de serrar a madeira!
    Foi direitinha para o cepo e continuamos amigos.
    O que mais gostava mesmo, era ja quase madrugada, juntamente com o meu primo Graciano (irmao da Iracema), o meu primo Ze Pego e outros, assarmos um coelhito, em casa da minha tia Laura, mae da Iracema.
    Coelho roubado, claro, senao nao tinha piada, mas roubado com alto nivel!
    Era assim:
    A minha tia Augusta, ja falecida, que morava no Outeiro, perto da casa do Cavaca, tinha criaçao, entre ela coelhos.
    Quando precisavamos do petisco, la ia sorrateiro a coelheira e o primeiro que apanhasse, matava-o com duas pancadas atras da nuca, mas deixava ficar o coelho.
    Na manha seguinte la ia a minha tia a casa dos meus pais a pedir se lhe ia enterrar mais um coelho que tinha morrido, deviam andar com molestia...
    Mostrava pena, guardava o coelho e dava-me vinte e cinco tostoes pelo trabalho.
    Petisco para a noite ja estava garantido.

    Que Deus me perdoe,mas a este nao roubei nada!
    Feliz Natal

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  4. Óptimo relato de Natais passados, Xico. Mesmo sem a Leopoldina já eram bastante coloridos. Vale sempre a pena recordar e valorizar a entrega, quer chovesse ou nevasse, de tantas gerações de jovens que sempre com vontade e amor tudo fizeram para manter vivas as tradições da terra e que a TODOS devia orgulhar.
    Era aos rapazes que cabia arranjar o Cepo para arder na noite da Consoada, para a todos aquecer e animar a rapaziada pela noite dentro…mas o Natal era também a festa do Menino Jesus e das filhós. Eram contadas muitas histórias sobre o Deus Menino, à volta do lume, a lareira, onde todos se aqueciam e se cozinhava em panelas de ferro negras, com três pernas. Quanto às filhós, feitas com os ovos que se vinham guardando para este dia, eram fritas em enormes quantidades e constituíam o alimento principal durante, se calhar, duas semanas. Era difícil haver uma casa onde não se fizessem filhós, na tarde do dia 24 já o cheirinho das filhós andava pelas ruas de Forninhos…hum…sabia tão bem naquela altura comer umas filhós acabadas de fritar, quentinhas, polvilhadas com açúcar. São estes rituais dentro de casa que melhor recordo do natal antigo. A minha mãe a esticar a massa e a fritar as filhós; eu, a virá-las e a polvilhá-las com açúcar e canela. Ainda hoje gosto de o fazer e tenho de comer a última, feita com os “remendos” da massa. É a que mais aprecio. Além de muitas filhós, fazia-se também arroz-doce e leite-creme caseiro e nas travessas por todo o lado se escrevia “Bom Natal” e "Feliz Natal" nos enfeites com pó de canela.
    Depois seguia-se a preparação da Ceia, o bacalhau, batatas e couves, regado com bom azeite.
    Depois da noite, o grande acontecimento era ir à missa para beijar o Menino Jesus. Dentro da Igreja às vezes o frio era de rachar. Mas era bonito! Cantavam-se canções alusivas “Ó Menino Jesus” e “Cristãos Alegria que Nasceu Jesus”.Pertencia aos homens serem os primeiros a beijar o Menino Jesus, depois seguiam-se as mulheres. Ainda hoje o dia 25 é um bocadinho assim.
    O almoço de Natal também tinha comida de festa.

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  5. Boa tarde concidadaos Forninhenses.
    Antes de mais, como usual e sentido, voto de festas felizes; para todos, todos sem excepçao!
    Eu que estou mais ou menos ausente, sem deixar de estar dentro do possivel, participativo, Sinto-me triste, numa altura de alegria.
    No anterior Blog e em parte deste, privilegiou-se a beleza, bem-receber e educaçao desta terra, sem distinçoes, terra digna e honrada que era e sera sempre.
    Bonita terra.
    Estou a entregar-me de alma e coraçao a este Blog, quer queiram, quer nao.
    Se tiver de elogiar, elogio, se tiver de criticar, critico, na certeza porem, de que a minha terra, independentemente de politicas, estara acima de tudo, dado que falamos de um meio familiar.
    Triste, pela pouca participaçao nos comentarios do Blog.
    O que falta, digam?
    Problemas de rede, desinteresse, falta de tempo ou recordaçoes?
    Nao acredito.
    Nao quero acreditar que queiram a morte deste Blog: PERDA DE TEMPO!
    Se for por questoes politicas , que nem imagino, dado os colaboradores do anterior
    Blog, obrigam-me a dizer presente e a mudar a minha vida, pois um pouco distante, sou tao Forninhense como qualquer um.
    Unam-se pela Vossa Terra, caramba!
    Tanta coisa para fazer e tanto esforço para dizer o que foi meio-feito.
    Quer queiram, quer nao, isto tambem tem espirito de Natal:
    SR. PRESIDENTE, tem aqui um motivo de orgulho de alguns ou alguem (PAULA), fazer chegar longe, muito longe, esta terra, tradiçoes e honra.
    Honre-nos com a sua colaboraçao.

    Festas Felizes.

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  6. Pois é mais um Natal que se aproxima a passos largos, em que para nós adultos parece que já não é coo antigamente, embora saibamos que está um pouco diferente, já quase não se junta ninguém em volta da fogueira de natal, porque hoje as familias estão mais dispersas, e muitas vezes a distancia a isso não permite o que é uma pena, por isso é que nos vêm á memória o passado, que o tempo teima em fazer mudar a tradição, como se diz a tradição já não é o que era.

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  7. É verdade, uma terra tão pequena e acolhedora e com tantos conflitos provocados pela politica, não tentem fazer mais só por fazer, fação-no mas com uma razão de ser, e os actos ficam com quem os pratica, por isso não tomo o partido de A ou de B, simplesmente apoio o que de bom se tem feito.
    BOM E FELIZ NATAL

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  8. As vicissitudes da vida, leva muitas vezes a alterar o comportamento das pessoas, uma vezes para melhor, outras para pior, felizmente que nesta altura do ano tudo esquece e é quando as saudades de um passado de que nos lembramos, está mais presente nas nossas memórias.
    A minha infância foi passada numa aldeia vizinha (Dornelas) onde os usos e costumes sempre foram idêntico, nem outra coisa podia ser, devido á proximidade. Aqui, havia rivalidade entre o povo e a lage grande, mas qualquer dos cepos eram bons, quer dizer, a fogueira era grande e ia desde o dia 24 ao dia de reis.
    A lenha, íamos busca-la aos pinhais, quando se não arranjava bois, levava-se o carro, e á força de muitos braços o carro vinha carregado na mesma, a lenha para o cepo não podia faltar. Pois este era o símbolo mais marcante dos jovens nesta época.
    Mais uma vez, um bom natal para todos, com muita paz e alegria.

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  9. Este post tem se centrado na fogueira, Cepo, porque sempre fez parte do nosso Natal e é das mais bonitas tradições da nossa terra. Umas vezes feito na Fonte da Lameira, outras vezes, junto ao Café do Sr. Vírgilo, outras vezes, no Largo da Lameira. Mas a verdade é que com mais ou menos pessoas, com união ou com divisão, a fogueira, o Cepo, sempre se fez. No ano de 2008, por exemplo, tanto na noite da consoada, como na noite do último dia desse ano, fez-se um bom e bonito Cepo e houve muita gente no Largo da Lameira. Vejam o post que fiz, com a imagem desse Cepo, ano de 2008 (post “O Natal da minha aldeia: Forninhos”).
    No ano passado, 2009, o Cepo também se fez, apenas não se acendeu. Esteve mau tempo, é verdade, mas o problema não foram as condições climáticas, porque essas verificaram-se por todo o país e o certo é que em muitos lugares do país foram acesos. O problema, além da lenha, que era verde, foi a falta de espírito de união e amizade. Amizade não há, há é grupos de pessoas. Esta é a principal razão porque as tradições mais bonitas da nossa terra se perdem e o que nos vai restando são as recordações e saudades dos bons tempos.
    Mas tenho esperança que este ano se vai fazer um grande e bonito Cepo de Natal no Largo da Lameira.
    **** FESTAS FELIZES*****

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  10. As tradições de natal mais simples e mais puras do mundo,são as lembranças que guardamos da nossa infância e que nos acompanharão por toda a vida.Hoje tudo é muito diferente, há muito consumismo e outros interesses.

    Festas Felizes.

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  11. É verdade, há lembranças de infância relativas as esta Quadra que nos acompanham sempre e por isso as recordamos e delas falamos com saudade. Eu sou do tempo em que era tradição colocar o sapatinho junto à chaminé. A noite do dia 24 era enorme... Eu e os meus irmãos acreditávamos mesmo que o Pai Natal descia pela chaminé e que era quem metia as prendas no nosso sapatinho. No dia 25 bem cedo a primeira coisa que fazíamos, ainda em pijama, era correr para ao pé da chaminé.
    Em Forninhos acho que houve uma altura em que todas as crianças tinham esse costume.
    Também existe uma lenda sobre a tradição de colocar os sapatinhos, ou, de pendurar meias, junto à chaminé.

    «Diz a lenda que São Nicolau teve conhecimento de que três moças muito pobres não podiam se casar porque não tinham dinheiro. Então, São Nicolau, comovido, durante a noite, para não ser visto, atirou moedas de ouro pela chaminé, as quais foram cair dentro das meias, que nela foram postas para secar junto ao fogo. Por esse motivo, surgiu a tradição de se colocar a meia ou o sapato na chaminé para que, na manhã do dia de Natal, neles fossem encontrados presentes.».

    Fonte: Natal no Mundo

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  12. Um continho de Natal:

    Era uma vez um homem que vivia do comercio. O homem andava de um lado para o outro a vender os seus produtos.
    Naquele dia , ele nao vendeu nada e voltou para casa. No caminho de volta, ele olhou para o horizonte e viu uma estrela muito brilhante e grande. Chegou a casa e sentiu uma irresistivel vontade de seguir a estrela. Despediu-se da familia e começou a sua caminhada atras da estrela. Levava pao, agua, vinho, uns bolos e dinheiro para o que fosse preciso.
    No caminho que seguiu, passou por uma cidade e la comprou um jumento para carregar as suas coisas. Estava muito cansado.
    Passado um pouco, viu um homem rico a sua frente e este disse-lhe:
    - Ja te vi aqui, nao es comerciante?
    - Sou, respondeu o homem que seguia a estrela, mas agora nao tenho nada para vender.
    - Nao tens ao menos um pao? a minha criada hoje faltou e nao temos pao em casa.
    - Tenho aqui um pouco, disse o comerciante, serve?
    - Serve sim, Toma la esta bolsa, disse o homem rico, atirando uma bolsa para a beira do comerciante - obrigado!
    - Obrigado eu, disse o comerciante.
    O homem rico la foi para casa e o comerciante abriu a bolsa e viu que estava cheia de dinheiro. Mas no deserto, o comerciante foi assaltado e so ficou com o jumento e alguma comida.
    Passados alguns dias, chegou a Belem. Continuou a seguir a estrela e viu uma gruta com um menino numa manjedoura e cinco pessoas: os tres Reis Magos, Nossa Senhora e Sao Jose.
    Os Reis tinham chegado havia pouco tempoe o comerciante, como nao tinha mais nada para oferecer, deu o jumento e pareceu-lhe que o Menino sorriu.
    Quando os reis Magos, ofereceram oiro, mirra e incenso, ja nao lhe pareceu ver o Menino a sorrir.
    E entao chegou a uma conclusao:
    O dinheiro nao traz toda a felicidade.

    O comerciante voltou para cada e sentiu-se muito feliz.

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  13. NATAL AO ACORDAR.

    Dormia com a minha avozinha,
    Debaixo de quatro mantas,
    Acordava tao quentinho,
    Mas saltava p'ra cozinha,
    para ver o sapatinho.

    Sempre houve qualquer coisinha,
    Conforme o que se podia,
    Era dia de Natal.
    Diferente era a alegria.

    A seguir estremunhado,
    Espreitava pela janela,
    Tanta neve na Matela,
    O lameiro do Ti Esmael,
    Era farinha de moleiro,
    Tal a brancura infinita,
    Que cobria o meu Outeiro.

    O fumo das chamines,
    Ainda o galo cantava,
    Acordava a freguesia,
    E Jesus rejubilava.

    Um Santo Natal para todos, do fundo do coraçao.

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  14. SAPATINHO DE NATAL.
    Também há uma lenda para explicar o costume de, no Natal, colocar na lareira o sapato que, depois, vai receber as prendas.
    Quando, na noite de 24 de Dezembro de 286, os irmãos Crispim e Crispiano fugiam às perseguições, em Crepy-Valois, fartaram-se de bater às portas das casas, mas ninguém lhes deu abrigo.
    Acolheu-os, numa cabana escondida num bosque, quase a desmoronar-se, uma viúva que vivia miseravelmente com o filho. Deu-lhes uma tigela de caldo de couves e dois nacos de pão negro.
    Contentes, os dois irmãos que eram soqueiros, pediram a Deus que recompensasse a generosidade da viúva.
    Crispim viu a um canto um par de socos velhos, do rapazinho. Fez um par deles novos e colocou-os na lareira enquanto a viúva e o filho dormiam. Quando estes acordaram, repararam que os dois hóspedes tinham desaparecido e na lareira estava um par de socos novos, transbordando de moedas de oiro.

    Desde o século III, segundo a lenda, todas as crianças põem os socos na lareira, na esperança de que se repita o milagre feito por intermédio dos santos padroeiros dos sapateiros.
    S. Crispim e Crispiano.

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