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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dia de São Martinho: 11 Novembro

S. Martinho, foi um santo que dividiu o seu manto (agasalho) com um mendigo que estava ao frio. Daí que por este tempo de Outono, costuma haver dias de sol intenso, o Verão de S. Martinho, que é ideal para apanhar as castanhas e fazer os magustos no campo, com os amigos e como o vinho na pipa está já limpo, prova-se nesta altura o vinho novo.


Diz-se em Forninhos "No dia de S. Martinho vai-se a adega e fura-se o pipinho"

Outra sugestão deliciosa é a mistura do sabor das castanhas quentinhas com doce de abóbora:

Experimentem com as castanhas!

Porque penso ser benéfico dar a conhecer os nossos produtos regionais, doçaria tradicional e regional, o melhor sabor das compotas caseiras, contribuam com outras sugestões para esta festa de convívio familiar, escolar e comunitário.

19 comentários:

  1. Olá!!!!
    Hummm!!!! doce de abóbora...e com castanhas? ...que delícia!!!!!!!
    Humm!! será que os doces de abóboras dos forninhenses são como os nossos daqui?...
    obrigada pelas dicas para minha cozinha...adorei!!!
    beijinho
    Tina (MEU CANTINHO NA ROÇA)

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  2. O nosso doce de abóbora é preparado da seguinte maneira:
    Deita-se dentro de uma panela a abóbora bem lavada, sem casca, nem pevides e cortada em pequenos pedaços. Junta-se-lhe açúcar e 1 pau de canela. Mexe-se para misturar tudo e leva-se ao lume brando para cozer lentamente. Há quem use pó de canela em vez de pau de canela (a minha mãe prefere o pau de canela).
    De vez em quando mexe-se com uma colher de pau, para não pegar no fundo e deixa-se atingir o ponto de estrada (quando se deita um pouco de doce num prato e ao passar com a colher de pau, forma-se uma "estrada").
    Retira-se do lume e deixa-se arrefecer, deita-se dentro de frascos ou taças.
    É um doce que serve para barrar fatias de pão e bolachas. É também servido com nozes e castanhas e também com requeijão, que é outro produto da nossa região e que acompanha muito bem com castanhas.

    Temos muitos produtos da nossa terra que têm tudo para se transformar nas melhores compotas caseiras.
    Em Forninhos predomina a agricultura, sempre se cultivaram muitos produtos da horta, as abóboras são um destes produtos, que antigamente se guardavam na “dispensa” para as viandas de engorda dos porcos, mas também para fazer o doce de abóbora.
    Eu não me canso de dizer que o que é nosso é bom e que se não formos nós a valorizar as coisas que são nossas, por mais simples que sejam, quem o fará?

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  3. Ainda há poucos dias atrás, vi minha mulher a fazer o tal docinho que eu não troco pela manteiga ao pequeno-almoço, mesmo durante todo o ano, a minha primeira refeição diária, é mesmo o da foto acima.
    Por curiosidade, e depois de ver este post , também perguntei a minha mulher, qual a maneira de fazer este doce. A receita é a mesma da mãe da Paula, mas junta-lhe um pouquito de casca de limão, e para 5 kg de abóbora junta 2 kg de açúcar. Diz que põe pouco açúcar porque o guarda na geleira, porque quando assim não é, tem de levar mais açúcar para não criar bolor.
    Não percebo muito destas coisas, mas que é bom… é.
    Na nossa terra estraga-se mutas e variados frutos como: maçã, pêssego, figos, cerejas, peras, ameixas e tantos outros como marmelos e até amoras silvestres que abundam nesta terra e podiam muito bem ser aproveitadas para compotas, seria uma boa maneira de se fazer alguns ganhos extras numa altura de tantas dificuldades.

    Um abraço a todos e fiquem com a água na boca porque por aqui não posso mandar a prova do doce de abóbora.

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  4. Faço votos para que tenham passado um bom dia de S. Martinho.
    Para mim foi um dia triste, porque insperadamente nesse dia tive de ir a Forninhos ao funeral da minha tia Rosa e voltar para LIsboa a seguir ao almoço.
    Mas de noite, em casa, ainda provei umas castanhas com requeijao.
    Ha tambem quem diga que o o S. Martinho e o dia dos Amadores (do tinto)....

    Um abraço

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  5. A minha mãe também costuma juntar uma casca de laranja ou limão e também reduz no açúcar, por cada kilo de abóbora junta meio kilo de açúcar, mas ontem como bebi água-pé a mais (acho que não tinha muita água hehehe), não devo ter tomado bem nota da receita ;)
    Como bem diz o Sr. Eduardo, na nossa terra estraga-se muita coisa e desvaloriza-se ainda mais! Temos imensos exemplos de produtos de excelência que se podem elaborar numa aldeia como a nossa, aproveitando-se o que a natureza nos proporciona: boa fruta, bom mel, bom azeite, boa tradição na feitura dos doces e compotas caseiras. Sou de opinião que devia valorizar-se mais o trabalho dos agricultores e haver iniciativas e apoios para a produção, transformação e comercialização dos nossos produtos.
    A minha mãe conta que quando era rapariga, havia no Centro (hoje Casa Mortuária) cursos onde aprendiam a cozinhar, a costurar, bordar, etc... além da participação de raparigas da aldeia, vinham também ali aprender raparigas de outras localidades, Matela, Penaverde e até Queiriz.
    Porque não um curso nesta categoria, na nossa aldeia, para que as novas gerações aprendam a confeccionar compotas, doces e até concentrados com cebola, tomate, alho e azeite?

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  6. Oi Paula
    Tambem moro em uma "aldeia", dizemos aqui um Distrito totalmente rural, somos cafeicultores, mas plantamos tambem, aboboras, milho, feijão, e muito mais...amo minha vida na roça, amo minha "aldeia"...e amo doce de abóbora, com um queijinho mineiro hummm!!!!! Nossos queijos são tambem reconhecidos, quem nunca ouviu falar do queijo mineiro!
    Pois é Minas , com em Forninhos, tambem tem muita coisa linda e deliciosa para se mostrar,precisa-se mesmo valorizar mais o nosso trabalho , agricultores.
    beijinho amiga
    Vou viajar com o gostinho do doce de abobora Forninhense na imaginação...
    um final de semana lindo e abençoado para voce
    Tina (MEU CANTINHO NA ROÇA)

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  7. Olá

    No dia de S.Martinho vai-se à adega e fura-se o pipinho. Também não faltam as castanhas assadas,a geropiga e o requeijão. Para quem não sabe este é feito do soro,ou,seja primeiro temos o leite das ovelhas,depois mistura-se o sal e o cardo que é uma planta.Esmaga-se a flor dessa planta com o sal e junta-se ao leite para se fazer o queijo, depois é que sai o soro e leva-se ao lume brando para juntar a coalhada, é dessa coalhada que se deita num cestinho próprio e daí sai o requeijão que se come fresco.

    Um abraço
    Iracema

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  8. Olá!
    Vi o seu convite no blog da Tina e resolvi passar por aqui.Sou muito curiosa. Aqui onde moro é comum colocar coco ralado no doce de abóbora.Um abraço.

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  9. A natureza, apesar de mal tratada por aqueles que a deviam proteger, ainda nos vai brindando com alguns produtos que serviram ao longo dos séculos para alimento e as delícias do homem.
    Para quem nos lê e por ventura não sabe, os frutos, legumes, tubérculos etc. não são iguais todos os anos, principalmente quando são criados sujeitos aos caprichos da natureza como ainda é em forninhos, e não em estufas que é tudo sempre igual.
    Este ano, entre mais alguns produtos, estão a castanha que é de excelente qualidade, e as uvas que deram também um bom ano de vinho, em quantidade e qualidade.
    Em forninhos há muito pouca castanha, embora, em terras vizinhas do sul (terras de Algodres) aja mais, mas as mais famosas, pela quantidade e qualidade em especial, são as de Trancoso e Sernancelhe. Já para a boa pinga e jeropiga, cá estamos nós.
    Bom apetite.

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  10. As castanhas, são nesta época, as grandes vedetas no que toca a frutos do Outono, comem-se de quase todas as maneiras, cruas, assadas ou cozidas. Na nossa terra dá-se um corte especial, quando cozidas.

    Quanto aos MAGUSTOS:
    Quando andei na escola primária (Forninhos) e catequese havia sempre magustos, um da escola, outro da catequese. Havia primeiro um lanche e de seguida o magusto. Para esse lanche era pedido para trazer algo para beber e comer. Como se tratava de crianças a bebida que reinava nessa altura era a gasosa e laranjada. Para o lanche, para acompanhar com fatias de pão, levava-se requeijões (estes sempre em menor quantidade), doce de abóbora, doce de tomate, geleia de marmelo e marmelada. Apareciam também umas avelãs e nozes, óptimas também para esta época.
    Depois do lanche seguia-se então o MAGUSTO, que era sempre feito ao ar livre, já que consistia em fazer-se uma fogueira, sem brasas, utilizava-se a caruma dos pinheiros que era assim misturada com as castanhas e ateava-se o fogo. Enquanto ardia, ía-se mexendo com uma vara, para as castanhas não queimarem, mas apenas assarem. Depois íamos retirando as castanhas deste lume, que estavam quentes, claro, e com a casca em carvão, isso deixava as mãos pretas e acabávamos por nos enfarruscar uns aos outros. O que é certo é que havia muita diversão, pois este era um ritual de amizade e muita alegria.

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  11. Mas para além das castanhas, nestes dias frescos de Outono também sabe sempre bem um doce, uns marmelos cozidos polvilhados com açúcar ou umas maçãs reineta assadas com pau de canela, açúcar e vinho do Porto.
    Um sabor que também devem experimentar com as castanhas é o doce de ameixa, outro fruto da nossa terra, a melhor, para mim, é a ameixa Rainha Cláudia que são uma delícia frescas ou transformadas em doce, em calda ou até secas. Para quem não conhece a ameixa Raínha Cláudia, é uma ameixa pequena, com pele verde e com uma polpa firme, doce e sumarenta.

    Um fim-de-semana muito doce a todos *.*

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  12. Olá amigos cá estou de novo, S.Martinho uma quadra muito de agrado de alguns (muitos), porque além de se comer a bela castanha, chegou a hora de provar o vinho, este ano o S. Martinho não foi tão generoso como nos anos que passaram, uma vez porque o verão tão caracteristico desta data não se fez sentir, CASTANHAS, quem não gosta deste fruto que pode ser consumido de diversas maneiras, na minha terra é acompanhada pela bela água-pé ou pela geropiga em algumas zonas é conhecida como abafado, espero que tenham passado um bom S. Martinho.

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  13. quando se tem uma grande superficie comercial por perto, perde-se muito a vontade de se aprender e de fazer os belos doces caseiros, eu pessoalmente faço marmelada e doce de abobora gila uma verdadeira delicia, mas como já foi dito e bem, não sabemos aproveitar o que a mãe natureza nos dá.

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  14. Para além dos magustos da escola e da catequese como a Paula conta tambem havia antigamente outro tipo de magusto que eram feitos e não foi há muitos anos que era um grupo que se juntava para ir aos castanheiros apanhar castanhas do chão e também os ouriços que estivessem abertos nos castanheiros batiam-se com uma vara para eles caírem no chão e apanhavam-se as castanhas. Depois eram enterradas num buraco, na terra. O magusto era marcado sempre a um domingo da parte da tarde e as castanhas eram assadas com caruma como a Paula diz em cima.

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  15. PROVERBIOS POPULARES(S. MARTINHO).

    - No dia de S. Martinho, vai a adega e o vinho.
    - Mais vale um castanheiro que um saco de
    dinheiro.
    - Dia de S. Martinho, prova o teu pipinho.
    - Pelo S. Martinho, mata o teu porquinho e
    semeia o teu cebolinho.
    - Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
    - Pelo S.Martinho, prova o teu vinho, ao cabo
    de um ano ja nao te faz dano.
    - Agua-pe, castanhas e vinho, faz-se uma boa
    festa pelo S. Martinho.

    ADIVINHAS

    1- Tenho camisa e casaco
    Sem remendo nem buraco
    Estoiro como um foguete
    Se alguem no lume me mete?

    2- Se me rio... de mim sai uma donzela
    Mais donzela do que eu
    Ela vai com quem a leva
    Eu fico com quem me deu?

    3- Qual a coisa qual e ela
    Tem tres capas de Inverno
    A segunda lustrosa
    A terceira amargosa?

    4- Tem casca bem guardada
    Ninguem lhe pode mexer
    Sozinha ou acompanhada
    Em Novembro nos vem ver?

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  16. Num dia de tempestade
    S. Martinho cavalgou
    E no meio da rua
    Um pobre mendigo encontrou.

    Muito preocupado
    Do seu cavalo saltou
    E com a sua espada
    A capa ao meio cortou.

    O pobre mendigo
    Com sua capa agasalhou
    Terminou a tempestade
    E o sol brilhou.

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  17. Ó meu rico S. Martinho
    Da água pé e castanha.
    Bebe um bom copo de vinho.
    Que te aquece as entranhas.

    Na nossa terra o S. Martinho.
    Trás-nos castanha e bom vinho.
    E um solzinho de encantar.
    Com jeropiga e vinho novo.
    É de que gosta o nosso povo.
    E até o santinho ia gostar.

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  18. LENDA DE SÃO MARTINHO

    Martinho era um valente soldado romano que estava a regressar da Itália para a sua terra, França.
    Montado no seu cavalo estava a passar num caminho para atravessar uma serra muito alta, chamada Alpes, e, lá no alto, fazia muito,muito frio, vento e mau tempo.
    Martinho estava agasalhado normalmente para a época:tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam.
    De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio que lhe pediu esmola.
    Infelizmente, Martinho não tinha nada para lhe dar. Então, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre.
    Nesse momento, de repente, as nuvens eo mau tempo desapareceram. Parecia que era verão!
    Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom.
    È por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho.

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  19. O tema das castanhas está presente também na literatura. Aquilino Ribeiro, homem de província, conhecedor do saber popular, natural de Sernancelhe, terra de boa castanha, escreveu:

    “as castanhas são tão bonitas com sua oval fantasia, seu sépia de veludo, tão ternas quando espreitam juntinhas às duas, às três e até às quatro, inclusa a boneca, de ouriço arreganhado...”.

    Também Miguel Torga se referia assim às castanhas:

    “Mas o fruto dos frutos, o único que ao mesmo tempo alimenta e simboliza, cai dumas árvores altas, imensas, centenárias, que, puras como vestais, parecem encarnar a virgindade da própria paisagem. Só em Novembro as agita uma inquietação funda, dolorosa, que as faz lançar ao chão lágrimas que são ouriços. Abrindo-as, essas lágrimas eriçadas de espinhos deixam ver uma cama fofa e maravilha singular de que falo, tão desafectada que até o próprio nome é doce e modesta – a castanha.
    Assada, no S. Martinho, serve de lastro à prova do vinho novo. Cozida, no Janeiro glacial, aquece as mãos e a boca de pobres e ricos. Crua engorda os porcos...”.

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