Este espaço nasceu para dar a conhecer a História, estórias e memórias duma aldeia chamada Forninhos (antigamente Fornos). Vem-lhe o nome certamente por lá ter havido fornos/fábrica de cozedura...assim rezam os livros de História, Lendas e Tradições de outros lugares.
Que bela horta!
ResponderEliminarÉ desta última colheita do ano que os agricultores esperam o tempero para as suas iguarias. É com este azeite que se temperam os grelos, as batatas cozidas, o bacalhau e a couve da consoada, hoje, no seu prato individual.
Apesar de colado e do estado em que está (precisava de um jeito no centro), este alguidar/bacia (palangana) é um verdadeiro tesouro! Até pensei que ninguém tivesse guardado um pratinho destes. Este blog é um sortudo por ter encontrado uma peça destas. Bem-Haja ed santos :)
Gostei muito, muito, muito deste pratinho que faz lembrar os verdadeiros pratos “ratinhos”, com o fundo mais estreito que o rebordo, com o motivo em cerejas, simplista, rústico e singelo, que no passado terá servido para toda a família comer…quantos forninhenses tiveram no centro da sua mesa pratos como este, onde todos molhavam, sem se usar o prato individual... quantas pessoas fizeram as suas refeições à luz destes candeeiros…
“A oliveira dá-nos azeitona, a azeitona dá-nos azeite, o azeite dá-nos luz na candeia, saúde no mal e gosto no prato.”
C U R I O S I D A D E S
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SABIA QUE...
. Todas as azeitonas sao negras se as
deixarem amadurecer ate ao fim.
. Para extrair 1 L de Azeite sao necessarios,
em media 5 a 6 Kg de azeitonas.
. O grau de acidez pouco ou nada tem a ver com
o cheiro e o sabor do Azeite. A acidez tem a
ver com a quantidade de acidos gordos livres
que o Azeite possui e tambem com a variedade
e o estado de maturaçao da azeitona quando
colhida.
. A cor do Azeite nao esta directamente ligada
ao seu sabor ou aroma. Um azeite verde,
provem de azeitonas ainda verdes enquanto um
Azeite dourado, provem de azeitonas maduras.
Mas o Azeite e geralmente obtido a partir de
uma mistura de variedades de azeitonas, com
diferentes graus de maturaçao.
. Como produto natural, o Azeite,ao contrario
do Vinho, nao melhora com o tempo, pelo que
se aconselha, consumi-lo o mais cedo
possivel. Quando bem acondicionado, pode
conservar-se, sem alteraçao das suas
caracteristicas, ao longo de 18 meses a
partir da extracçao.
O rendimento do Azeite e maior do que o de
outras gorduras vegetais, tanto em frio como
em quente.
. O Azeite deve guardar-se em recipientes de
de vidro, de preferencia escuro, ou
em recipientes de folha de flandres
ou de aço inox. Deve manter-se em
local fresco, sem luz e longe de
produtos com cheiros intensos, para evitar
que os absorva.
. Quando sujeito a temperaturas muito baixas
o Azeite pode solidificar. Contudo,ele
retomara o seu aspecto inicial quando volta
a temperatura ambiente, nao perdendo nemhuma
das suas caracteristicas.
Penso que a maioria das pessoas armazenam o azeite de sua colheita em potes de lata (pintados para evitar a ferrugem), de onde o azeite é retirado com um púcaro e depois com um funil deitam-no para uma vasilha. Antigamente deitava-se sempre para dentro de uma almotolia, donde se servia quando era preciso. Quando vazia ía-se buscar mais. Não tenho a certeza, mas acho que esses potes tinham uma espécie de gancho para se colocar o púcaro. E não era comum ter junto ao pote um prato para aproveitar o azeite que ía escorrendo desse púcaro?
ResponderEliminarA azeitona já está preta
ResponderEliminarA azeitona já está preta
Já se pode armar aos tordos
Já se pode armar aos tordos
Diz-me lá, ó cara linda
Diz-me lá, ó cara linda
Como vamos de amores novos
Como vamos de amores novos.
A apanha da azeitona está quase a começar e cantarolar ajuda que o trabalho não custe tanto.
Há certos usos e costumes, em que a sabedoria popular se sobrepõe aos manuais, simplesmente porque, de região para região, os produtos fazem diferença, e ao escreverem os manuais são-no na generalidade.
ResponderEliminarPor exemplo: na nossa região não se fala em acidez, não porque a população seja ignorante, mas simplesmente porque a acidez do nosso azeite não se nota. Normalmente só se olha ao que rende, se funde ou não funde, o que normalmente, e quando a azeitona é boa, pode chegar aos 20%, ou seja, 20L por cada 100kg de azeitona.
O saber popular (no nosso caso) tem como principal critério de classificação o cheiro e sabor do azeite e não o grau de acidez, pois o que realmente diferencia o azeite da nossa região (Beira Interior) é o seu sabor e cheiro que, devido à variedade da azeitona, pode originar azeite com um cheiro a azeitona mais verde ou madura, ou, com sabor mais ou menos amargo.
ResponderEliminarHá um ditado popular que diz: "A melhor cozinheira é a azeiteira".
Boa tarde a todos,
ResponderEliminarComo espaço aberto, este Blog permite nao concordancias, embora respeite o ponto de vista de cada um; isto a proposito da acidez do azeite.
Permitam-me, entao:
Quer queiramos, quer nao, o azeite e classificado por varios tipos, sendo sem duvida nenhuma o grau de acidez um dos parametros mais conhecidos.
Mas esta "acidez", refere-se a percentagem de acidos gordos livres que o azeite contem, resultante do seu tratamento e que define o papel na prevençao de doenças variadas, etc.
Mas a qualidade do azeite, nao depende apenas da sua acidez. Por exemplo, se tiver estado demasiado tempo em contacto com o ar, oxida e o azeite fica rançoso.
A acidez, nao tem qualquer relaçao com a intensidade do sabor!
Por exemplo:
AZEITE VIRGEM EXTRA - azeite impecavel, com sabor e cheiro intenso a azeitona sa. Acidez igual ou superior a 1%.
Apto para consumo directo. Comercializado.
AZEITE VIRGEM - Azeite de boa qualidade, com sabor e cheiro a azeitona sa. Acidez igual ou inferior a 2%.
Pode apresentar ligeirissimos defeitos de cheiro e sabor.
Apto para consumo directo. Comercializado.
AZEITE VIRGEM CORRENTE - Acidez igual ou superio a 3.3%.
Nao esta apto para consumo directo.
O AZEITE NA CULTURA PORTUGUESA
ResponderEliminarO azeite sempre esteve presente nos recantos da vida diaria dos portugueses: na candeia do pobre e no candelabro do rico, na mesa frugal do campones e nos solenes templos de velhos cultos.
Mitico, biblico, romanesco e historico, "o azeite vem sempre ao de cima". Enfrentou a nova verdade dos mercados selectivos e deixou de ser simplesmente azeite, para adoptar o berço de uma origem e assumir a identidade de uma marca.
Em Portugal, a cultura da oliveira, perde-se nos mais remotos tempos. Segundo rezam as cronicas, os Visigodos ja a deviam ter herdado dos Romanos e estes possivelmente, tinham-na encontrado na Peninsula Iberica. Por sua vez, os Arabes mantiveram a cultura e fizeram-na prosperar, sendo que a palavra azeite tem origem no vocabulario arabe AL-ZAIT, que significa "sumo de azeitona".
De facto, as primeiras manifestaçoes da importancia da cultura da oliveira em Portugal, aparecem nas provincias onde a Reconquista crista, mais tardiamente se realizou. E assim que os primeiros forais que se referem a produçao olivicola, dizem respeito as provincias portuguesas da Estremadura e do Alentejo.
Ate finais do seculo XII, em Portugal, nao se menciona a cultura da oliveira, nem o interesse economico da sua produçao. Contudo, no seculo XIII, o azeite tem um lugar importante no nosso comercio externo, posiçao que mantera posteriormente, podendo afirmar-se que esta gordura era um produto muito abundante na Idade Media.
Mais tarde, sao as ordens religiosas que, com o seu papel na revitalizaçao da agricultura, dedicam especial atençao ao fabrico do azeite.
O "oleo sagrado", vai ter uma importancia fundamental na economia do Convento de Santa Cruz de Coimbra, do Mosteiro de Alcobaça, da Ordem dos Freires de Cristo, da Ordem do Templo e da Ordem dos Cavaleiros de Nossso Senhor Jesus Cristo.
Resistente a seca, de facil adaptaçao aos terrenos pedregosos, a oliveira tornou-se numa presença constante na agricultura portuguesa.
Eu confesso, nunca comprei azeite, felizmente os meus pais oferecem-mo e é muito bom, no cheiro e sabor, nem sequer sei qual o seu grau de acidez, o que sei é que por trás de um bom azeite tem de haver sempre uma boa azeitona.
ResponderEliminarBoa tarde a todos.
ResponderEliminarGostaria de me referir á horta, até que, alguns já devem ter perguntado – que raio faz a horta aqui!...
A verdade, é que as hortas estão muito associadas a esta época do ano, e qualquer família da aldeia, gosta de ter uma boa horta nesta altura, não só porque está a chegar o natal, mas porque é a altura do ano em que são melhores, e melhores ainda, quando lhe cai a geada em cima.
Estas couves estão muito ligadas á gastronomia tradicional das aldeias.
Em forninhos, cozinha-se ainda o feijão com couves e um pouco de carne de porco salgada, sobretudo, cabeça e chispe, é um prato excelente, mas o meu preferido é a sopa da matação, só a costumam fazer nesta altura devido á qualidade destas couves. Não sei a receita, mas saboreá-la!!!. Deixem comigo. Já tenho ido a festivais de sopas onde se encontram imitações, mas creio que a original, é mesmo a que as mulheres de forninhos fazem.
E feita na lareira, na panela de ferro, melhor! Não é assim Sr. Eduardo?
ResponderEliminarA receita desta sopa à moda de Forninhos, ou, à moda da minha mãe, é muito simples, é feita com água da cozedura das carnes de porco salgadas (cabeça, chispes, pedaço de presunto…), quando esta água ferve junta-se a couve e os temperos (azeite, cominhos, colorau e picante a gosto), quando a couve estiver cozida deita-se pedaços de pão e deixa-se ferver um bocadinho e prontos!
Os principais ingredientes deste prato tradicional como muitos outros, como a sopa de feijão vermelho com couves (a minha preferida) são à base daquilo que o homem produzia.
Esta sopa, que as mulheres de forninhos costumam fazer só nesta altura do ano, nao será só porque é a matação, mas porque as couves estao boas para esta iguaria, dizem, e é verdade, que quando é dormida ainda é melhor.
ResponderEliminarpor exemplo, a minha mulher recusa-se a fazer esta sopa, se nao for com couves desta época, e quando faz, a meu pedido, faz para dois ou tres dias.
Esta sopa é, no fundo, um prato tradicional sazonal, que faz parte do nosso património gastronómico, mas será que é servida em algum restaurante do concelho?
ResponderEliminarApenas a melhor sopa do Mundo.
ResponderEliminarO toque de Midas, sao os cominhos.
Porque de ontem para hoje desceu bem a temperatura, esta horta já deve ter recebido uma boa camada de cristais de gelo na sua folhagem.
ResponderEliminarApesar das temperaturas baixas e do frio que será muitooooo, espero que todos passem um bom fim-de-semana!
Beijinhos