Embora com bastantes lacunas, inverdades e omissões, por ignorância ou por outra qualquer razão (será que somos contra a nossa história?), tenho de reconhecer que, sobre este tema, as fotos publicadas na monografia "Forninhos, a terra dos nossos avós" representam muito bem o nosso passado.
Antoninho "Matela" - meu avô materno |
Na minha meninice ia sempre à vindima do meu avô e ele contava sempre aos netos que uma velha no Douro só com os bagos fez cem pipas de vinho!! Acho que a velha do Douro fazia parte das vindimas do Dão da altura.
Até parece que estou a ouvir o meu avô:
- Vamos lá meninos, toca a apanhar também os bagos do chão. Olhem que uma velha no Douro fez cem pipas de vinho só com os bagos...sabiam?
Coitada da velha, pensávamos! Longe de nós pensarmos que todo o vinho é feito com os bagos das uvas.
Fotos copiadas da referida monografia.
Boa tarde Paula,
ResponderEliminarBelas recordações das vindimas ilustradas por fotos tão lindas que me reportam à época. Gostei de ver o seu sadoso avô.
Ainda sobre os bagos, costuma-se também dizer que "no poupar é que está o ganho", aqui não é bem poupar, mas aproveirar o desperdício. Faz-me também lembrar as pessoas que não tinham oliveiras e depois das colheitas iam apanhar os bagos de azeitona que ficavam no chão e conseguiam uns bons litros de azeite.
Beijinhos e um bom fim de semana.
Ailime
Era o chamado rebusco, Ailime.
EliminarO meu avô sempre trazia pra vindima a velha do Douro, que sei hoje era a Dona Antónia Adelaide Ferreira, a "Ferreirinha", exatamente para lembrar o desperdício que era seguir em frente e não apanhar os bagos do chão. Diz a história que a "Ferreirinha" construiu a sua fortuna bago-a-bago e, assim, tornou-se na maior viticultora do Douro do século XIX.
Os cachos que ficavam na videira, esses, eram para o rebusco que era uma das mais bonitas tradições, sobretudo da parte daqueles que deixavam ficar parte do pouco que tinham, pois não seriam muitos aqueles a quem sobrava alguma coisa.
Tenho muito boas recordações do meu avô Antoninho. No Natal o meu avô Antoninho todos os anos na véspera de Natal fazia um cêpo na sua lareira. Não ficava a arder até ao Dia de Reis, mas deveria ficar incandescente durante a noite...e ele, explicava pacientemente e de modo ternurento que tal era um costume antigo para aquecer o Menino que nascera no frio.
Beijinhos e bom fs.
Bonitas fotos a lembrar as vindimas de outros tempos.
ResponderEliminarabraço, saúde, bom domingo e feliz Outono
Elvira, chegamos ao momento em que tudo o que é antigo é bonito...é saudade, então, à moda de Miguel Torga:
Eliminar"O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura..."
Bom domingo, feliz Outono
Abraço, saúde!
É bom lembrar e recordar bons tempos. Gostei de ver estas belas fotografias que fazem parte da história de Forninhos.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Também gostei de ver estas fotografias na monografia de Forninhos (das inseridas, são as mais belas), pena o texto associado (principalmente à do meu avô), pois não retrata as vindimas do passado, nem do presente (talvez retrate as vindimas no Douro, não sei...) Por isso, não o transcrevi aqui.
EliminarRetribuo o abraço e votos de um bom fim-de-semana.
História bem mostrada aqui! Lindo e que bom achaste essas referencias. Kiko foi criado na Itália e seus avós faziam esse trabalho. Mas não temos fotos da época...Pena! Adorei! beijos, chica
ResponderEliminarPois. Este tipo de documentos são raros. Pode haver fotografias de casamento e outras festas, mas raramente de trabalhos agrícolas. Mas quando menos se espera aparece uma, duas...
EliminarMas a monografia não faz referência ao meu avô e é pena. Por estas e por outras, é que os comuns mortais só serão lembrados enquanto permanecerem na memória das pessoas, nomeadamente, dos familiares.
Beijos, bom domingo.
Bom fim de noite de sábado, querida amiga Paula!
ResponderEliminarAdoro fotos antigas que contam histórias verdadeiras ainda que com uma pitada de lenda bem humorada como a do seu avô.
Como as lembranças da infância marcam nosso 💙!
Tenha um Outono abençoado!
Beijinhos
😘🕊️💙
Bom dia de domingo Roselia!
EliminarAcho que este texto é um bom testemunho das vindimas da altura. Mas nada disto tem importância, a não ser para mim. Se calhar, para a maioria, o texto inserido na monografia é que conta a verdadeira história das vindimas em Forninhos!
Beijinhos
Bom Outono🍂
Imagens de outros tempos.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Sabe bem recordar as vindimas de outros tempos.
EliminarBj
Também me lembro com saudade desses tempos.
ResponderEliminarA vindima era dia de festa, uma comunhão de amigos em que seria pecado não ir, estava o dia guardado e as coisas preparadas, a dorna embuchada em cima do carro dos bois e a merenda (do melhor) feitinha durante a noite. E lá partiam caminho acima de balde na mão a cantarolarem e a verem se algum havia faltado este ano, mas estavam os do costume e o dia prometia...
Quando o chiar das rodas do carro anunciava a proximidade, era uma gritaria, já tinham os canastros a abarrotar pois era ano de vinho e tinham de ser levados à dorna para despejar e voltarem à vindima, coisa de mancebos fortes e em que um ficava na dorna a pisar para caber mais, até chegar a altura de ser levada para o lagar, previamente bem lavado e depois com todo o cuidado ser tombada, coisa que era perigosa e voltava até à vinha para mais um carregamento, agora com o intervalo da merenda (ai aquela sardinha frita...) e continuar a faina agora com as vozes das cantorias desabridas. Era bonito. Também apanhei muitos bagos tal como reza o texto, mas naquela safadeza de criança, escondemos muitos moscatéis, para depois virmos ao "rebusco" na altura dos tralhões.
Sei que na gíria se denomina um carro de bois, mas o meu saudoso pai sempre fez na sua vindima com um carro de vacas que era aquilo que tinha, quanto ao resto, era tudo parecido, era dia de vindima!
👏👏👏
EliminarMas o Moscatel do meu avô era vindimado antes da vindima! Os vindimadores que conheciam as videiras podiam procurar no dia da vindima algum respigo, mas acho que não tinham muita sorte.
E, já que lembras essa casta, o vulgar era cada vinha possuir videiras de várias castas que eram escolhidas na altura da enxertia e, assim, existiam uvas brancas, vermelhas, pretas e dentro das cores várias castas, na mesma vinha: jaé (jaen), alfrocheiro, touriga... por isso, as vinhas do meu, do teu, dos nossos avós, não eram formadas por videiras da mesma casta.
De resto...tudo parecido.
As vindimas ainda se fazem como antigamente, até os pitéus da piqueta são semelhantes, apenas o transporte das uvas já não é como era, assim como a pisa, pois veio o esmagador. Mas como o esmagador não aquece o mosto, é mentira que os homens que se encarregavam de pisar o vinho se tenham convertido em espectadores dum processo totalmente mecanizado, que foi o que ficou escrito, pág. 93, in Forninhos, a terra dos nossos avós.
Também os pipos, pipas ou tonéis que eram de castanho, praticamente desapareceram, foram substituídos por cubas de aço inox. A monografia fala em vasilhame de carvalho(?) que são árvores autóctones que as bolotas criam.
Também já vindimei e gosto da experiência!!!
ResponderEliminarVivência que não se esquece!
Boa semana 😘
"Jamé"!
EliminarGosto muito do Outono e uma das razões prende-se mesmo com a vindima, este tempo faz-me sempre recordar a minha infância em Forninhos.
Boa semana, bj.
Boa noite
ResponderEliminarA minha primeira proposta de salário / trabalho , a tempo inteiro
foi á volta do vinho . Vinte e cinco
contos , carta de condução e levar
o divino líquido aos lugares da minha cidade . Pisei uva uma ou duas vezes . Sei a festa que foi . As
Vindimas mobilizavam lugares e poios da minha Ilha. Castas , bagos
sabores e aromas . Açúcar e pipos
Labuta .Amargura e negócio . Vinho
é muita tradição e também ciência.
Aquele lugar escuro e distante no Norte .Fajã do Penedo marcou a minha juventude . Foi uma sempre uma aprendizagem . Belo Post.
Intenso e saudoso . Memórias .
Boa Semana
Antônio Miguel Gouveia
Memórias. Recordações.
EliminarTambém por lá há parecidas às suas.
Muitos jovens iam para a jorna, para a grande vindima do Senhor Amaral, proprietário das maiores vinha de Forninhos, de onde saíam dornas e mais dornas de cachos já meio calcados e quando cheias eram transportadas para os grandes lagares que havia bem no centro da aldeia, na Lameira. E todos são unânimes em dizer que para além de se trabalhar muito, também eram dias bastante divertidos "só quando chovia é que a malta já não gostava muito".
A limpeza dos tóneis e cuvas para receber o mosto pronto a envasilhar (os jovens entravam dentro das vasilhas), também não era muito agradável, pois apanhavam com o cheiro intenso...
Ao contrário, do que se fazia no passado, hoje os proprietários das grandes vinhas entregam as uvas nas Cooperativas Agrícolas que para ali são transportadas em contentores nos tractores ou camionetas.
Forninhos é que perdeu...
Boa semana.
Abraço.
Boa tarde minha querida amiga Paula. Infelizmente ainda não tive a oportunidade de conhecer uma vindima. Obrigado pela matéria.
ResponderEliminarSério?
EliminarEm Forninhos não, mas temos em Portugal casas de turismo que promovem muito bem a vindima e, principalmente, o pisar das uvas para os turistas participarem.
Fica o convite😉
Que lindo e curioso post! A história do avô é ótima e estimuladora...
ResponderEliminarNosso filhão se encontra a trabalho nesta semana em Lisboa (eleição), há muitos brasileiros q votarão aí. "Que vontade de ir c ele, rsss."
Bjs