Foi no dia 26 de Junho de 1282, vai fazer 740 anos, que Dom Dinis e Dona Isabel de Aragão celebraram as suas bodas na vila de Trancoso. Os festejos prolongaram-se por vários dias, tendo os reis permanecido na vila até finais de Julho, altura em que se mudaram para a Guarda. A finais de Setembro encontravam-se em Viseu, entrando em Coimbra a 15 de Outubro para se estabelecerem no Paço Real da Alcáçova.
Ora, no meu imaginário, eu acho que na deslocação, em direção a Viseu, o casal poderia passar por Forninhos.
Existem registos (inquirições de D. Afonso III, 1258) de que a minha aldeia natal já existia naqueles anos de antanho (a localidade chamava-se Fornos em 1258 e em 1527 ainda se mantinha este topónimo) e pelo seu alfoz passava uma importante via de comunicação interior/litoral que ligava Almeida a Coimbra, cujo percurso era o seguinte: "Almeida, Pinhel, Trancoso, Forninhos, Viseu, Sabugosa, Criz, Galhano, Coimbra".
Já sobre a Batalha de Trancoso, diz a História Geral que no final da Primavera de 1385, forças castelhanas invadiam a Beira por Almeida, passavam por Trancoso, cujos arrabaldes saquearam, até atingir Viseu...
Também o pai de Dom Dinis, Dom Afonso III poderia ter passado por aqui para ir à feira de Trancoso. Mas a única certeza é que "Trancoso teve carta de feira dada por D. Afonso III, em 8 de Agosto de 1273. Nela mandava o soberano que se fizesse feira na sua vila, todos os anos, devendo começar oito dias da festa de S. Bartolomeu, em Agosto, e durar quinze dias.".
"Em 15 de Abril de 1306 D. Dinis mandou fazer feira em Trancoso, todos os meses, a começar três semanas andadas cada mês e durar três dias. Os privilégios são identicos aos da carta de foral dada por Afonso III.".
(passagens do livro "Feiras Medievais Portuguesas" de Virgínia Rau, editorial Presença).
Texto didático sobre a história de Forninhos que muito me agradou ler. O saber nunca ocupou lugar. Grato pela partilha.
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Cumprimentos … Feliz domingo
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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E um dia em que não aprenda não é dia nem é nada!
EliminarEmbora não fique claro que Dom Dinis, Dona Isabel ou Dom Afonso III tivessem passado por Forninhos (Fornos em 1282) ou próximo, é na mesma interessante esta rota até em termos turísticos!
Tinham outro caminho, é certo, mas era mais longe...Maceira, Juncal (Juncais),...em direcção a Viseu.
Eu acho que entre Trancoso e Viseu, os reis passaram por aqui.
Os meus cumprimentos...bom domingo.
Os Reis e as Rainhas podiam nessa época não ter passado por Foninhos. Agora, nesta época, já não seria novidade visto já lá existir uma RAINHA: A aluap (Paula)
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Abraço poético
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Rainha? Sou mais uma herege que muitos gostariam de atirar para uma fogueira acesa!
EliminarUm abraço.
Bom domingo, Paula. A história com seus imprevistos e lances especiais.
ResponderEliminarUm grande abraço, querida, e vamos em frente, que Fevereiro já vem por aí. Que ele seja abençoado para vocês e p Forninhos.
Bom domingo, Anete. É com muito orgulho e muitas vezes com surpresa que dou comigo a pensar: "como é que a minha aldeia tem tanta história?"
EliminarBjs e um ótimo Fevereiro.
Gostei de ver a história e curiosidades e teu pensamento sobre ela. Legal! bjs, chica e ótimo fevereiro que já se aproxima!
ResponderEliminarSe podem dizer, sem provas, que os exércitos franceses passaram por Forninhos, também eu posso imaginar que estes Reis passaram por aqui nos séculos XIII e XIV.
EliminarBjs e que fevereiro seja bom p todos nós.
Boa tarde Paula. Parabéns pelo seu excelente trabalho e pesquisa. Verdadeira aula de história.
ResponderEliminarObrigada.2022 é um bom ano para recordar duas das grandes personalidades da História de Portugal: Dom Dinis e a Rainha que esteve envolvida no "Milagre das Rosas", apesar de não existirem certezas que tivessem passado por aqui!
EliminarQuando passeio pelo nosso país, dou comigo a pensar que haverá muita História e histórias por contar!!!
ResponderEliminar👏🏽👏🏽👏🏽... Bj
Igualmente, dependendo de quem me acompanha, conheço sempre um pouco mais, mas tenho a sensação que ficou algo por contar.
EliminarBj e bom domingo.
Boa tarde
ResponderEliminarParabéns por mais este momento de História . Continuem .
Bom Domingo
António Miguel Gouveia
Obrigada. Que o dia eleitoral acabe bem!
EliminarE continuar é o lema!
Um belo e interessante texto histórico.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
É um tema interessante, principalmente para quem gosta da nossa história.
EliminarAbraço e continuaçao de uma boa semana.
Uma delícia de texto que navega entre o histórico e documentado, até ao real ou muito perto, pois tudo indicia que essa importante via passaria por Forninhos e tal faria sentido pois das terras serranas de Trancoso, vinha apanhar o vale.
ResponderEliminarCurioso o amor que aparentemente pai e filho nutriam por Trancoso, vila vestuta e fortificada, ao ponto, agora pergunto, terá sido por acaso que D. Afonso atribuiu a carta de feira à localidade com tanta pompa e dias a festejar?
Por mim, penso que já pensava no casamento do filho, afinal pouco faltava e tal se veio a consumar na Capela de S. Bartolomeu.
Talvez D. Afonso tenha percorrido estes caminhos passando pela nossa terra que ao tempo tinha valor, para ir à feira.
Trinta e tal anos depois, D. Dinis mandou fazer feira mensal, pelo carinho e presumo pela importância da mesma.
Afinal foi ali que casaram Dinis e Isabel.
Isabel de Aragão entrou em Portugal por Bragança, mas a história não diz se após o casamento passaram por estas nossas terras em direção a Viseu. Eu acho que passaram, porque foi por esta via que se fizeram, durante séculos, as comunicações e transportes entre Viseu e a Guarda.
EliminarSe pai e filho nutriam por Trancoso algum amor? Creio que sim, porque ambos procuraram proteger a feira, proibindo a realização de outras feiras nas proximidades da vila.
E como em 1459 a feira de Trancoso ainda era muito frequentada, se calhar ainda passou pela nossa terra para ir ao S. Bartolomeu o Mestre de Avis (D. João I) e também o seu filho D. Duarte I que nasceu em Viseu em 1391.
Boa tarde Paula,
ResponderEliminarMuito interessante o seu raciocínio e decerto Forninhos já estaria nas rotas de antanho!
Continuo a dizer que faz um exemplar trabalho de pesquisa em prol do conhecimento e engrandecimento da sua terra .
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime
Obrigada Ailime.
EliminarIsto faz-me pensar que noutros séculos, era mais fácil passar por Forninhos do que presentemente!
Beijinhos e continuação de boa semana p si também.
Boa noite de paz, querida amiga Paula!
ResponderEliminarGosto de conhecer histórias e as suas são bem fundamentadas.
Vai dando vontade de conhecer sua aldeia do coração.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos carinhosos e fraternos
São histórias de outros tempos amiga Roselia! Com a desertificação da aldeia, tudo por lá é cada vez menos interessante. Mas nós ainda temos património valioso do nosso passado que vale a pena conhecer, só precisa ser melhor divulgado.
EliminarBeijinhos e passe um fim de semana bom.