Seguidores

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Para Quem Gosta de Requeijão

Hoje vamos falar de REQUEIJÃO.
Já alguma vez provou o requeijão caseiro que se faz nas nossas aldeias?
Os supermercados vendem o requeijão e queijo fresco em embalagens plastificadas, mas o que nunca vão lá encontrar é o requeijão artesanal, branco, macio e frio como a neve e com um aroma e sabor láctico agradável, feito pelas mulheres das nossas aldeias. 
Merece aqui especial menção os requeijões da tia Maria dos Santos, que nunca teve dificuldade em vendê-los. 
E quem é que se lembra dos requeijões da tia Micas?

Queijo da Serra e Requeijão 

É costume dizer-se que sem queijo não há requeijão. Faz-se por isso o requeijão da nossa região a partir do soro do queijo, que é coagulado por acção do calor. A coalhada que se forma é, então coada e comprimida para libertar o restante soro e colocada num recipiente, uns pequeninos cestos de verga,  que facilitam o escoamento do requeijão. 
A propósito de requeijões consoante as tradições de cada terra, em Forninhos, nos magustos, para além de se comer castanhas assadas é de tradição comer requeijão.

Se quiser ver a publicação sobre o queijo clique aqui.

Nota sobre a imagem:
A foto foi enviada dos EUA pela nossa conterrânea Natália e os três requeijões que se vêem foi ela que os fez. Faz-se por isso hoje requeijão em qualquer sítio.

20 comentários:

  1. Muito bom ver isso!Adoramos esses requeijões caseiros, ricotas e tudo mais! beijos,chica

    ResponderEliminar
  2. Parabéns prima Natália por não te esqueceres da nossa terra.
    Na minha infância quase todas as casas de Forninhos tinham um rebanho de ovelhas com as respetivas cabras ou uma junta de vacas. Assim havia muito queijo a que se seguia o soro e os respetivos requeijões; normalmente eram para consumo caseiro, mas havia algumas pessoas que os vendiam: recordo-me que a Tia Micas que morava perto da casa do Tio Joaquim Moca, hoje pertença do meu primo António Cavaca, vendia 2 por 2$50; ia buscá-los aos Valagotes. Quando era criança havia uma magusto anual da catequese, no Carvalho da Cruz, onde nunca faltavam os saborosos requeijões, levados pela pequenada. Ainda recentemente o Zé Moreira que mora na Matela, os ia levar à Neves do Paga Pouco para os vender; não chegavam para as encomendas, mas eu ainda os cheguei a comprar por diversas vezes, mas parece que, infelizmente, já acabou, como tudo na vida.

    ResponderEliminar
  3. Acho que todos sabem que aqui divulgamos com prazer infinito a nossa aldeia e as suas tradições e a gente que dela faz parte. Hoje é o requeijão e a gente que os fazia e vendia que está em destaque nas nossas memórias, pois nem todos sabem, mas é como diz o Sr. Albuquerque, parece que em Forninhos já acabou a venda e revenda do requeijão, infelizmente. Já acabaram as tias Santas e tias Micas! Ficaram pessoas como a nossa Natália, que não esquece as suas raízes, a sua terra. Parabéns também por partilhar connosco os requeijões que fez.
    Dos magustos da catequese, no meu tempo feitos sempre junto à Igreja, lembro-me que com antecedência era pedido para trazer algo para comer e beber e como não podia deixar de ser, no dia, lá apareciam uns quantos requeijões “embrulhados” em couves. É uma imagem que também não voltei a ver, o prato, a couve e o requeijão.

    ResponderEliminar
  4. Esqueceu-se de dizer, que antigamente eram apresentados sobre uma folha de couve! Mas ja vi o fez no comentario!
    Que maravilha os nossos requeijoes!

    ResponderEliminar
  5. Sim, escrevi sobre as couves no comentário por me lembrar dos requeijões que algumas crianças levavam para o magusto da catequese do meu tempo, para que os mais velhos que nos lêem sintam reviver o tempo deles.
    Mas não me admira nada que, tal como o fizeram com outros conteúdos aqui escritos, apareça um dia destes ‘por aí’ o requeijão sobre a couve!

    ResponderEliminar
  6. Que lindos requeijões que a minha madrinha fez, pelo aspeto deviam estar deliciosos, dou-lhe os meus parabéns. O queijo também tem um aspeto bonito, será que foi ela que o fez?
    No dia de São Martinho também comi requeijão de Seia, acompanhado de castanhas assadas e cosidas, mas não bebi água-pé nem jeropiga.
    Conheci a tia Micas, o nome dela era Genoveva, morava no oiteiro na casa que hoje é da tia Hilda. Quando era pequena e os meus pais iam para o campo trabalhar, eu ficava com a tia Micas e ela dava-me pão com açúcar, era delicioso.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Vamos esperar que a 'dona' nos explique como faz o requeijão, mas até lá, só posso dizer que foi uma boa ideia aqui colocar em destaque o requeijão e referência às pessoas que os vendiam, como a tia Micas Genoveva, porque é um assunto em Forninhos, em relação à actualidade, bastante desactualizado. Estou a gostar da tia Micas (eu não a conheci), mas começo a perceber que é uma pessoa memorável.

      Eliminar
  7. Eu gosto muito de requeijão ;mas nao me lembra da tia Micas vendere requeijões mas sim de uma senhora que vivia no lugar os seus requeijões eram muito bons .

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Uma pessoa que vivia no lugar que fazia bons requeijões creio que era a mulher do tio Daniel Ferreiro, chamava-se Céu, acho eu (?).

      Eliminar
  8. Requeijões, são uma delícia gosto deles sejam caseiros ou industriais, mas os caseiros têm outro sabor, sabor esse dado pelo calor da mão humana que as máquinas não conseguem dar. O requeijão apareceu porque o queijo era para as pessoas mais abastadas, então quem fazia o queijo passou a fazer o requeijão para o seu consumo em casa, o requeijão está para o queijo como as alheiras para os enchidos.
    O requeijão caseiro embora seja um pouco mais consistente e algumas vezes com uma leve tonalidade, são muito mais apaladados que os de fábrica que são tratados de maneira diferente, esses ficam muito brancos e macios, embora ambos sejam bons, os caseiros são bem melhores, por isso os prefiro.
    Requeijão acompanhado com uma fatia de marmelada ou com uma colher de doce de abóbora, muito bom mesmo.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  9. Anónimo11/16/2012

    Um pedaço de requeijão dentro de uma caneca de café preto de mistura bem quente também é uma delícia. Experimentem e logo me darão razão.
    Os caseiros são de longe bem melhores, nos tempos que correm devido às fábricas de queijo encontra-se com fartura em todos os meses do ano requeijão, mas é nos meses de Novembro a Fevereiro que o requeijão se torna mais cremoso, macio e mais saboroso, devido ao frio destes meses.
    Este subproduto do queijo e leite, que na nossa zona chamamos de soro, depois de ferver ao calor forma a massa a que se lhe dá o nome da coalhada e se tira com uma escumadeira para os cestinhos próprios como a Paula escreveu. São os cestinhos que dão a forma e o desenho e aspecto muito bonito aos requeijões quando virados de cima para baixo, como se vê no prato. Parabéns Natália por obteres o requeijão sem provir do soro. Explica como fazes, pois muita gente que emigrou como tu, não podendo comprar o requeijão podem aprender a fazê-lo da forma como tu fazes. Obrigada.
    A tia Genoveva conhecida por tia Micas, não vendia produto próprio, era revendedora de vários produtores e cada requeijão que ela vendia vinha entre duas folhas de couve, mas os melhores requeijões de Forninhos, da minha lembrança, eram os da tia Maria dos Santos, mas também os da tia Santa Moreira, mulher do tio Luís Rebelo. Eram grandes e baratos. O preço de dois era o também citado pelo meu primo João, 2$50 ou 25 tostões. Hoje o requeijão está muito caro, como tudo. Foi uma subida a pique, uma coisa que custava 1$00, agora custa entre 200$00 e 240$00 na moeda antiga e é para quem quer e o pode comprar!
    Sabe bem comer requeijão em qualquer ocasião, mas na nossa terra ficou sempre ligado ao Dia de S. Martinho e magustos, principalmente o da catequese que no meu tempo se faziam na Sapa (a caminho de Dornelas por atalhos), na Quinta dos Rebelos, numa lage soalheirenta onde se assavam as castanhas com caruma e se distribuía por cada criança uma fatia de requeijão dentro de um quarto de trigo da tia Esperança. Que bom que isso era e que saudade!
    Viva o requeijão mas que sejam sempre bom!

    ResponderEliminar
  10. A verdade é que, tudo em Forninhos mudou muito e em pouco tempo. Até os magustos e tradições da catequese, pasme-se!
    Hoje o Padre impinge às crianças da catequese da paróquia de Forninhos um magusto, juntamente com toda a população…que sabe que se odeia cordialmente!
    O Presidente da Junta de Forninhos faz bem em não deixar acabar estes convívios, só que devia descolar-se do padre e lembrá-lo que os magustos das catequese devem ser organizados pelas catequistas e para as crianças para que o sintam como seus e sintam que os viveram no tempo deles!

    ResponderEliminar
  11. Anónimo11/16/2012

    PARABENS A TODOS PELA BELA MENSAGEM DESTA EMBLEMATICA IGUARIA.
    PENSO QUE ESTA TUDO DITO, COMPANHEIROS, NOS VOSSOS COMENTARIOS.
    LEMBRO O REQUEIJAO DO SAUDOSO TIO DANIEL, DELICIOSOS, DOS VALAGOTES, TAMBEM, SALVO ERRO DOS MOTAS.
    EU COMPRO NORMALMENTE DE SEIA, QUE AFINAL SAO DA ZONA DO SOBRAL PICHORRO.
    QUANDO VOU A FORNINHOS, ACONSELHO OS DO PRADO, DELICIA.
    ACABO COM O CHEIRO DA FOGUEIRA, ALGUM FUMO, AO MESMO TEMPO O ASSADOR DAS CASTANHAS AO LUME EM CIMA DAS TREMPES E SEM A MAE DAR CONTA, PELA CALADA, SURRIPIAR UM BOCADA DE COALHADA.
    MENOS PARA OS CESTINHOS, MAS SATISFAZIA A GALDERICE.
    GOSTARIA DE DEIXAR UM BEIJO PARA A NATALIA, QUE NAO VEJO HA TANTO TEMPO.
    NA PROXIMA, PROMETO SER MAIS HISTORICO E TEMPORAL.
    UM ABRACO A TODOS OS FORNINHENSES.

    XICOALMEIDA

    ResponderEliminar
  12. Obrigada primos João e Xico por gostarens de ver os meus requeijões. Aqui no Estado Rhode Island onde eu moro a bastantes Forninhenses todos nos comemos a portuguesa, ha por aqui bastantes lojas onde vamos comprar tudo que e portugues. Os requeijões são feitos com leite de compra leva também um pacote de leite bastante gordo uma colher de sal e outra de coalho vai ao lume a ferver, não deve ferver muito tempo porque a coalhada fica rija.poem-se nos cestinhos. Eu gosto dele quente. De vez em quando também faço o queijo fresco,

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada madrinha.Gostei que tivesses contribuído para esta publicação.

      Beijinhos**

      Eliminar
  13. São na verdade uns bonitos requeijões e o queijo para delicioso, mas cá para o meu lado... obrigado, mas não sou grande apreciador.
    Mas, é sempre bom recordar estas iguarias que se faziam na nossa terra, tambem me recorda nos magustos o requijão era levado para a Escola ou outro lugar, sempre numa folha de couve. Porquê?

    ResponderEliminar
  14. Porque era um costume antigo, do tempo em que não havia electricidade, logo, em que não havia frigoríficos, conservavam-se em folhas de couves, que ao murcharem indicavam o fim da validade do requeijão.

    ResponderEliminar
  15. Bem haja.
    Tambem me lembrei de coisas parecidas, mas como sempre, é bom ouvir, " descrito", alguém que diga o que pensa.
    Então apanhavam-se umas folhas de couve e bem fresquinhas, para que o requeijão se mantivesse fresco.
    Uma forma de mater os alimentos no seu estado natural.

    ResponderEliminar
  16. Lembrei que tenho requeijão (industrializado) na geladeira. Boa lembrança, está na hora do lanche. Agora fiquei com vontade de experimentar o vosso requeijão caseiro, quem sabe eu encontre uma horinha para passar aí:))). Nada é impossível e o turismo está para essas delícias. Um abraço para você, Yayá.

    ResponderEliminar
  17. Se passar por cá tem mesmo de provar o nosso queijo e requeijão, o bolo de azeite e todas as outras nossas iguarias. A nossas terras têm produtos de boa qualidade e que nos diferenciam das outras regiões, mas como não são divulgados, não são conhecidos, a não ser por nós, por isso, os divulgo aqui!

    Um braço também para si Yayá.

    ResponderEliminar

Não guardes só para ti a tua opinião. Partilha-a com todos.