"A oito de Setembro de 1938, formidável trovoada, de como nunca houve memória, fez abater aqui uma verdadeira tromba de águas que transformou as ruas em ribeiros caudalosos, afogando animais nos cortelhos e poleiros. Os rios cresceram assustadoramente. Na ribeira, dois moleiros estiveram em perigo de vida, agarrados à cumieira do moinho ameaçado de desmoronamento pela força da corrente; colhidos lá dentro de surpresa, só no tecto encontraram refúgio.
Esbarrocou terras, arrancou árvores, derrubou muros, levou e enterrou centenas de alqueires de milho e toneladas de batata, sem falar nos prejuízos que deu, inutilizando terras de cultivo. Felizmente, catástrofes assim são raras".
Este texto, retirado do livro "PENAVERDE SUA VILA E TERMO, do Pe. Luís Ferreira de Lemos, fala numa trovoada na nossa região, no ano de 1938, "Foi uma trovoada que desabou sobre o concelho de Aguiar da Beira, as terras altas do concelho de Sátão e as do Alto Paiva. Este, em Reris (Castro Daire), inundou a loja de um comerciante, inutilizando sacas de arroz e açúcar". Com ligeiras diferenças, podia também referir-se ao que aconteceu esta semana em quase todo o território português.
Este texto, retirado do livro "PENAVERDE SUA VILA E TERMO, do Pe. Luís Ferreira de Lemos, fala numa trovoada na nossa região, no ano de 1938, "Foi uma trovoada que desabou sobre o concelho de Aguiar da Beira, as terras altas do concelho de Sátão e as do Alto Paiva. Este, em Reris (Castro Daire), inundou a loja de um comerciante, inutilizando sacas de arroz e açúcar". Com ligeiras diferenças, podia também referir-se ao que aconteceu esta semana em quase todo o território português.
Na aldeia de Forninhos a forte trovoada de 1938 também fez estragos, derrubou muros de lameiros, lenteiros e hortas, tudo levando à sua frente. Desmoronou um moinho nas Caldeirinhas e dois na Eira e também desmoronou o lagar de azeite do Senhor José Baptista, já desactivado para aí 2 ou 3 anos antes da enxurrada, devido a um incêndio, segundo a informante Maria Augusta Guerra.
Essas trovoadas até hoje fazendo estragos e cada vez mais desabrigados deixando...
ResponderEliminarbeijos praianos, chica
Pois é chica, dizemos que o tempo já não é o que era, mas quanto a trovoadas, não terá havido grandes mudanças.
EliminarCont. de boas férias, bjs
Olá, querida amiga Paula!
ResponderEliminarSe naquela época já aconteciam tragédias, agora, com os efeitos climáticos as sucessivas tragédias mundiais estão nos rondando e trazendo muita dor aos seres humanos.
Soube que o terremoto do outro País de grande magnitude se fez sentir aí em Portugal anteontem. Meu Deus!
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos
Claro, estamos a falar de um período de 85 anos (1938 a 2023), quando "as trovoadas nos montes levam moinhos e pontes" (ditado), a realidade atual é pior.
EliminarMas talvez o tremor-de-terra sentido em Portugal, devido à nossa proximidade com Marrocos, desperte (mais uma vez) as consciências adormecidas do nosso país, para este tipo de fenómenos.
Bjs e bom domingo.
Catástrofes naturais que cada vez mais estragos fazem. Bom fim-de-semana!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Bom fim de semana, Isa!
EliminarSe outras regiões se queixam dos estragos provocados pelas últimas chuvas repentinas e demolidoras, acompanhadas da queda de grandes pedras de granizo, entre os nossos mais antigos, não há memória dum fenómeno meteorológico como o de 8 de Setembro de 1938, mas não se pense que Forninhos está a salvo!
Em Lisboa e arredores também choveu e bem. Mas não em todas as zonas. Onde resido, cidade colada a Lisboa, pouco ou nada choveu.
ResponderEliminar.
Feliz fim de semana. Saudações poéticas.
.
Poema: “ Coração a sofrer de amor “
.
Aqui onde moro, na madrugada de sábado caiu muita chuva e até hoje o tempo mantém-se instável.
EliminarBom domingo!
O certo é que não fomos capazes para venerar a mãe natureza.
ResponderEliminarEstúpidos e negligentes e agora...Deus nos acuda!
Em miúdo, ainda me lembro de ver uma vitela morta, arrastada no ribeiro dos moncões e um raio esfacelar a oliveira frente à casa (ainda hoje lá está a prova viva).
Tantos avisos, tantos encontros, mas há a coisinha chamada dinheiro, de todo o mundo.
Acabem com ele e depois façam as partilhas.
Pouco vai restar...
Recordações, Xico, que fazem a nossa história! E conhecer o passado ajuda-nos a entender o presente.
EliminarNessa época, homem ou animal apanhado por uma faísca, raramente escapava sem alguma moléstia para o resto da vida, quando não era morte certa!
Miguel Torga, no livro “VINDIMA” (1945) também fala duma trovoada na região do Douro, no tempo das vindimas, a que nem os próprios vindimadores puderam fugir "atingidos também nas cardenhas, pelas telhas quebradas que caíam e pelo granizo que, sem anteparo, descia directo do céu sobre eles"..
O trabalho é menos duro, desapareceram os moinhos, os cortelhos, as cardenhas, os salários de fome, mas cada vez mais há tragédias causadas por secas, ondas de calor, incêndios florestais, tempestades e inundações.
Quando há dinheiro...para azar a mãe natureza não interessa a ninguém.
Só que agora as catástrofes são mais frequentes.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Como avisou o Guterres "a era do aquecimento global acabou, abram caminho para a era da ebulição global".
EliminarAbraço/boa semana.
Querida,
ResponderEliminarHoje passando só pra
ler e deixar
Bjins de uma nova
semana extraordinária.
CatiahoAlc.
Igualmente e obrigada pela visita comentada.
EliminarBoa Noite
ResponderEliminarEm Setembro de 1938 o meu falecido Pai ainda só tinha vinte meses de vida . A minha querida Mãe ainda não tinha nascido .
Lembro - me de grandes trovoadas.
Lembro-me das desgraças a luta
dos meus avós que sobreviveram .
Ribeiras " loucas " a galgar a cidade
Mas na memória está o Fevereiro
de 2010, quando o meu Funchal foi
devastado .
Forninhos para mim foi sempre um
lugar de férias em família .
Mas passei um Natal pelo menos por aí e o frio seco e gélido só pôde ser combatido pelo bagacinho no café do Ti Virgílio ( Que Deus o Tenha em descanso )
Sempre se " brincou " com a Mãe Natureza ..
Penso nisso sempre que passo em Alcântara , Lisboa .
Ou muito me engano os nossos netos e bisnetos vão ter chatices .
Nesse detalhe as aldeias vão ser refúgio da miséria que se faz nas cidades . Não as destruam .
Abraço
Antônio Miguel Gouveia
Não sei...eu penso que em tempos futuros as aldeias podem ser assim como que uma citânia dos tempos modernos, onde os arqueólogos vão procurar vestígios do passado. Por outro lado, quero ainda acreditar que o querer viver no meio da natureza fará regressar alguns jovens às terras de pais e avós.
EliminarAbraço
Puxa, temos visto tantas catástrofes ultimamente, é triste e lamentável. Há mesmo irresponsabilidades envolvidas e os resultados têm sido devastadores no mundo inteiro. Acabei de ler no blog da Ana Freire, Art and Kits, uma postagem também muito reflexiva.
ResponderEliminarGostei de ler Trovoadas de Verão, Paula, que Deus nos acuda sempre.
Bjs
Aquela frase do Obama é boa, mas não sei se ainda vamos a tempo de corrigir alguma coisa.
EliminarEste texto do Pe. Lemos, retrata a realidade rural de 1938 e sempre que o leio começam a passar na minha cabeça as imagens que o texto sugere.
Beijinhos.