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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A carreta-fúnebre

"carreta funerária"

A freguesia de Forninhos é composta pela localidade dos Valagotes e como nesta localidade não há Cemitério, no princípio da década de 80, já no tempo do Sr. Pe. Flor, foi feito um peditório ao povo para se comprar uma carreta fúnebre para ser utilizada, principalmente, no transporte dos mortos dos Valagotes, pois nessa altura as agências funerárias contar-se-iam pelos dedos de uma mão e...sobrariam dedos.
A compra da carreta foi uma prova de modernidade e fez um vistão quando apareceu pela primeira vez, faz também parte da nossa história que é bom mostrar e lembrar para não esquecer.

23 comentários:

  1. Boas.
    Reviver o passado, pensar nos tempos antes, esta carreta fúnebre, veio em bom tempo, também poderia ter sido mais cedo, pois assim muito cansaço se pouparia.
    Senão vejamos, quando alguém morria na localidade dos Valagotes, o cansaço que as pessoas tinham para que o corpo chegasse ao Cemitério de Forninhos.
    Mas tinha de ser e a muito custo e com ajuda de várias pessoas, lá chegava a urna ao seu destino.
    Por agora é tudo.

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  2. Boa noite.
    Esta foi uma boa aquisição, levada acabo pelo povo de Forninhos, com um grande empurrão do Sr. Padre Flor.
    Foi muito bom, enquanto durou, hoje em dia e também na nossa terra se utiliza cada vez mais o trabalho das Agências Funerárias.
    Mais cómodo, para toda a gente.

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  3. Oi Paula

    Sabe que nem imagino como era este traslado de Valagotes para o cemiterio de Forninhos,não tenho idéia,mas devia ser cansativo,triste e dificil.Olha como uma pessoa como o Sr.Padre Flor trouxe grandes beneficios para as familias em uma hora tão triste e complicada como esta.Imagino que deveria ser decorado com flores...imagino apenas.
    No Brasil tivemos um Padre que consideramos Santo por sua luta pelo povo Nordestino...Padre Cicero,este sim,era muito respeitado em sua época e ate hoje existem enormes romarias para ir até Juazeiro do Norte,pagar promessas a Padre Cicero.Memorias....
    Por aqui as lojas ja estão decoradas para o Natal,eu ja estou ate me animando,logo começa o levanta e cai da minha arvore...acho que e a parte que Maite mais Gosta...rsrsrsrsrs.
    Bjs
    Deusa
    Vasinhos coloridos

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  4. Pelo que vejo o meu conterraneo Padre Flor, (de quem assisti a ordenacao) deixou amizades e lembrancas em Forninhos!
    Ja o nao vejo a muito tempo, sabem por onde anda ultimamente?

    Um abraco de amizade dalgodrense.

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  5. De facto durante muitas dezenas de anos ou desde sempre, foi com a força dos homens que as urnas eram transportadas, aos ombros, por um caminho bem ruim, para a Igreja e Cemitério, em Forninhos, a Irmandade só parava para rezar nos cruzeiros e alminhas.
    De repente com a vinda do Sr. Pe. Flor eis que aparece a carreta, mais prática e mais rápida, um só homem a faz movimentar com a ajuda da manivela, geralmente o Agostinho “Branco” era quem conduzia a nossa carreta-fúnebre.
    Com a carreta a fazer o transporte da urna, paravam na mesma para rezar nos cruzeiros e alminhas, mas os funerais nunca mais foram iguais.
    O Sr. Pe. Flor foi durante 25 anos o pároco da nossa comunidade, de quem eu tenho as melhores recordações, pouco dado a festas, marcou com a sua maneira discreta de ser a nossa comunidade cristã ao longo de 1/4 de século. Foi pena ter ido para a zona de Tondela, pois desde então muita coisa mudou por Forninhos, mas infelizmente para pior!

    Um bom Sábado com sol para todos os meus amigos leitores ;)

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  6. Boa tarde:
    Eu saí de Forninhos nos anos 70 nessa época ainda não havia a carreta-fúnebre, mas sei que andaram a pedir pelo povo uma ajuda para a comprarem, foi uma boa compra principalmente para levarem os defuntos dos Valagotes para Forninhos pois ainda era um bom bocado de estada, naquele tempo era mais um caminho duque estrada eu sei bem como era pois cheguei a ir aos Valagotes muitas vezes com uma das minhas irmãs levar o jantar ao meu pai, naquele tempo era jantar o que chamamos hoje de almoço.

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  7. Não conhecia a "Carreta Fúnebre",nunca ouvi falar na nossa aldeia.
    Mas acredito que deve ter sido de grande utilidade, é difícil imaginar como seria sem ela.

    Bom fim de semana.

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  8. A carreta foi comprada com a ajuda do povo para fazer o transporte da urna dos Valagotes para o Cemitério em Forninhos, mas note-se que também era usada na nossa aldeia. Só quando alguma família queria transportar a urna é que não era usada a carreta. Lembro-me bem que quando o tio Zé Lopes morreu (em 1985) os filhos preferiram ser eles a transportar a urna e a carreta não foi usada.
    Note-se também que os funerais dos Valagotes paravam no Cruzeiro do alto da N. Senhora de Fátima e a partir dali a maioria dos moradores dos Valagotes já não acompanhava o funeral, para muitos dos moradores dos Valagotes o cortejo fúnebre acabava no alto da N. Sra. de Fátima, mesmo quando era a carreta a fazer o transporte da urna e segundo ouvi, hoje com o carro da agência funerária e quem tem carro segue-o, alguns só acompanham o funeral até ao Alto de N. Sra. de Fátima.
    A Irmandade de Santa Marinha depois forma no Largo da Lameira.

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  9. Não posso deixar passar esta oportunidade para dizer o seguinte:
    Não só Forninhos não teve um Pe. Luís que nos deixasse um Livro sobre a História e Memória desta nossa terra, como nenhum Padre que chegou a esta nossa Paróquia se importou com as diversas peças que a nossa Igreja alberga. Existem muitas peças e objectos (ou deviam existir) que fazem parte da própria paróquia. Seria importante dar valor ao que os nossos antepassados com muito sacrifício ajudaram a comprar (digo eu).
    Esta importante peça das memórias da nossa freguesia, pelo sentido estético e pelo sentimento que acarreta a sua funcionalidade noutros tempos é só mais um exemplo do que deviam recuperar e divulgar num futuro Museu Etnográfico. Há terras em que se preocupam em manter em razoável estado de conservação os testemunhos dos outros tempos, mas em Forninhos, não sei como é, não se dá valor, andam sempre mais preocupados com outras “coisas” (!!!).
    Um Museu em Forninhos é um bem necessário pois cada vez mais assistimos à perda de testemunhos de outros tempos.

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  10. Boa tarde.
    De louvar a atitude dos filhos do tio Zé Lopes, que Deus tenha.
    A carreta era útil para transporte dos falecidos dos valagotes para forninhos, porque a distancia é grande, mas, da igreja para o cemitério, umas poucas dezenas de metros, os nossos mortos mereciam o transporte para a sua ultima morada, pelos seus familiares e amigos, assim como da casa mortuária até a igreja que é tão pertinho.
    Hoje já não há transporte em carretas nem manual, salvo raras excepções, entrega-se á agencia funerária e fazem tudo, é triste, mas é assim.
    O padre Flor marcou uma época nesta terra. Deixou saudades. Creio que ainda está em Mouraz, uma aldeia situada entre Tondela e Santa Comba Dão.

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  11. Boa tarde. A carreta fúnebre nao tenho lembrança dela .Em todo caso foi bem para os Valagotes ,pois sem isso devia ser difícil para virem ate Forninhos .Pois um Museu na nossa terra seria bem para os que visitam e sobre tudo para os mais velhos poderem recordar e os mais novos poderem conhecer o que fez parte da historia de Forninhos .

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  12. Pois bem me lembro que a carreta-fúnebre foi comprada com um peditório ao povo, de porta em porta, todas as pessoas davam 500 escudos outros 1.000 escudos.
    Quando chegaram á porta da tia Ludovina que deus tenha ela disse: Eu não dou nada porque eu dou-me mal nos carros.
    As pessoas riram, mas lá a convenceram a dar 500 escudos.

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  13. Boa noite.
    Essa foi uma boa para rir um pouco.
    Mas como o contexto o diz, para rir, só como a Lurdes diz, mas bem, não podemos comentar, ninguém é como ninguém.
    Só para dizer que esta Carreta Fúnebre valorizou em muito o esforço dos nossos, pois que e muito bem, sempre ouve e deve haver sempre o desejo de todos os familiares quererem ser eles próprios a efetuar o translado dos seus antes queridos até á sua última morada; não levem a mal mas eu sou a favor; nestas alturas.
    Hoje em dia, todas essas tarefas são da responsabilidade das Agências Funerárias, mas se houver familiares que queiram levar a urna em mãos, penso não existir nada contra.
    Um bom FDS.

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  14. Boa noite, eu nem sabia a existência de tal meio de transporte, e pelo que estou a saber em muito contribuiu para aliviar a viagem aos que carregavam a urna, não só aos moradores de Valagotes como também aos de Forninhos, pena é mesmo ao estado de conservação a que a mesma chegou, abandonada, suja e esquecida por todos, julgo que só os mais velhos têm conhecimento da mesma, os mais novos se calhar nem sonham de que esse modo de transportar os defuntos terá existido, pelo que vejo nas fotos ainda não está assim tão estragada que não possa ser restaurada com uma pequena verba, a quem de direito não deixem para amanhã o que hoje é tão fácil de reparar, não nos digam num futuro próximo, que em tempos existiu um transporte que foi pago pelo povo mas que o mesmo se perdeu para sempre restando apenas as fotos a lembrá-lo.

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  15. Bom dia, se calhar algumas familias até antes queriam levar os seus ente queridos na carreta, ou será que não?

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  16. Forninhos, tal como muitas outras aldeias, estão cheias de histórias de influência mouriscas, histórias de espíritos e feiticeiras, mas sobretudo de histórias pitorescas de uma vida rural. A historieta com a tia Ludovina fez rir e ainda faz rir muita gente (no bom sentido, claro!).
    Voltando à carreta, a verdade é que na altura do seu aparecimento, porque era novidade, quase todas as famílias optavam pelo transporte da urna na carreta, aliás, sei que há bem pouco tempo uma Sra. disse que quando morrer quer ir na carreta porque deu 500$00, mas desconhece essa senhora o estado em que se encontra a carreta.
    Tudo muda…
    Aproveitando o tema dos funerais e porque a maior parte dos jovens o desconhece, mas eu ainda me lembro em Forninhos haver comércio de urnas, eram vendidas pela Sra. D. Emília (mãe do Sr. Virgílio), estas urnas presumo que vinham de alguma fábrica, mas noutros tempos os caixões que a Sra. Emília e o Sr. José Bernardo vendiam eram feitos pelo meu bisavô Coelho (pai da minha avó Coelha e do tio Zé Carau). O meu bisavô era carpinteiro e era quem fazia os caixões, o tecido para forrar os mesmos eram comprados na Venda da Sra. Emília (que vendia como sabem também tecidos e fazendas a metro, linhas, botões, entre outras coisas) e era o meu bisavô quem forrava os caixões. Os caixões "dos anjinhos" (na altura morriam muitos bébés) eram forrados todos de branco e eram aplicadas umas flores em tecido e o dos adultos eram forrados de cor roxo e levavam nas costuras uma fita dourada.
    O meu bisavô Coelho morreu ainda o meu pai era criança, por esse motivo, as pessoas mais jovens não se recordam deste artesão, mas tal como outros bisavôs deixou boas recordações de amizade e de dedicação à nossa terra e com a sua arte também contribuiu e muito para o desenvolvimento da nossa região, era o carpinteiro de 4 ou 5 freguesias.

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  17. Não consigo imaginar um mundo como esse que você descreve ! É encantador e cheio de nostalgia. Parabéns a você que tenta preservar a história. A tal carreta deveria ser resgatada, pela foto, parece abandonada. Um abraço e sucesso!

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  18. Obrigada tariza.
    Considerando a especificidade dos post´s e a linha editorial onde em primeiro lugar está sempre a história e memória de Forninhos é reconfortante e incentivador saber que pessoas como a tariza nos lê e logicamente nos segue porque gostam da nossa história.
    Temos postado imagens maravilhosas, algumas de alegria, outras de pesar e saudade, mas tudo faz parte da nossa história, mesmo quando falamos da morte.
    Já as nossas avós diziam aquela lengalenga que começa assim: “à morte ninguém escapa, nem o rei, nem o papa…”.

    Um abraço forninhense

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  19. Como diz a Paula o nosso bisavô Coelho fazia e forrava os caixões, depois dele quem fazia esse trabalho era o meu avô José Carau que também era carpinteiro herdou o oficio do pai.
    Também antigamente os caixões não tinham pegas para pegarem neles, tinham que se por na altura que falecia alguém, depois de chegarem ao cemitério voltavam a tirar as pegas para depois as porem noutro caixão quando falecesse alguém, eu sei isto porque quem fazia esse trabalho era o meu pai, António Carau que também herdou o oficio do seu avô e seu pai.

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  20. Olá prima,
    Tens memória desse trabalho feito pelo teu pai, como dizes, no cemitério eram tiradas as pegas e essas pegas voltavam a ser usadas quando falecia outra pessoa. O teu pai colocava as pegas nas urnas junto à Venda da Sra. Emília/Café do Sr. Virgílio e lembro-me que depois eu, a Cila e outras crianças levávamos a urna a casa da família enlutada. Acreditem que o transporte da urna, para nós, crianças de tenra idade, era uma emoção semelhante a de apanhar boleia num carro de bois. Nada nos impedia de gozar a nossa infância.
    Para que a nossa história local seja engrandecida é só preciso que cada um de nós se lembre de contar uma história vivida.

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  21. Boa noite.
    Para vós, essas palavras são recordações e das quais eu não me lembro muito bem.
    Sei apenas que as ditas pegas das Urnas eram retiradas de umas para mais tarde servirem para outras.
    Por agora, só desejo que todos os Forninhenses tenham vivido um bom dia de finados, junto do lugar onde hoje descaçam os seus familiares já falecidos.
    Tenham uma boa noite.

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  22. E outrora, quiçá nos idos anos 20 e 30 do século passado usavam-se os esquifes e o corpo era coberto com um lençol. E, se continuássemos a falar dos funerais do passado tínhamos que falar também que na nossa aldeia antes da construção do actual cemitério público, faziam-se os enterramentos no adro da Igreja Paroquial.
    Eu não tenho memória desse cemitério antigo, nem recordação da construção do actual cemitério público, mas lembro-me muito bem contarem que quem o construiu foi o tio Ismael Lopes (avô do Ismael). Foi este Sr. o responsável pelo corte de pedra, alvenaria e cantaria, para os muros e, diga-se, fez uma obra perfeita.
    Em 2009 foram feitas obras, melhoramentos na Igreja Matriz, foi também feita uma Casa/Capela Mortuária, acho que podiam muito bem, nessa altura, ter assinalado o local do cemitério antigo, com uma simples placa, mas como sempre em Forninhos as obras nunca são muito planeadas...para quê!!!
    E, se tivéssemos que falar sobre a Mortuária também tínhamos aqui tema para durar mais uns dias. A Junta de Freguesia resolveu, para já, o problema das escadas de acesso e foi feita uma abertura de acesso da Casa Mortuária para a Igreja, muito bem, pois esse acesso facilitará o transporte da urna pelos familiares e amigos, da Mortuária para a Igreja.

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  23. Seguir você é um prazer. Leio atenta e encantada tudo o que é postado aqui. Seu trabalho é maravilhoso e sua aldeia algo que me parece um lugar ideal para se viver. Aprendendo a amar os portugueses. Muita luz e paz para você e nunca desista desse trabalho -preservar a história.Um abraço e meu carinho a esse valoroso povo de forninhos.

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