As pessoas com mais de 50 anos, de certeza que todas se lembram do interior das nossas casas. É óbvio que todos estão agora mesmo à espera que eu fale da típica casa beirã, de altos e baixos, em cantaria, com sótão para arrumos, sacada e balcão exterior e com lojas para animais e para a lenha, despensa para produtos agrícolas, vinho, etc..., no rés-do-chão e alçapão, quando o havia, para abreviar caminho entre um piso e outro. Mas não...não vou falar do interior da casa dos abastados, o texto que vai ler, é sobre a casinha rasteira e encontrei-o no Livro de Penaverde, do Sr. Pe. Luís Ferreira de Lemos.
«A casinha rasteira, geralmente de pequenas dimensões no comprimento e largura, não ultrapassa, talvez não atinja, os três metros de altura. Tem uma só porta, é sem janelas, tem, quando muito; um janêlo, na cozinha, para dar luz e deixar sair o fumo, raramente terá outro que não se abre, ali junto da cama, porque está calafetado de farrapos velhos, e, onde a par de percevejos, se guarda o cordão de ouro e umas escassas moedas. Também pode servir de guarda-jóias e mealheiro um buraco da parede muito bem disfarçado com uma pedra movediça.
Estas casinhas costumam ser de telha vã; e divisões se as há são para separar as gentes dos animais que vivem frontal a meio. Por isso, ao lado da cama ou por baixo dela, quando esta é de bancos, o monte das batatas; junto das paredes a arca do centeio, dos feijões e do bragal, braços de cebolas, alfaias agrícolas, e atrás do banco da lareira, o montículo da lenha. Tem para dizer o ditado "casa em que caibas e terra que não saibas"».
A este encontro foi também o melhor interpretador beirão da vida rural dessa geração, Aquilino Ribeiro sobre a casa beirã escreveu: "A aldeia, mal o sol pula detrás dos montes, esvazia-se para os campos. É lá que estão os tesouros".
Desta vez nem perguntei nada a ninguém, mas penso que o texto do Pe. Lemos está um pouco exagerado. Aquilo que baila dentro de mim desde a meninice, é que quando se vivia nestas casinhas os animais estavam afastados.
Eram residências pequenas, é certo, tinham uma salinha, com mesa e armário para guardar o pão e o queijo, por via dos ratos; cozinha, com lareira abaixo do nível do soalho com pilheira, mas sem chaminé; quarto próprio com a cama apoiada em barras de ferro, dividido da sala e cozinha por um taipal de falheira ou tábuas lisas.
Para arrumar as coisas de mais valor, acho que, havia uma prateleira e a roupa domingueira era dependurada num prego ou numa sovina pregado nas tábuas.
Dias de limpeza geral
Nas casas, era sagrado, na semana antes da Páscoa, era feita uma limpeza geral. Tudo bem lavado, tudo bem sacudido. Roupas que estavam na arca do bragal eram retiradas e arejadas nessa semana. No tanque ou no ribeiro, a roupa era lavada e posta a corar.
Na igreja também era tudo lavado, para depois, no sábado de Aleluia, tudo se encher de flores e de vida. Pode ler como era seguindo por aqui.
Espero que passem bem a Páscoa.
Boa Semana Santa para si e sua família.
Foto de Henrique Lopes que também usa Santos Lopes.
«A casinha rasteira, geralmente de pequenas dimensões no comprimento e largura, não ultrapassa, talvez não atinja, os três metros de altura. Tem uma só porta, é sem janelas, tem, quando muito; um janêlo, na cozinha, para dar luz e deixar sair o fumo, raramente terá outro que não se abre, ali junto da cama, porque está calafetado de farrapos velhos, e, onde a par de percevejos, se guarda o cordão de ouro e umas escassas moedas. Também pode servir de guarda-jóias e mealheiro um buraco da parede muito bem disfarçado com uma pedra movediça.
Estas casinhas costumam ser de telha vã; e divisões se as há são para separar as gentes dos animais que vivem frontal a meio. Por isso, ao lado da cama ou por baixo dela, quando esta é de bancos, o monte das batatas; junto das paredes a arca do centeio, dos feijões e do bragal, braços de cebolas, alfaias agrícolas, e atrás do banco da lareira, o montículo da lenha. Tem para dizer o ditado "casa em que caibas e terra que não saibas"».
A este encontro foi também o melhor interpretador beirão da vida rural dessa geração, Aquilino Ribeiro sobre a casa beirã escreveu: "A aldeia, mal o sol pula detrás dos montes, esvazia-se para os campos. É lá que estão os tesouros".
Desta vez nem perguntei nada a ninguém, mas penso que o texto do Pe. Lemos está um pouco exagerado. Aquilo que baila dentro de mim desde a meninice, é que quando se vivia nestas casinhas os animais estavam afastados.
Eram residências pequenas, é certo, tinham uma salinha, com mesa e armário para guardar o pão e o queijo, por via dos ratos; cozinha, com lareira abaixo do nível do soalho com pilheira, mas sem chaminé; quarto próprio com a cama apoiada em barras de ferro, dividido da sala e cozinha por um taipal de falheira ou tábuas lisas.
Para arrumar as coisas de mais valor, acho que, havia uma prateleira e a roupa domingueira era dependurada num prego ou numa sovina pregado nas tábuas.
Dias de limpeza geral
Nas casas, era sagrado, na semana antes da Páscoa, era feita uma limpeza geral. Tudo bem lavado, tudo bem sacudido. Roupas que estavam na arca do bragal eram retiradas e arejadas nessa semana. No tanque ou no ribeiro, a roupa era lavada e posta a corar.
Na igreja também era tudo lavado, para depois, no sábado de Aleluia, tudo se encher de flores e de vida. Pode ler como era seguindo por aqui.
Espero que passem bem a Páscoa.
Boa Semana Santa para si e sua família.
Foto de Henrique Lopes que também usa Santos Lopes.
Que lindo falar dessas antigas casas que tanto tem a falar se pudessem e gritariam espantadas ao ver tantas coisas nas casas de hoje tem... E tantas vezes, apesar de tudo que nelas colocam, a felicidade fica esquecida! beijos, feliz Páscoa! chica
ResponderEliminarÉ verdade. Já tive a oportunidade de comentar, mais que uma vez, que as mudanças foram fruto duma evolução, esteticamente sempre para melhor, já as mudanças na envolvente do carácter das pessoas foram sempre para pior.
EliminarEstas casas albergaram famílias, algumas numerosas, criaram-se dentro delas homens e mulheres sem quaisquer condições de conforto, ninguém morreu de susto por ver um rato ou ter sido mordida por um, no entanto, nos tempos actuais são consideradas um perigo para a saúde pública!(?).
Como diria um actor português já falecido, Raul Solnado:
- Façam favor de ser felizes!
Tudo de bom para si e família, Páscoa Feliz!
A descrição está fantástica!
ResponderEliminarA casa dos meus avós maternos era um pouco assim e os animais dormiam na parte debaixo somente com o soalho a dividir!
Fui criada em Angola mas vim com 7 anos a Portugal e ficamos um ano por isso as minhas recordações são dessa altura!
Bj e obrigada pela partilha!
Sim, a par deste modelo havia já umas de altos e baixos, i.é, o andar de cima era para habitação da família e por baixo, com lojas para animais.
EliminarNa minha infância vivi numa casa destas. A cozinha tinha um janêlo, para deixar entrar a luz solar e deixar sair o fumo. O chão era soalho, mas junto à lareira o chão era de terra e esta área era varrida com uma vassoura de giesta. A sala tinha uma janela que era grande e, talvez por isso, também serviu de meu quarto e dos meus 2 irmãos, por cima havia uma prateleira (em algumas casas por por vezes também a cozinha servia de quarto!).
Os meus pais tinham quarto próprio. Pode dizer-se que era uma casa com tamanho suficiente para lá se viver.
Hoje já se não vive em casas destas, mas muita gente viveu neste tipo de habitação, só que já se esqueceu...
Fazia-lhes bem ouvir a canção do António Mourão "Ó tempo volta para trás" talvez assim pudessem compreender, se é que os mais jovens compreenderão, que nestas casas se criaram homens e mulheres que ainda hoje estão vivos e bem de saúde.
Bjo e bom domingo!
Nesses tempos, em Forninhos abundava esse tipo de casas.
ResponderEliminarGentes pobres ou remediadas, mas tanto ou mais ricas em coragem e sacrifício, gentes boas.
Recordo muitas em vários sítios da aldeia.
Outrora havia o bom costume de aquando a matação do porco se levar um "mimo" em reconhecimento por trabalhos prestados ou mesmo por caridade, uma morcela ou um pequeno pedaço da barriga do reco e garoto fiz isso muitas vezes, até gostava, confesso pois trazia sempre das mãos de quem quase nada tinha, uns figos secos ou umas castanhas piladas.
Recordo os chãos de terra batida em que o fumo da lenha verde mal deixava ver o que estava à volta pois tudo ali se concentrava. Roupas, produtos da terra, um ou outro santinho e o terço para rezar pois saber ler era coisa "fina" e nem a propósito pois vem a calhar nesta altura, o ramo benzido em Domingo de Ramos, era guardado religiosamente por detrás da porta de entrada (a mesma da saída por ser a única) para acudir às trovoadas de Maio e invocando a Santa Bárbara.
Mas uma a que gostava de ir para ele me dar um "jeito" nas botas, era a do tio Funfas, na Pardamaia, por entre vinas e pinhais.
Certo é que nestas casas rasteiras tudo e todos se acomodavam; desde as batatas por debaixo que os ratos roíam ao lado do omnipresente penico, até aos cachos pendurados nos barrotes do tecto. Por vezes na única cama, dormiam três à cabeceira e outros tantos aos pés.
Mas foi desta forma que se temperaram os nossos!
Desta forma se temperaram os nossos, mas dessa têmpera já restam poucos, Chico!
EliminarNa sociedade de hoje, se houvesse (que não há) interesse em contar as histórias destas “moradias”, os mais jovens com certeza diziam que era impossível, mas foi como dizes, dormiam muitas vezes pais e filhos na mesma cama, uns virados para a cabeceira e outros para os pés!
A mim, o que me "aflige" é pensar que em tempos futuros estas habitações podem vir a ser assim como as da extinta aldeia de S. Pedro, onde hoje se procuram vestígios do passado e se imagina (só imagina) como seria viver dentro daquelas casas!
Devíamos ter autoridades autárquicas que se interessassem por este património, mas não temos. Só se interessam em dar febras e entremeadas e não é por caridade, garanto!
......
ResponderEliminar......
Nas minhas primeiras visitas a Forninhos.......dormi com os animais por baixo com um soalho a separar-nos .Não deixou de
ser uma experiência interessante !!
Na minha terra e em casa dos meus pais no inicio a casa de
banho não existia e a retrete ficava a 50 metros da porta.
De noite era complicado.
Embora o Inverno não fosse tão rigoroso como em Forninhos.
Os animais tinham o seu habitat próprio.
Ao contrário das Beiras os palheiros c/animais espalhavam-se pelos poios alguns a muitos metros dos donos e por levadas
e caminhos ingremes e dificeis .
Apesar de pobres tivemos a primeira televisão do sitio e o telefone que pela Marconi trazia a voz dos meus padrinhos
quer de Caracas , quer de Boston.
Foi então que percebi que o Mundo girava e tinha latitudes e
horas diferentes .
Tinhamos um cordão de 300 metros com sino que puxavamos para a Ti Isilda e Ti Piedade subirem para falarem com a filha e filho ( netos ) desses lugares longe para onde partiram em
busca de melhor vida ! A Marconi avisava meia hora antes da
chamada ...
Estive para partir aos 18 anos para Boston....mas fiquei-me
por Lisboa....quarto anos depois ...
Após o 25 de Abril de 74 e com a abertura do Mundo: Sr Feliz
Sr Contente , Escrava Isaura e Cornélia animavam as nossas
noites..!!!
Casa ricas ,palácios exurberantes , na minha terra eram dos
Ingleses!! Quem for á Madeira que visite o Palheiro Garden..
a 10 mknutos do Centro ..vale a pena !!
Boa Pascoa
MG
António, nem os fidalgos tinham! Casa de banho ou quarto de banho é coisa de tempos modernos. E mesmo retrete no pátio ou no fundo do quintal não era para todas as casas! Os meus avós paternos por acaso também tiveram uma porque só na década de 70/80 é que nas nossas aldeias se iniciou um novo ciclo no modo de viver das pessoas, já havia água, electricidade e dinheiro para fazer casa, com casa de banho!
EliminarSe puder leia um post que fiz em Feve/2015 "Do cântaro à torneira" também com um extracto do Livro do Pe. Lemos.
http://onovoblogdosforninhenses.blogspot.pt/2015/02/do-cantaro-torneira.html
Boa Páscoa.
Abraço.
Bom dia
ResponderEliminarSou seguidora do seu Blog não só porque esta muito bem escrito e estruturado, mas porque sou uma neta dessa terra.
Realmente a descrição das casas antigas inicialmente acho exagerada talvez porque tenha conhecido a aldeia bem mais tarde certamente dessa época. Conheci as casas realmente não muito grandes de negra pedra, janelas pequenas por causa dos Invernos, mas asseadas conforme a disponibilidade dos que saíam pela madrugada para os campos e regressavam ja o sol se havia posto há muito.
Apesar de algumas terem apenas o quarto ou os quartos conforme os filhos, e dormirem nos colchões de folhelho, onde por vezes se amontoavam dois ou tres pequenos a dormir.
A cozinha com uma grande lareira onde fumegava tanto a panela de ferro com a sopa como a do comer para o bacoro.
A sopa muitas vezes era o caldo e como conduto as hortaliças que deixavam para o fim para a temperarem com um fio de azeite.
A mobilia essencial,na sala apenas um armario onde arrecadavam a louça,alguma já remendada com os "gatos" certamente deve saber a que me refiro uma mesa e uns bancos corridos ou umas cadeiras.
Em casa ficava sempre uma, a mais nova que bem ou mal varria a casa. Obvio que falo das casas mais pobres, não dos senhores que ja tinham criada e davam emprego a muitos que nem um palmo de terra tinham para cultivar.
E assim se fizeram grandes homens.
Obrigada pelo tempo que lhe tomei e continue o seu Blog obra que é fantastica, e vá pensando em publica-la em livro para que se não esqueçam o passado. Hoje visita-se a aldeia e està descaracterizada com as casas modernas e os campos de poiso. Uma pena.
Mimi obrigada eu pela visita comentada. Este vício "bloguístico" felizmente dá-nos a oportunidade de conhecer novas pessoas e eu gostei de a saber por este "sítio", enriquece-o e apraz-me.
EliminarVolte sempre!
Na minha meninice a panela de ferro era ainda a rainha da cozinha. Mas havia ao lado os amigos dela: a sertã, as trempes, a grelha, tudo arrumado na lareira, pendurado de lado num entrelaçado de ferro, tudo escuro pela queima de tanta lenha! Por cima, o caniço.
Hoje muitas casas estão desventradas e desprovidas de gente...olho e lembro daquela gente humilde, com os seus animais de estimação por companhia. De estimação, mas também de utilidade, quer nos trabalhos do campo, quer também como suporte da alimentação diária.
Loiça não tinham muita, eu sei. As famílias numerosas, para poupar o azeite molhavam as batatas num prato de barro de forma arredondada e quando por um descuido se partia, não se deitava fora, lá vinha o "amola tesouras - conserta sombreiros- conserta alguidares", que com uma técnica própria colocava uns "gatos" (espécie de ganchos de arame/agrafos, não é?) que permitiam vedá-lo e dar-lhe mais uns tempos de "vida".
Um dos sonhos que quero mesmo realizar é publicar o livro d'O Forninhenses. Os nossos avós bem o merecem, Mimi.
Um abraço forninhenses, boa Páscoa para si e todos os seus.
Gostei bastante do texto do Pe. Luís Ferreira de Lemos, são estes textos que não deixam esquecer tempos passados.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
É o que lhe disse no outro dia, se tivesse havido mais Aquilinos ou padres "Luíses", talvez hoje soubéssemos compreender melhor a vida dos nossos antepassados e um pouco mais da história das nossas terras.
EliminarAbraço, boa semana.
Gostei muito da sua narração, Paula. Tantos pormenores cheios de ações de vida... Simplicidade e providências vividas com bravura!
ResponderEliminarUma boa semana... Feliz Páscoa! Cristo bem vivo no nosso coração!! O Seu amor é essencial a um viver pleno!...
Bjs
Obrigada Anete pela mensagem.
EliminarFeliz Páscoa 2017!
Paula, enviei um e-mail, veja lá.
EliminarCom carinho e um abraço
Nos anos em que caminho neste Blog, postando, comentando e respondendo, tenho o meu modo romanceado de descrever vivências reais, vividas ou contadas.
ResponderEliminarEste tema será porventura o mais genuíno até agora publicado (por ser real e assentar em ruínas ainda visíveis), da evolução das nossas gentes e de que nos devemos orgulhar.
Os pressupostos e lendas de S. Pedro sobre o "nascer" de Forninhos, descendo lá do alto por entre veredas, deverá consigo ter trazido as primitivas casas aonde os serranos se acomodavam com os seus animais, familiares e afins e deste modo nasceu a nossa terra, sedentária e com vales férteis.
Mas trouxe também a ganância de uns e a submissão de outros, mesmo daqueles que lutavam por subir na escala social a braços de de que de tão doridos, mal conseguiam pegar nos filhos ao colo na entrada da noite.
Era quase proíbido, "fulano" ter uma filha a estudar, pareceria mal que viesse a ter melhores notas que os dos ricos...
Hoje podemos falar assim, felizmente.
Mas naquele tempo, quem quisesse ter uma leira de renda ou dar dias a cavar...comia e calava e havendo camisa ou calça do homem, para tais passar, a mulher pedia as brasas e ferro às vizinhas, tal como o fermento para o pão.
Entrei em muitas destas casas e não recordo nenhuma que não tivesse gentes boas, as mais sinceras e leais, para mim as mais respeitadas; não havia funeral de "pobre" que tivesse menos acompanhamento que o do "rico", não contando com os amigos de "fora".
Depois, os pobres partiram para longe e mostraram que de uma casa baixa podiam fazer mansões.
E a partir daí por falta de "escravos", os ricos ficaram mais pobres...
Como diz a cantiga, se a morte fosse interesseira, ai de nós o que seria, o rico comprava a morte, só o pobre é que morria.
Eliminar.....
Eliminar.....
Hoje..
Continuamos com o mesmo dilema : Pobres e ricos .
Escravos e Quintas e familias Senhoriais.
A diferença é que ás vezes somos escravos de nós próprios e somos os mesmos que alimentamos os ricos
sendo pobres. Ou seja , levo a sandes ao gabinete do
rico que me paga um pobre salário , explora-me , e
na hora dos " aumentos " compra um carro de 60 mil
euros e diz-me: tem paciência mas para o ano se revê
o teu salário....de 650 €€€€ ? ( como exemplo)
Mas na MORTE , com letra grande, somos todos iguais.
Porque ando de um lado para outro ,faço Kms todos os
dias há anos , já assisti a mais " mortes" que aos
funerais que fui na vida toda.
Cai no chão um rico ,um pobre,um mendigo ,um turista
novos e velhos com uma facilidsde tremenda.
Não importa heranças , mercedes , conta bancária ou
férias nas Maldivas....
Hoje num estaçao de Metro fechou porque caiu um senhor "redondinho" na escada rolante ...
O resto é impressionante:a luta ,todos os meios para
salvar uma vida...( desconfio que não deu ???)
Áquela hora uma parte de mim parou para pensar...
Abr
MG
Oi meus queridos, Paula e Xico, li atentamente o texto e os comentários e suas respostas, adoro historias reais do nosso passado, de como viviam, de como sabiam viver a simplicidade, as dificuldades do dia a dia, e isso era sempre enfrentado com determinação e coragem, fazia parte da vida daqueles tempos, em que não existia tanta informação e nem desenvolvimento, eram pessoas que estavam fazendo o caminho para as futuras gerações. Que bom que tenha pessoas assim como vocês, que lembram pra nós como era a vida dos nossos antepassados, e de como as pessoas foram importante pra todos nós.
ResponderEliminarDesejos de uma abençoada semana santa.
Beijos
É muito lisonjeiro o seu comentário, Fátima!
EliminarSabe que não é matéria nova, já tinha escrito algumas destas linhas noutros 'post's' e noutras ocasiões, mas trouxe este texto exactamente para revivermos as memórias que da meninice trouxemos, certamente nem todos, ainda assim acho que vale sempre a pena a revisitação da quadra dessa idade, em que não havia o exibicionismo de agora. Dizia o escritor russo Anton Tchekhov que “onde não estamos é que estamos bem. Já não estamos no passado, e então ele parece-nos belíssimo”.
A mim, não parece, é belo, e quando olho uma foto que me faz recuar no tempo, a certeza é maior!
Abraço e passe uma Santa Páscoa.
Paula e Xico,
ResponderEliminarHoje especialmente para vos desejar santa e feliz Páscoa.
Beijinhos,
Ailime
Depois de 15 dias de ausência, estou de volta. Espero que estejam bem.
ResponderEliminarUm abraço
Resposta para a Ailime e Elvira:
EliminarObrigada. Passamos a Época Pascal bem. Regressamos a Lisboa hoje, segunda-feira de Pascoela.
Beijinhos&abraço.
Eu penso que em Forninhos as casas, a maior parte, são de altos e baixos, as de meus avós, as que meus pais compraram, transformadas, mas ainda são assim. Aproveitavam os declives para, nos baixos fazerem as lojas de gado e as adegas, muitas ainda são assim em Forninhos.
ResponderEliminarNesta altura da Páscoa, lembro-me bem de meu avô paterno, ISMAEL LOPES, UM GRANDE SENHOR DE FORNINHOS. Aleluia, Aleluia, Ressuscitou, Aleluia, Aleluia, e assim recebia a Cruz de Cristo, e sua comitiva, em sua casa, esta, previamente arrumada, não esquecendo o soalho esfregado com sabão cor de laranja, ficando bem cheiroso, desinfetado e bonito, tempos difíceis mas solidários e carinhosos, coisa rara, nos dias de hoje.
São, dizes bem. Isto porque a determinada altura ninguém quis, tal como hoje ninguém quer, morar neste tipo de casinha - a rasteira, com telha antiga - mas vamos imaginar (só imaginar) todas as casinhas rasteiras de Forninhos recuperadas, com a sua traça original, melhorando algumas coisas, claro, Forninhos não ficava uma aldeia mais bonita?
EliminarPresentemente acho que ainda não é muito tarde, mas mais uns anitos e vai ser tarde demais!
Amigo Santos Lopes:
ResponderEliminarO que está a acontecer é que a solidariedade destes tempos virou " negócio", "promocão politica e social" "capa de revista" e até, imagine-se ," limpeza de imagem ", ou seja , andam corruptos e " mafiosos" a dar de comer aos "sem abrigo"
como forma de se livrarem de processos complicados do pior
que se possa imaginar...e mais não digo !!
Basta dar uma volta pela noite de Lisboa a uma Sexta Feira.
A verdadeira e sincera solidariedade é ingrata e rara.
Abr
Fique bem
MG
Amigo António, sou da mesma opinião e acrescento, os prevaricadores só continuam a sê-lo caso a comunidade consinta (se cale). Bastante gente está saturada do que vê que já não quer saber de nada, pena que os mais jovens estejam incluídos, dias de hoje.
EliminarInfelizmente os lugares do poder parecem hereditários! A determinada altura, começa-se a dar conta que não há novos rostos. Por isso, Henrique, poder-se-à concluir que há gente saturada do que vê, mas a maior parte não está saturada de nada, porque não pensa pela sua cabeça, tem por única direcção de vida a conveniência.
EliminarHoje, para mim, este é o principal motivo porque não existe gente que ousa tomar a palavra.
Bom feriado.
Abraço.
Boa tarde Paula,
ResponderEliminarVim agora ler o artigo e não há dúvida que as pessoas de outros tempos se assustariam se vissem o que existe nas casas de hoje.
Lá na minha aldeia não me recordo de casas assim, mas presumo que tenham existido. Talvez os antigos palheiros tivessem servido para esse fim. Há uma coisa que penso muitas vezes. As pessoas seriam muito mais felizes nesses tempos, uma vez que tinham mais tempo para se dedicarem uns aos outros.
Espero que tenham tido uma boa Páscoa.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Não tenhamos dúvidas, Ailime, que as pessoas antigamente passavam mais necessidades, mas eram mais alegres e muito solidárias e francas e que nos transmitiram valores que se estão a esquecer.
EliminarBom feriado.
Beijinhos.
A casa dos meus avós paternos era diferente dessas.
ResponderEliminarEra em pedra e tinha os quartos e a sala principal no andar de cima.Em baixo havia uma salinha na entrada principal , onde o meu avô escrevia (era correspondente dos Jornais "O Século e " O
Primeiro de Janeiro".)
A cozinha era grande, com lareira. Era lá que se comia.
Quarto de banho era fora. Na casa da eira tinha uma banheira.
A primeira que vez que cá viemos foi uma surpresa.
A casa tinha terreno, um género de pequena quinta.
Sempre gostei dessas casas, mesmo das mais pobres.
Beijinhos.
Eu também sou uma que gosto dessas casas; quando dou uma volta pela aldeia aprecio mais uma casa velha do que as novas habitações, talvez porque são a nossa história, o embrião das nossas raízes, a nossa nascença.
EliminarEu já pensei comprar uma e restaurá-la, também sempre gostei de tomar posições diferenciadas dos outros, mas todos (família) me dizem que eu sou doida e que não tenho necessidade. É verdade, ainda assim vou continuar a falar dessas habitações para que ou menos os netos desta geração, tenham/herdem um cantinho, à beira serra plantado, Melhor.
Beijinhos.
.....
ResponderEliminar.....
25 Abril - A Liberdade
Um abraço para todos neste dia ESPECIAL .
Sobretudo para todos os que usam a Liberdade com Saber e muita Coragem , com Inteligência e Respeito.
Um abraço para todos os que nos últimos 43 anos perceberam que a Liberdade é um bem adquirido e que tem regras ,limites e fronteiras . A Liberdade não foi criada para roubar , para ultrajar o outro . O Vizinho , o familiar ou o amigo .
O empregado ou a empregada , o assalariado .
O pai , a mãe , o avó ou o filho.
A Liberdade chegou há 43 anos e que para tal acontecesse muitos sofreram nas mãos do Absolutismo e da Ditadura.
Muitos morreram e nem o corpo (s ) foi encontrado( s) ....
Um abraço Especial para este Espaço que permite que uma Terra
e um Povo sejam recordados na sua História e Raízes.
Onde também se contam estórias de arrepiar de pobreza e miséria , muita resistência !!
Pena que o 25 de Abril de HOJE não honre muitas vezes os nossos antepassados e muitos prefiram mandar pedras e
esconder as mãos . Daí os muros que todos os dias nascem.
Daí as ameaças bélicas e os navios de guerra a cruzarem os
Oceanos.
Para quem não sabe usar a Liberdade o sono de logo á noite
vai ser muito pesado.
Para quem respeitou e quis a Liberdade sem sofrimento eis um
sono leve que se aproxima .
Um Abraço
MG
Olá António.
EliminarObrigado pela sua colaboração.
Se não se importar, vou publicar este seu comentário num artigo, pois neste sítio dos comentários pode não ser vista por todos os visitantes.
Um abraço amigo.
....
ResponderEliminar....
Obrigado , Paula.
Bom dia de 25 Abril .
Espero que a familia e o seu dignissimo PAI estejam bem.
MG
Paula, que bom te ver de volta e espero tenham aproveitado bem as férias! Agora de volta à rotina.Boa sorte! bjs, chica
ResponderEliminarÉ sempre bom recordar outros tempos...
ResponderEliminarBom feriado!
Isabel Sá
Brilhos da Moda