Tinha de acontecer: de tanto falar e pensar no machado, nas moedas e vestígios de telhas que apareceram na Pardamaia ou Pedra Maia (ortografia que consta da avaliação geral) e que fizeram crer ter existido ali uma pequena villa romana, ou, pelo menos de um casal com alguma dimensão, fui reler, para comparação, um artigo que saíu numa publicação promovida pela Associação de Desenvolvimento do Dão (ADD), e o texto da pág. 20 da mini-monografia de Forninhos, do mesmo autor. Ninguém esperava que o fizesse, se calhar. Mas cá vai:
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Na Pág. 20, o historiador escreve isto: "Deste período, Idade do Cobre (Calcolítico), não são conhecidos sítios na freguesia de Forninhos. No entanto, logo no período subsequente, a idade do Bronze Antigo/Médio (+ou- 2300/1600 a.C.), podemos incluir uma peça muito interessante, recolhida à superfície junto a um muro, no lugar da Pardamaia ou Pedra Maia. Trata-se de um machado plano, provavelmente de bronze, testemunho indubitável que a utilização de novos instrumentos, ia substituindo paulativamente os velhos machados de pedra polida. É um achado isolado, pouco comum, de difícil explicação. É pouco provável que se trate de uma peça perdida, pois seria uma peça rara, de obtenção difícil, que estaria na posse de alguém com poder social.".
Agora, vamos recuar um pouco:
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Nesta publicação promovida pela ADD, o mesmo autor escreve:
"Reavivando a História, do ventre da terra saíram alguns vestígios arqueológicos que testemunham a passagem e vivência de antigos tempos e povos, como é o caso de um machado plano do calcolítico/bronze inicial e de uma moeda romana.".
Se é como o autor diz, que valor então tem uma frase como esta: "Deste período, Idade do Cobre (Calcolítico), não são conhecidos sítios na freguesia de Forninhos."
A pág. 47/48 (da monografia) sobre o topónimo "Forninhos" diz isto: "No atual estado da investigação, convém esclarecer que o topónimo Forninhos é uma derivação de Fornos. Esta opinião iniciar-se-ia com o padre Luís Lemos (Lemos; 2001, 230), corroborada mais tarde por Santos Costa acrescentando ainda, que esta localidade foi, a determinada altura da sua história, portadora do vocábulo Fornilhos (Costa; 2008:378). Na nossa opinião, e após uma análise das fontes documentais e bibliográficas, partilhamos da opinião formulada pelos autores referenciados e acreditamos que a derivação para Forninhos ocorre, porventura durante a primeira metade do século XVII.".
Pág. 52:
"E vai ser precisamente nos registos de casamentos, os primeiros datados de 1626, que vamos começar a encontrar a derivação Forninhos."
A dado passo conclui:
"Portanto, como tivemos oportunidade de verificar, Fornos converte-se em Forninhos aquando dos primeiros registos paroquiais na épocaromana moderna. Desconhecemos em concreto as motivações inerentes à alteração do topónimo, e muito podia ser dito e acrescentado para justificar a atual toponímia, mas sem a segurança de fontes documentais, pilar fundamental da ciência histórica, estaríamos certamente a entrar no campo da especulação e da probabilidade.".
Concordo com o apontamento do historiador: "...muito podia ser dito e acrescentado para justificar a atual toponímia, mas sem a segurança de fontes documentais...".
Mas eu pergunto: se o historiador não tinha fontes documentais (e julgo que não tinha) porque escreveu, na parte final do artigo, esta frase:"Esta povoação já se chamou Fornilhos e tal como Dornelas pertenceu ao extinto concelho de Penaverde."
Nota Pessoal:
Não sigo o acordo ortográfico, mas como o autor segue-o, respeito isso.
"Reavivando a História, do ventre da terra saíram alguns vestígios arqueológicos que testemunham a passagem e vivência de antigos tempos e povos, como é o caso de um machado plano do calcolítico/bronze inicial e de uma moeda romana.".
Se é como o autor diz, que valor então tem uma frase como esta: "Deste período, Idade do Cobre (Calcolítico), não são conhecidos sítios na freguesia de Forninhos."
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De onde virá esta palavra Forninhos?A pág. 47/48 (da monografia) sobre o topónimo "Forninhos" diz isto: "No atual estado da investigação, convém esclarecer que o topónimo Forninhos é uma derivação de Fornos. Esta opinião iniciar-se-ia com o padre Luís Lemos (Lemos; 2001, 230), corroborada mais tarde por Santos Costa acrescentando ainda, que esta localidade foi, a determinada altura da sua história, portadora do vocábulo Fornilhos (Costa; 2008:378). Na nossa opinião, e após uma análise das fontes documentais e bibliográficas, partilhamos da opinião formulada pelos autores referenciados e acreditamos que a derivação para Forninhos ocorre, porventura durante a primeira metade do século XVII.".
Pág. 52:
"E vai ser precisamente nos registos de casamentos, os primeiros datados de 1626, que vamos começar a encontrar a derivação Forninhos."
A dado passo conclui:
"Portanto, como tivemos oportunidade de verificar, Fornos converte-se em Forninhos aquando dos primeiros registos paroquiais na época
Concordo com o apontamento do historiador: "...muito podia ser dito e acrescentado para justificar a atual toponímia, mas sem a segurança de fontes documentais...".
Mas eu pergunto: se o historiador não tinha fontes documentais (e julgo que não tinha) porque escreveu, na parte final do artigo, esta frase:"Esta povoação já se chamou Fornilhos e tal como Dornelas pertenceu ao extinto concelho de Penaverde."
Nota Pessoal:
Não sigo o acordo ortográfico, mas como o autor segue-o, respeito isso.