A única mulher que deu nome a uma rua, em Forninhos, ficou conhecida como "Chica", mas chamava-se Maria e era filha de Maria do Carmo e Francisco Guerra. Nasceu em Forninhos no dia 18-11-1882.
Apresento-vos a Travessa da Chica também lembrada na toponímia por Quelha da Chica.
|
Travessa da Chica |
Mas atenção, quando a Câmara deu o nome à rua onde morava, a tia "Chica Guerra" já era falecida (faleceu em Forninhos no dia 2 de Abril de 1955) e todas as casas já estavam sem moradores e andavam na posse dos herdeiros.
Genealogia da tia Chica Guerra
1. António Esteves Vaz, filho de Francisco Esteves, de Forninhos e Maria do Patrocínio, de Tamanhos, Trancoso, era pedreiro e casou em 14-06-1857 com Carlota Fonseca, filha dos forninhenses Francisco Dias Andrade e Ana da Fonseca. Eram primos em terceiro e quarto grau e os registos de batismo dos filhos indicam que o casal residia na Rua do Outeiro.
Filhos do casal
1) Maria, nasc: 12-11-1857 e faleceu a 21-09-1909
2) Maria, segunda do nome, nasc: 05-03-1860 e faleceu em 31-07-1940
3) Maria, terceira do nome, batizada a 25-03-1862, faleceu a 29-05-1942
4) Luis, nasc: 19-03-1864.
5) Prazeres Esteves
2) A Maria (de Jesus), segunda do nome, tinha 44 anos quando casou com Luis Guerra de Penaverde, no dia 17-01-1904; ele tinha 29 anos.
4) Luís ....
5) Prazeres Esteves mãe solteira de:
- José dos Santos, nasc: 04-07-1887; faleceu a 29-09-1888
- Maria, nasc: 08-02-1889
- Casemira, nasc: 25-12-1892
- Sabina, nasc: 07-04-1896
- Maria da Graça, nasc: 01-08-1898
3) Maria (do Carmo) Esteves, terceira do nome, casou com Francisco Guerra, de Penaverde no dia 10-05-1877 e tiveram os seguintes filhos:
1- António, nasc: 03-02-1878
2- Jose, nasc: 09-04-1880; faleceu a 15-06-1950
3- Maria, nasc: 18-11-1882 (conhecida por Chica Guerra); faleceu a 02-04-1955
|
Registo Batismo de Maria, a Chica Guerra |
4- Luis, nasc: 03-06-1885, casou com Maria Ferreira de 29 anos, natural das Antas, Penalva do Castelo, no dia 13?-05-1912. Esta faleceu em Forninhos no dia 06-01-1962 e ele faleceu em 17-04-1963. A minha fonte (Maria Augusta Guerra da Fonseca) refere que este casal teve 5 filhos:
- Beatriz (Rebelo)
- Antonio (Pêgo) - herdou uma casa
- Guilhermina
- Casemiro Guerra - herdou uma casa
- José (Guerrilha) - herdou uma casa
5- Casimiro, nasc: 09-05-1887
6- Adelino, nasc: 29-11-1889
Em homenagem a estas casinhas declamo uns versos que a minha tia Margarida Albuquerque um dia aqui nos deixou:
Vivo além no meu casebre
Onde há cheiro a rosmaninho
Onde nasceram meus pais
E os rouxinóis fazem ninho
Foi lá que aprendi a rir
A trabalhar e a sonhar
Saio sempre entre cantigas
E entro sempre a cantar
E quando o sol nasce no outeiro
Cheiinho de ouro e alegrias
Vem logo ter ao meu telhado
só para me dar os bons dias!
Eu não troco o meu casebre
Por um palácio doirado
Que não cheira a rosmaninho
Nem tem ninhos no telhado.
Estou em crer que as primeiras habitações em Forninhos foram as casas da Chica. Dizem os mais antigos que sim e que havia ligação interior entre elas.