Forninhos era outrora uma terra de gente mais alegre e com muita mocidade. Não raras eram as vezes em que para fechar em beleza o Domingo, a rapaziada à noite pegava no tocador de concertina - tio Carlos Melias - conhecido também por tio Carlos Cego por num jogo da chona o seu par o ter cegado. Davam a volta ao povo cantando as modas que a concertina tocava e cantares ao desafio. Era uma festa para a malta solteira, mas recém-casados havia que não resistiam à tentação, ainda lhes custava...
Desde as rusgas com a rapaziada por tabernas e adegas até tocar num rancho folclórico da terra e, mais tarde, num grupo de cantares (vide foto), o toque da sua concertina deu alegria a três gerações, sempre disponível para a reinação, independentemente da hora.
Por vezes e para poupar as pernas, montava em cima do burro e amparado pelos rapazes, era desse modo que se fazia a "romaria", cantando desalmadamente, de tal forma que quase nem se ouviam os ferrinhos a marcar o ritmo.
O gosto pelas concertinas é uma marca intrínseca às gentes da terra e não há festa que se preze em que os tocadores não aparecem com ela a tiracolo, prontos para abrilhantar mais um medir de forças na desgarrada.
Sendo vivo, o tio Carlos teria agora oitenta e tal anos. Deixou "herdeiros" na arte de tocador, um filho e netos que nas romarias enchem os terreiros de música popular.
Que linda foto e que bom que o Tio Carlos tem um herdeiro dessa arte de levar alegria e música..Pela idade o tio ainda poderia aqui estar,né? Lindo post! beijos,tudo de bom,chica
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ResponderEliminarOlá amigo Xico... Texto joia, viu?! Música, alegria e boa herança..., aprecio demais!!
Forninhos com sua cultura exemplar!
Abraços p vc e Paula.........................
Boa tarde.
ResponderEliminarTempos que vão passando, mas as memórias ficam.
Quém não viu e ouviu o Tio Carlos melias a tocar a sua concertina, e bem tocada.
Foram tempos eu, ainda miudo, ouvi muitas vezes aquela concertina a tocar, umas vezes na sua taberna, outras pelas ruas do nosso Forninhos.
Faltava-lhe a visão é certo! mas aquele sentido da musica nunca lhe faltou.
Parabens ao tocador da concertina.
Abraço.
Mas olha Pires, naqueles tempos e nestas "rambóias", os mais novitos podiam espreitar, mas andar na ronda? isso é que era bom! Éramos corridos com a fivela dos cintos, aquilo era coisa de homens que já tinham ido à inspecção para a tropa, os duros (alguns).
EliminarAté porque o que cantavam, a gente conhecia a melodia, mas o que falavam...
Que maravilha ter na memória momentos tão marcantes.
ResponderEliminarCadinho RoCo
O tio Carlos Melias ainda está na memória de quase todos os forninhenses. Eu lembro-me bem dele, pois foi o tocador do “meu rancho”. Liderado pelo Sr. Zé Teodósio e tia Olívia, percorríamos todas as localidades vizinhas a cantar e a dançar (em especial na quadra carnavalesca). O tio Carlos tocava no rancho por prazer e para dar prazer a quem o ouvia, sem qualquer interesse monetário.
ResponderEliminarJá agora, aproveito, para dizer que também o seu neto tocou na Senhora dos Verdes, sem qualquer interesse monetário na última festa do 15 de Agosto. Muito bem-haja.
Mas falando do tio Carlos, quando a rapaziada o acompanhava e a mocidade feminina só apreciava :-) é curioso perceber que há memórias que por mais anos que passem não desaparecem. Estás de parabéns Xico por não te esqueceres deste humilde homem.
Forninhos era terra de artificies, onde havia carpinteiros, sapateiros, taberneiros, barbeiros, resineiros, etc…, mas também tinha o seu tocador de concertina, especialmente em diversos Domingos.
Agora não tenho oportunidade, mas logo vou falar com o meu pai para saber uma modinha desse tempo.
Homem humilde mas de grandeza, em que o que não, via e sentia por dentro e expressava nos botões da concertina e partilhava. Puro na alegria desprendida, daí a riqueza de uma pessoa.
ResponderEliminarAmanhã cedo parto para Forninhos para juntamente com a família, comemorar os 84 anos da tia Augustinha, minha mãe.
Havendo tempo, irei à taberna da tia Graça, mulher deste homem e quem sabe, entre um copo de tinto e o apeguilhar de qualquer coisa, trazer mais um pouquinho de história.
Afinal, o nosso trabalho aqui, é assim, feito de gostos, que mesmo longe em quilómetros, lá vamos...trazendo qualquer coisita!
Do seu neto temos registo fotográfico na Senhora dos Verdes.
"Fazia a cobertura" e no espaço do Zé Pequeno, lá estava, fiquei rendido em absoluto. Sentei-me numa mesa de tábuas corridas e desfrutei a magia. Soberbo! Lembrei-me do avó dele e no fim conversamos e claro dei-lhe os parabéns.
E sabes que também ele e tantos filhos e descentes de emigrantes no estrangeiro nos acompanham, ansiosos e emociondos?
Isso poderá dar registos futuros. A nossa terra merece...
Outra figura ímpar durante gerações, no tempo em que as aldeias estavam repletas de vida e animação, embora ao que parece , Forninhos ainda consiga manter algumas festividades.
ResponderEliminarAqui no sul, as concertinas também eram muito comuns, mas agora são raras as ocasiões em que são tocadas, e também muito menos os tocadores.
Que bom o sr. Carlos ter deixado a herança da música aos seus descendentes...!
Fiquei aqui a pensar o que será o jogo da chona, que originou a cegueira, mas terá de certeza a ver com paus...
Muito bela a história, e muito boas a vossas explicações e achegas, Xico e Paula.
xx
Olá Laura.
EliminarVai sabendo bem no tempo quente, quando se pode ir um ou outro dia à terra, ouvir nas escadas das casas um toque de concertina, mas já poucas, convenhamos.
À semelhança do cante alentejano à porta de uma taberna, tal como fui ouvindo em Terena e no Redondo, mastigando uma linguiça no fim da tarde com um copo da talha.
Na semelhança das concertinas, os sons eram iguais sem diferenças. Barulho alegre e animado nas pegas das vitelas em Agosto.
Afinal os mesmos modos de celebrar festividades advindas de gerações e além de as preservar, resgatá-las.
Quanto à chona, de facto deduziu bem, um jogo do pau em que este batia num mais pequeno aparado nas pontas de modo inverso e voava em direcção ao círculo definido como alvo.
Variava no destino consoante a força e jeito e deste modo, infeliz, um tio meu, sem intenção, transformou a vida do tio Carlos.
Um abraço,
Obrigada pela explicação, Xico.
EliminarQue pena, do Alto Alentejo só conheço Évora...:-)
Boa noite.
Ops!!!
EliminarAs minhas sinceras desculpas Laura, por a "ter" migrado até ao Alentejo.
Pelo "menos" ficou ali ao lado, ambos pedaços de eleição do nosso Portugal.
Baralhei o corridinho com o cante alentejano e inverti a história: alentejanos a correr e algarvios encostados.
Aceite os meus cumprimentos.
Devia ser muito divertido , a tradição que nos leva a refletir
ResponderEliminarde como os tempos mudaram e que dá saudade.
bjs
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Se era divertido, Simone!
EliminarLembranças da adolescência que não se perdem por vividas ou ouvidas, mas que até hoje permanecem reais.
Se pudermos aqui trazer de volta nem que seja um bocadinho delas, passeando nas nossas ruas, já valeu a pena!
Abraço.
Olá!
ResponderEliminarBelas histórias! Adoro!
Saudações primaveris
Aqui, tanta coisa me fala da minha adolesc~encia, Xico! Não, não pertencia a nenhum rancho folclórico, mas o meu irmão mais velho tocava muito bem acordeão ( na verdade tocava/toca tudo...) e era ver-nos nas noites de verão a entoar as melodias da época, acompanhados por ele...O pior era quando ultrpassavamos a música! Rss! E o violino? Que choro...E clarinete? Era uma casa cheia de música e músicas!
ResponderEliminarNas festas eram os ranchos a dançar a chula e o vira minhoto.
Abraço, bom amigo!
.............
Ah, Paula, as claras saem muito bem mesmo congeladas...
Beijinhos. Dois. **
Olá Manuela.
EliminarPor vezes nem temos noção do privilégio de sermos filhos desta nação, em que na grandeza da sua pequenez de ter sido a primeira da Europa a ter as suas fronteiras definidas (!!!), junta as suas pontas do norte ao sul e faz esta riquíssima manta de estórias e história.
As mesmas vozes, as mesmas melodias, os mesmos instrumentos, variando apenas nos seus costumes ancestrais, terra a terra.
Tudo tão genuíno e verdadeiro em que cada casa tinha gente diferenciada com jeito para uma ou outra coisa. Quem cantasse por ter jeito e voz, quem tocasse por ter bom ouvido, quem envolvesse os outros em alegria.
Abraço amigo.
Olá Xico,
ResponderEliminarvejo que essa mesma tradição atravessou mares e ficou por aqui também, herança de nosso bisavó que veio da Ilha da Madeira. João Luiz de Araujo. Meus irmão tocavam gaita e minha mãe. Eu sempre quis aprender e não deu certo. Nem pedra na água sei tocar. Em tarde nostálgicas sinto o toque da gaita e as cantorias que fazíamos, aqui íamos de casa em casa e eramos recebidos com licores e petiscos deliciosos.As Vezes os mais malandros roubavam uma galinha da casa visitada e presenteavam para fazer uma galinhada com arroz. Meu pai sempre era o cabeça das travessuras. hahaha
Bjos e tenha uma semana iluminada, espero que o calor já esteja chegando por ai. Aqui o frio está batendo na porta.
Olá Anajá, em homenagem ao seu bisavô madeirense, cá vai:
EliminarBailinho da Madeira
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu'a gente vamos bailar
Á gentinha da madeira
Eu venho de lá tão longe
Eu venho de lá tão longe
Venho sempre á beira mar
Venho sempre á beira mar
Trago aqui estas codinhas.
Trago aqui estas codinhas.
Pr'á manhã o seu jantar.
Pr'á manhã o seu jantar.
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu'a gente vamos bailar
Pr'á gentinha da madeira.
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu'a gente vamos bailar
Á gentinha da madeira.
E a madeira é um jardim.
E a madeira é um jardim.
No mundo não há igual.
No mundo não há igual.
Seu encanto não tem fim.
Seu encanto não tem fim.
A filha de portugal.
A filha de portugal.
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu'a gente vamos bailar
Pr'á gentinha da madeira.
Deixa passar esta linda brincadeira
Qu'a gente vamos bailar
Á gentinha da madeira.
Quanto às travessuras, haverá melhor coisa que uma tropelia saudável, ainda por cima que agora o calor abençoado começa a aparecer?
Abraço grande.
Adorei o bailinho, vou mostrar para os guri. Linda música.
EliminarTenha um ótimo dia.
Olá a todos.
ResponderEliminarUma modinha muito popular nesse tempo começava com este verso:
"Ó Laurindinha
Chega à Janela
Vem ver os tropas
Ai ai ai que eles vão p´ra guerra...".
Em Forninhos, além do tio Carlos, havia ainda o tio Daniel (conhecido por tio Daniel novo) que tocava muito bem guitarra e também acompanhava a rapaziada em diversos Domingos à noite.
Aproveito e lembro também que nessa época os tocadores da povoação da Matela, o Cipriano e tio João Freitas visitavam frequentemente Forninhos e juntavam-se com a rapaziada. Contou-me o meu pai que no dia que eu nasci vieram ter a casa do meu avô Cavaca, que cantava muito bem, "metia muitos cantores de hoje num bolso" e houve toque e cantoria até de madrugada!
São estas estórias que têm um significado especial para mim :-)
A voz do teu avô e filhos, sempre foram admiradas, não só por cantarem mas também pelo trabalho e alegria contagiante.
EliminarTiveste sorte em quais Reis Magos, teres tido a oferta no nascimento de cantores e tocadores, quando por vezes se era corrido a "toque de caixa".
Beijos e abraços.
Que bonito esse costume! Essas pequenas reuniões de cantoria tornam o lugar mais acolhedor. Gostei de conhecer! Abraços e boa semana,
ResponderEliminarFazia tempo que eu não ouvia falar de concertina, uma excelente ideia! Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarObrigada pelos comentários Anne e Yayá.
ResponderEliminar"...mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", ou seja, nasceram outros convívios e apareceram os conjuntos musicais modernos, mas as tradicionais concertinas que dão sempre um cariz de tradição às nossas romarias (o que se estava a perder) nos últimos anos estão a reavivar-se por aqui. E eu gosto :-)
Abr./Paula.
Por gostar da música portuguesa, vez em quando ouço a concertina em vídeos. Lembro-me de uma música que tinha num disco infantil que meu filho ganhou padrinho (português) que fala em "dançar a concertina". Gosto muito do ritmo.
ResponderEliminarNo Ceará há muitas danças tradicionais trazidas pelos portugueses, pelos escravos africanos e também do índio nativo. Algumas, ainda são mantidas...outras se perdem. É muito importante, essa recuperação da tradição, no caso, da concertina. VIVA! Parabéns, Xico, Paula, forninhenses em geral...
Beijos,
da Lúcia
Um grande prazer quando por aqui aparece, Lúcia.
EliminarTambém eu recorro frequentemente a vídeos para ouvir estes toques que trazem recordações mas acima de tudo, animação.
Fazem parte da história de Portugal e felizmente mesmo nos "media" nos programas mais famosos, são uma obrigação porque o povo gosta!
Afinal, como rezava um slogan muito conhecido, "o que é nacional, é bom".
Não há novo ou velho que ao toque da concertina fique parado.
Num impulso, sai logo um bailarico, em casa ou na rua!
Beijos, Lúcia.
Boa tarde Xico, a concertina muito bem evocada no vosso precioso Blogue numa belíssima homenagem ao vosso "tio" Carlos Melias. Um instrumento que ainda hoje adoro ouvir e que me emociona! Saudades de tempos que não vivi pela vinda para a urbe!
ResponderEliminarNa minha aldeia a concertina também era rainha dos bailaricos e já lá havia dois salões onde faziam os bailes! Os mais pequeninos como eu só ouvindo ao longe ou em casos especiais nos deixavam entrar...Duma coisa tenho a certeza, naquela época as pessoas poderiam nunca sair dali, mas que se divertiam muito apesar dos trabalhos do campo, não tenho dúvidas;))!
Hoje recebi o jornal da minha terra e tenho muito orgulho, porque os meus conterrâneos não têm deixado por mãos alheias a cultura e perseveração dos costumes! Pode ser que um dia eu conte, porque não estou ligada a estas coisas, o que dói muito. Beijinhos para si e Paula, que sempre me transmitem emoções fortes, (pedindo-vos desculpa pelos meus desabafos), relacionadas com a minha amada terra onde só vivi treze anos).Ailime
Olá Ailime.
EliminarForninhos sempre teve fama de tocadores, como o tio Carlos, mas acima de tudo, de bons cantadores ao desafio, como "manda" o toque da concertina.
Sabia que nas festas e romarias,como agora felizmente volta a acontecer, este instrumento é o juiz das gargantas mais afinadas e dos poetas mais repentistas?
No improviso de cantar, tal como o termo "desafio", ali se provoca, se responde e se lava a honra. Quem escuta, são testemunhas de quem ganha, se uma aldeia ou outra e já se sabe, na próxima romaria, haverá pedidos de desforra.
A magia da concertina!
Nota: Já a "provoquei" a trazer coisas suas, mais uma vez: Conte!!!
Aquele abraço, amiga.
Tambem eu me recordo bem do tio Carlos Melias e quando vou a Forninhos , seja verão seja inverno não venho de là sem visitar a tasca da tia Graça (mulher do tio Carlos) assim que se passa aquele degrau pra dentro , dois passos em frente e jà estamos encostados ao balcão, depois conversa puxa conversa , uns copinhos , umas farriscas de bacalhau que nunca là falta e ali se passam duas horinhas bem passadas .
ResponderEliminarDas muitas cantigas que o tio carlos cantava , hà uma que me ficou na memoria , ai vai ela
Quinta feira da ascenção fomos à espiga o pão eu e a minha rapariga
e no meio da seara meti-lhe a espiga na mão e ela disse que não queria
ai que alegria que alegria coisa bela ela não queria mas depois levou com ela .
Recordo me como se fosse hoje .
Que recordações David, e então contadas ao teu jeito e à boa maneira dos "Cavacas", com alegria e cantoria, não paro de rir.
ResponderEliminarMas não pensem os nossos leitores que não era assim; ainda ontem não fui à tasca da tia Graça por falta de tempo,pois bem queria, mas centenas de quilómetros para lá e vinda...fica para a Páscoa.
Não fiquem escandalizados com a letra, pois isto era o genuíno dos cantares brejeiros e "maldosos" da nossa aldeia, com os malteses animados e já bem aviados na tasca do tio Carlos, para começarem a rambóia.
Cantigas sem serem apimentadas como esta, nem davam para o tio Carlos abrir os foles da concertina e os botões quase lerem a letra.
Dava gozo, era já noite, sentir trancar as portadas das janelas pelas "beatas", esconjurando o diabo que andava à solta e a cantar.
E lá vinha outra também puxada:
Laranja doce tem a casca fina
O amor dos homens é
Uma menina
Uma menina que saiba a pimenta
O amor dos homens é
A ferramenta
A ferramenta é uma bela alfaia
O amor dos homens está
Debaixo da saia
Debaixo da saia...
E por aí fora.
Curiosamente e ao tempo, a maioria do povo achava engraçado e divertido, mas também havia quem rezasse pelos "pecadores", como se os filhos lá andassem às escondidas e divertidos.
Afinal, memórias de um povo.
Um abraço.
Belas lembrancas amigo Xico, um abraco.
EliminarEu, bicho de cidade , me confesso:
ResponderEliminar-É a primeira vez que ouço falar nessa atividade!
Beijo
Estes toques e cantares não eram só da aldeia. Hoje os meios de comunicação trazem muita música para dentro de casa, talvez por isso, Nina, nunca tenha ouvida falar de tal. Mas, pelo menos, através dos ranchos folclóricos, temos uma ideia das cantigas que se cantavam antigamente.
ResponderEliminarBeijos**
O tio Carlos Melias fica na memória de todos os Forninhenses.
ResponderEliminarNo meu tempo de miúda, aos Domingos à tarde havia sempre baile ao som do toque da concertina, dos mais novitos aos mais velhos toda a gente dançava, aquele toque ficava no ouvido de toda a gente.
Que saudades que eu tenho desse tempo.