Seguidores

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Andores, a tradição já não é o que era!

Estas fotografias foram tiradas num largo muito particular da nossa aldeia, na Lameira, no tempo do Sr. Pe. Flor.Vejam como a gente desse tempo decorava os andores e reparem que além das crianças as verduras também eram quase uma obrigação, pois davam sempre um toque verde ou não fosse a festa do 15 de Agosto, a festa de Nossa Senhora dos Verdes:

andor do Sagrado Coração de Jesus

algures no ano de 198_

andor de Nossa Senhora dos Verdes

logo a seguir vem a Cruz e as respectivas lanternas
Obs. 'A tradição já não é o que era' e esta é daquelas expressões que merece reflexão, porque quando se conclui que já não é o que era, foi porque falhou a passagem de testemunho ou os conteúdos culturais foram adulterados. Voltem a ver a procissão do ano passado aqui para melhor perceberem o que mudou.

18 comentários:

  1. 1. Boas recordações, as que nos trazem estas fotos.
    Penso que hoje dia 18 é dia de Santa Marinha e como tal deveria haver a Procissão até á Senhora dos Verdes, será que foi feita e com o encanto de outrora?
    Não quero de maneira alguma que esta fosse como a que se faz em Agosto, mas com alguma alegria e cortesia e bastante gente.
    Segundo o que parece a festinha de Domingo não correu muito bem, com algumas pessoas menos agradecidas, mas lá se fez a Festa.
    Soube do discurso do nosso conterrâneo Zé Urbano, não é por nada mas segundo o que ouvi, falou bem e com alguma razão, quanto a mim. Pois este também deveria ter um pequeno clamor junto das autoridades competentes, pelo que já fez.

    ResponderEliminar
  2. De hoje a 4 semanas é dia da festa de Nossa Senhora dos Verdes e hoje, dia 18 de Julho, é o dia que pertence no calendário litúrgico a Santa Marinha. A procissão deste dia de Santa Marinha só percorre as ruas da aldeia, creio que a procissão correu bem, com as pessoas que participam sempre nestes momentos. A missa é que não foi muito diferente do ano passado…com muita gente a sair para não ter de ouvir mais o “Pregador”. Mas hoje os bancos junto ao altar-mor não deviam estar vazios...era dia de festa...!
    A festa de Santa Marinha já não é o que era, porque o conteúdo foi totalmente adulterado.
    Parece é que os burgueses do burgo é que não apareceram para acompanhar a procissão, comeram muito queijo no Domingo, esqueceram-se!
    Adiante…mais vale esquecer a elite política, pois são uma minoria que nunca participaram nas festas de Santa Marinha ou de Nossa Senhora dos Verdes… alguém os vê numa missa, numa procissão ou a fazer alguma coisa pela terra? Não, por isso, também nem aparecem nas fotografias que aqui publicamos, porque na verdade nunca fizeram parte das nossas festas, nem de Forninhos.
    Alguém os aqui vê a levar um andor, uma lanterna ou a Cruz?

    ResponderEliminar
  3. Os costumes se modificam lentamente acompanhando a evolução histórica, as tradições se modificam, mas se mantém partícipes na comunidade. Um abraço, Yayá.

    ResponderEliminar
  4. Paula,

    Sei que as coisas se modernizam e é preciso modificá-las, mas as raízes não deveriam ser esquecidas.
    Ainda bem que pessoas como você, não deixam morrer a história e costumes de um povo.

    Tenha um lindo dia.

    Beijos

    ResponderEliminar
  5. Obrigada Lucinha e Yayá por tão bem entenderem o conteúdo desta entrada. Entretanto, para melhor entendimento de todos, acabei por introduzir no fim, o link, a direccionar para a procissão do ano anterior.
    De facto, é sempre bonito ver anualmente a procissão de Nossa Senhora dos Verdes a repetir-se, mas alguns de nós acharíamos ainda muito mais bonito, ver os andores enfeitados com flores naturais, já como foi (+ou-) no ano passado, mas sem os panos coloridos…! mas, antes, com verduras de modo a que as crianças possam fazer parte como foi antigamente. Nos anos 80 todas as crianças ansiavam por ir nos andores, de certeza que as crianças de hoje não são diferentes. Mas como temos de acompanhar os tempos e por causa de uns panos coloridos nenhuma criança pode ir em quaisquer andores, não percebo então o porquê da introdução dos tractores, já que os mesmos foram introduzidos para esse efeito.
    Antigamente (e estou a falar de há 70 anos atrás) nenhum andor acompanhava a procissão de N.S. dos Verdes, mas como diz a Yayá os costumes modificam-se lentamente e acompanham a evolução histórica e essa evolução aconteceu em Forninhos e a tradição modificou-se. Alguns andores, disseram que no início foram 4, passaram a fazer parte da procissão e eram transportados ao ombro pelas pessoas, isto até 1976. Mas a história não é estática e em 1977 alguns andores passaram a ser transportados pelos tractores. A meu ver, em 1977, alguns ainda foram levados ao ombro, só porque não havia tractores suficientes para o transporte de todos, que eram 7, acho.
    Os andores de N. S. de Fátima, Santa Rita, Nossa Senhora dos Verdes, Sagrado Coração de Jesus e S. Sebastião já foram decorados com crianças, vestidas de anjos e com o traje da cruzada (os mais pequeninos), pastorinhos, Jesus Cristo e outros elementos que o decorava. A partir dos anos 80 já nenhum andor foi transportado aos ombros.
    Também ía sempre a Banda a acompanhar a procissão, tal como se vê na 4.ª imagem, atrás do Sr. Pe. Flor.
    Uma vez que se acabou com o acima referido, não faz sentido nenhum levar-se os tractores, até porque sem a Banda a procissão é do mais pobrezinho que há, só se ouve o ron-ron-ron dos tractores.
    A história não é estática, como dito, e eu sou de opinião que ficava uma procissão muito mais bonita apenas com o andor de Nossa Senhora dos Verdes bem enfeitado e transportado com solenidade. Eu teria muito gosto em o transportar e tenho certeza que há muita gente da minha geração e mais velhas que eu que igualmente não se importariam.
    O 15 de Agosto, é o Dia da Assunção, e celebra-se a festa de Maria, mãe de Jesus, que é venerada em muitos lugares com o título de Nossa Senhora de Fátima e com outras designações, como é o caso de Forninhos (Nossa Senhora dos Verdes). Pergunto outra vez: Faz algum sentido transportar o andor de N. S. de Fátima? E a devoção aos Santos, como Santa Marinha, São Sebastião, etc…etc… a única Santa que ainda faz algum sentido ir é a Santa Rita, que pertence à Capela de Nossa Senhora dos Verdes e não à Igreja Matriz de Santa Marinha.
    O Sr. Pe. Paulo tem acabado com tanta coisa na ‘sua’ paróquia, inclusivé ainda ontem fez 'tábua rasa' à vida e história da sua padroeira e depois com o que deve acabar, não acaba!

    ResponderEliminar
  6. Como tu dizes Paula, também acho que os andores serem transportados ao ombro fica mais bonita a procissão, embora o trajeto ainda seja um pouco distante, mas como no dia da festa há tanta gente em Forninhos, as pessoas que transportassem os andores se estivessem cansadas podiam ser substituídas por outras, eu também não me importava de ser uma dessas pessoas a transportar o andor.
    Nestas fotografias está aminha irmã Cila vestida com um vestido vermelho, a primeira procissão em que as crianças foram vestidas nos tratores, fui eu que vesti esse vestido.

    ResponderEliminar
  7. Bonitas fotografias da procissão passando no largo da lameira .E verdade muita coisa mudou . .Mas bonitas eram as procissões desses tempos, e que prazer andarmos a enfeitar os andores pois havia sempre pessoas para os transportar , ainda cheguei a levar um e também nao me importava de recomeçar com muito prazer .Recordar e viver

    ResponderEliminar
  8. O último e o penúltimo comentários revelam bem o verdadeiro espírito forninhense. Nesse tempo tudo era feito por prazer e não por interesse. Eram tempos de convivência e não de conveniência e…aqui é que está o bulis da questão! Eu algumas vezes penso, que certas pessoas não têm mesmo nada para recordar, pois não têm noção do que se vivia nesses tempos, daí desconheço hoje a minha terra.É tudo tão diferente...meu Deus!
    Conhecia Maria que foste a primeira a representar Jesus Cristo, pois no dia 3 de Novembro de 2010 publicamos fotografias da procissão desse ano de 1977 (1.º ano que foram os tractores) e lá estás tu, a Isabel e a Emília, no andor do Sagrado Coração de Jesus.
    Os primeiros pastorinhos foram o Quiel do ti Ismael, a Céu e a Alzira.
    E dantes a Manuela e outras raparigas prontificaram-se a levar aos seus ombros o peso que a tradição tem…por um caminho de terra. No ano de 1977 ainda o andor do menino Jesus foi levado por 4 miúdas!!!!
    São algumas as pessoas que gostavam de ver a procissão diferente, mas com certeza a maioria acha bonito os tractores. Gostos não se discutem…o que seria do amarelo se todos gostassem do azul?
    Mas no tempo que as crianças decoravam os andores havia muita gente das terras próximas a deslocar-se à S. dos Verdes só para ver a procissão a chegar…era uma procissão diferente.
    Agora reparem, ainda, que no tempo que as crianças participavam, os andores eram mais altos, hoje quando se olha de frente (ou tira uma foto) ao andor de S. dos Verdes ao de todos os Santos e Santas a imagem mal se vê, vê-se é a frente toda do tractor.
    É o que eu costumo dizer, em Forninhos faz-se muita coisa, o problema é que não sabem o que fazem!

    ResponderEliminar
  9. Pois, deixaram o trator tomar as vezes das pessoas e agora não há quem queira transportar os andores a ombros com era feito antigamente, mas uma coisa digo só vejo isso em Forninhos, em outros lugares ainda continua a ser os andores levados em ombros, poraqui se vê que nem sempre a evoluçaõ é a melhor coisa, mas quem sou eu para estar a contradizer, se quando para ai fui já assim era, sei que as crianças deixaram de ir nos tractores para não sujarem o tecido, mas isso para mim não é desculpa, a água lava e o sol seca.

    ResponderEliminar
  10. Quanto aos tecidos, o que me arrepia João, é a já grande percentagem de gente com ‘falta de tino’. Muitas vezes ouvi à gente antiga esta expressão e nem sabia muito bem o seu real significado, mas hoje ao ver como se ignora o passado e nada sabem sobre a história, cultura e as tradições de Forninhos, compreendo o uso dela. Se certas pessoas tivessem ‘tino’ debruçavam-se um bocadinho sobre ...assim é o que é!
    Muitos dos nossos antepassados não sabiam sequer ler e escrever, mas maioria tinha cultura. Hoje não…todos sabem ler e escrever (até no facebook) e cultura ‘nada’. Os nossos avós, bisavós e pais dos nossos bisavós, sobre a festa de Nossa Senhora dos Verdes não nos deixaram qualquer escrito, é certo; os escritos que nos deixaram foram as datas de construção nas torças das portas, que para nós são importantes (falo por mim), pois ajudam-nos a situar e a compreender uma parte da nossa história local, mas quem tem um bocadinho de ‘tino’ junta todas as peças do ‘puzzle’.
    Há quem se lembre de em garotas ir na procissão da S. dos Verdes, em Agosto, sempre feita na hora do meio-dia e sem andores. Há registos em fotografias, como as dos 3 pastorinhos (Quiel, Céu e Alzira) em que se lê ’15 de Agosto de 1977, 1.º ano que foram os tractores’ . Compreendo que em 1977 até 1980 havia poucos tractores e não estavam ainda familiarizados com o ron-ron-ron, talvez por isso o povo achou bonito levar-se na procissão: a N. S. de Fátima e quase todos os Santos da Igreja Matriz, mas hoje porque será? É bonito? Para mim, não.
    Porque não recomeçar a levar o andor de Nossa Senhora dos Verdes/ou/ também o de Santa Rita (porque pertence à Capela) e esquecer os tactores?
    Não há muitos anos, que o andor de N.S. dos Verdes e o de Santa Rita eram postos no interior da Capela e lá ficavam todo o dia de festa para ser admirados.
    Que o Sr. Pe. faça o que bem entender, pois é o Chefe máximo da Paróquia e a quem cabe agendar o horário da procissão e o resto...
    Eu se N.Senhora o permitir lá estarei dia 15 de Agosto.

    ResponderEliminar
  11. Mais uma vez estou aqui, desta vez para festejar a amizade, Feliz Dia do Amigo! Um abraço, Yayá.

    ResponderEliminar
  12. Então, Feliz Dia e Bom fim de semana a todos os amigos bloguistas e que sejamos todos sempre bons amigos.

    Abraços.

    ResponderEliminar
  13. Paula,

    Passei pra lhe desejar um lindo final de semana.
    Beijos

    ResponderEliminar
  14. Paula, perdoa o fato de passar alguns dias distante daqui. Tenho tido muito trabalho. Estou comentando agora, às quatro da manhã! Gostaria de dizer o quanto me motiva e enche de esperanças esse seu trabalho que, ainda que de alguma maneira distanciada geograficamente, nos mostra sempre e de forma tão sentida e pensada a vida dos habitantes de Forninhos. Já disse aqui: aprendi, pela força de seu trabalho, a amar essa comunidade, que conheci através de você. Sempre leio e aprendo muito.
    Obrigado e bom domingo.
    Abraço.
    Gilson.

    ResponderEliminar
  15. Olá, Gilson! E obrigada pelo comentário…a ideia é mesmo tentar através do meu trabalho preservar algumas das muitas coisas que se perderam ao longo dos anos. Forninhos tem muito encanto, mas os naturais não viam essa beleza e nem tinham interesse por conhecer melhor a sua terra e as suas gentes e foi este blog que pôs toda essa beleza e história em destaque, mas…ainda assim a maioria dos forninhenses que nos lê, não lhes ensinaram a dizer obrigada a quem todos os dias se disponibiliza a partilhar as lembranças do que já perdemos. Então, admitir que aprendem muito com a nossa ajuda, é que nem pensar!
    Obrigada a você pelo valor demonstrado e um abraço,
    Paula.

    ResponderEliminar
  16. também entendo que o levar dos andores na procissão fica mais bonito se forem ao ombro, ficam mais elevados e assim mais visiveis e tornando a procissão mais colorida.
    Agora não estou nem nunca vou estar de acordo, é que os Padres façam tudo o que lhes apetece, para isso existem os mordomos que devem dar uma opinião e a melhor maneira de se fazerem as coisas, com cabeça.

    ResponderEliminar
  17. Sobre a Igreja/e/Padres há coisas que não se explicam facilmente.
    No ano passado se não fosse o Sr. Padre nem havia festa do Espírito Santo, nem festa de N. S. dos Verdes. Honra a quem as fez!
    O Marco depois arriscou sozinho fazer a festa de Agosto e alguns conterrâneos envolveram-se nas tarefas de forma afincada, para que tudo estivesse nos conformes.Mas se não fosse o "recadinho" de fim de missa do Sr. Pe. Paulo a realização dos festejos hoje era simplesmente uma: MIRAGEM.
    Na procissão de N.S. dos Verdes de 2011 podemos ver pouca gente, é certo, a população está a envelhecer, é a lei da vida. Os mais novos que ainda “teimam” em participar, são poucos, mas por muito que custe a todos, são "os poucos” que fazem a procissão. Se todos ficarem a almoçar ou a ver procissão passar, vão só os irmãos da Irmandade.Se calhar é isso que querem...não sei! No mês de Agosto vê-se sempre muita gente de fora a participar na festa, durante a noite anterior e o dia e até noutros eventos em que caminham pelo convívio. Sinceramente, não percebo porque na hora da procissão só aparecem “meia dúzia de pessoas”!
    Hoje a Comissão Voluntária é constituída por 10 elementos e de certeza que vão tentar fazer o melhor e envolver-se para que o momento da procissão seja lindo.

    ResponderEliminar
  18. Que essas 10 pessoas voluntárias, tenham o que merecem, bastante apoio de toda a Freguesia e de quém mais estiver interessada em ajudar, são sempre bem vindas.
    Que esse lindo dia 15 de Agosto 12, seja bem divertido, para todos.

    ResponderEliminar

Não guardes só para ti a tua opinião. Partilha-a com todos.