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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

É Época do Melhor "Queijo da Serra"

Como estamos na epoca do melhor "Queijo da Serra", que com feiras ou sem elas, se pode comprar directamente aos produtores, ou nas casas de produtos regionais. E como a amiga Paula me disse para colocar a fotografia do anuncio, da primeira "Feira Concurso do Queijo da Serra" que se realizou em 1980, em Fornos de Algodres, aqui esta ela!

De facto nesses tempos como era concurso, essas feiras eram muito mais concorridas, pois todos queriam apresentar o melhor queijo, e embora houvesse tambem festa, era um certame diferente!

Presentemente os produtores sao cada vez menos, porque esta actividade nao agrada as novas geracoes, e alem disso é uma actividade cada vez menos rentavel, pois os produtores afirmam, que os preços sao os mesmos de há dez anos!

No entanto ainda que em menor numero, ainda existem alguns bons produtores, que normalmente nem necessitam de ir as feiras, porque ja tem toda a producao vendida, ainda antes de ser produzida!

O fim de semana passado foi a Feira de Castendo, (quero dizer Penalva do Castelo) no fim de semana do Carnaval, vai ser a "II Feira Regional do Queijo Serra da Estrela" em Gouveia, organizada por aquele Municipio e, por Fornos de Algodres e Seia, (para o ano sera em Fornos) realizando-se tambem em Celorico. No ultimo fim de semana de Fevereiro sera em Mosteiro, freguesia de Penaverde, concelho de Aguiar da Beira!

E uma excelente oportunidade, para virem ate a regiao da Serra da Estrela e vale do Alto Mondego, e nao se preocupem que se nao puderem ir as feiras, podem adquirir o saborosissimo "Queijo da Serra", ou "Queijo Serra da Estrela", como agora se diz, por exemplo no: "Gourmet do Agricultor", ou na "Naturfornos" em Fornos de Algodres por exemplo.
Desculpem so mencionar as casas comerciais da minha terra, o que sera compreensivel ou nao, mas na realidade nao conheco outras!

13 comentários:

  1. Pois é, voltamos ao tema do momento, que não a crise e o carnaval, mas sim o nosso queijo da serra.
    Por mim, fez muitíssimo bem em mencionar as casas comerciais de Fornos, quando alguém me pergunta onde fica Forninhos, dou sempre Fornos de Algodres como ponto de referência, pois acaba por ser a Vila próxima mais conhecida. Do mesmo modo, a feira de Fornos foi mais importante para o povo de Forninhos, mais que a de Aguiar da Beira. A minha avó materna chegou a ter um lugar na feira de Fornos e, em Aguiar, não. Não vendia queijo, mas vendia cardo, colorau, cominhos, tripa, bacalhau e todo o género de mercearias. Mas sei que muitos forninhenses nesse tempo iam a pé à 2.ª Feira da feira de Fornos vender queijo.
    Acredito que no ano que vem Fornos terá uma enorme feira de queijo.

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  2. P.S.- O cartaz era muito simplista e com ausência de cor, mas lá está…por vezes são as coisas mais simples que marcam um momento.

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  3. É verdade, ainda podemos encontrar bons queijos mesmo sem serem certificados. Á produtores que, mesmo com a sua queijaria licenciada, preferem vendê-lo como queijo de ovelha porque “selado” tem custos acrescidos, e o queijo é o mesmo. E como diz Al-cardoso e muito bem, ainda se encontram bons queijos quando se compra diretamente no produtor, nas casas regionais ou mesmo em alguns pequenos comerciantes da região.
    Os produtores são realmente cada vez menos, não só porque este produto tem o mesmo preço de há 10 anos, eu diria mesmo que está mais barato. O queijo certificado era vendido ao publico, entre os 20 e os 30 euros, e hoje já se encontra nas feiras por muito menos. E isto desencoraja, mesmo os mais resistentes.

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  4. Considero também que nesses tempos essas feiras eram muito mais concorridas e Fornos então que era o principal mercado de venda de queijo, movimentava muito dinheiro e pessoas, mas se não fosse o que aqui se vai escrevendo, já ninguém se lembrava que nesses tempos havia concurso!

    Os bons produtores de queijo de ovelha cada vez são menos e os que não têm dificuldade em vendê-lo é verdade que não necessitam de ir às feiras, havendo sempre quem lhe pague toda a produção, mas acho que estes eventos são necessários para, pelo menos, haver movimento de pessoas e dinheiro e sempre se vêem os recintos e mercados fechados das feiras cheios também!
    Na “Feira Nova”, por ex, se não fosse a feira do queijo anual, poderíamos dizer que o mercado fechado que foi inaugurado no ano 2000, está os 365 dias do ano (em ano bissexto 366 dias) “às moscas”.

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  5. Para mim, estes concursos valiam mais pela festa dos pastores.
    As Câmaras Municipais brindam-nos com estes eventos e sempre faz cartaz, não só para o queijo, mas também para o concelho.
    Gostaria de informar aqui, que desde Novembro a Abril, todas as feiras, de Fornos principalmente, havia o brio nos pastores, era como que, também um concurso para ver quem vendia o queijo mais bem vendido, isto é, quem tinha o melhor queijo, por quanto o tinham vendido, passava de boca em boca, e este orgulho reflectia-se, não só no dinheiro mas mais no orgulho de apresentar a melhor qualidade na feira.
    Os queijeiros (como chamavam aos compradores) onde “cheirassem um cabaz de bom queijo, não o largavam, discutiam o preço mas não saíam da beira, porque ao lado já estava outro a espreitar.
    Eu mesmo cheguei a comprar queijo em Fornos a quarenta e cinco contos a arroba, mas por vezes chegava a mais.
    TRADIÇOES QUE JÁ FORAM.

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  6. Caro Ed Santos:

    Voce comprava o queijo para os Barreiros, ou para os Garcia? Creio que eram os maiores armazenistas lisboetas, que se dedicavam a comercializacao do Queijo da Serra!
    Voce sabe que uma das razoes porque a feira de Fornos era a mais importante, era a proximidade da Estacao do Caminho de Ferro da Beira Alta, muito cabaz de queijo e muita saca de batatas foi despachada naquela estacao, hoje so nos os velhotes e que nos lembramos.
    De certo voce deve lembrar-se, da Central de Fornos, onde se podiam fazer os despachos e nem era necessario ir a estacao!
    Sao tempos de outro tempo, mas Fornos de Algodres nao era so feira de queijo, ali vendi-se e comprava-se de tudo, havia varias seccoes, A feira dos porcos, das ovelhas, dos bois, dos burros, etc etc.
    Agora e um triste mercadito, a segunda feira de feira!!!

    O prospecto que apresento, era a capa do regulamento do concurso, se desejarem posso mostrar o interior!

    Um abraco a todos e "um queijo da serra"!

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  7. A Estação de Fornos, integrada na linha da Beira Alta nesse tempo tinha um estatuto especial, era uma das mais movimentadas em pessoas e escoamento de produtos agrícolas da nossa região, além de que era o comboio que transportava o correio.
    Agora a feira já não é o que já foi e a estação que já foi rica, presentemente é uma estação pobre e desprezada.

    Desejo, caso não lhe dê trabalho, que publique então o interior do regulamento, pois este blog nasceu para levar às pessoas a história e tradições da nossa terra e da região da Beira Alta, com destaque sempre para Forninhos e arredores.

    Um abraço amigo

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  8. Não caro Al-cardoso, eu não era comprador destes grandes armazenistas.
    Comprei e restaurei uma velha casinha na zona histórica de Viseu e fundei nela a “CASA DOS QUEIJOS” onde se vendia o queijo da serra e o vinho do dão nos fundos, e no 1º andar um pequeno mas típico restaurante onde na altura se podia apreciar o bom queijo da serra, os rojões e a famosa morcela acompanhada do “Dão” da nossa região. Na altura teve muito sucesso, com algum destaque na imprensa nacional.
    Eu primava pela qualidade e assim se criou uma certa confiança entre a casa e o cliente, esta não foi abalada, mas os negócios tiveram as suas consequências com a crise.
    Eu não me dedicava exclusivamente a esta actividade, era funcionário dos Caminhos de Ferro, isto era um hóbie de que gostava.
    Voltando ao assunto do queijo, sempre procurei dar o meu contributo em defesa do bom nome deste produto, talvez por conhecer o trabalho e os cuidados que este produto requer, e merecia, para isso ainda tentei criar uma associação de pastores e produtores de queijo da serra no concelho de Aguiar da Beira com sede em Forninhos, mas não consegui, embora ainda tenha feito a escritura com os seu estatutos com custo totalmente a meu cargo. Desanimei e desisti, vendi a casa e hoje vejo com muita mágoa o desaparecimento duma tradição de muitos séculos que era a principal fonte de riqueza de uma região.
    Eu sei que os mais novos não querem esta vida, e não querem porquê? Porque as dificuldades são muitos e os rendimentos muito poucos, por isso eu sou um crítico, sempre o fui, sei que fui um mal-amado na altura, porque ouvia os lamentos dos pequenos produtores, que tal como a pequenos agricultores, criaram tal situação que os levou a desistir.

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  9. Nesta data, 12.02.2012, a Associação de Pastores e Produtores de Queijo da Serra da Estrela, por si constituída, ainda aparece com sede em Forninhos (pasme-se!), na relação das Associações do Distrito da Guarda, Concelho de Aguiar da Beira.
    Responda-me só se quiser, esta associação não foi avante por indisponibilidade de associados, localização física da sede, imposições ou outras razões?
    É que já o conheço bem e conheço melhor o povo de Forninhos e dá para perceber o porquê de ter desanimado e principalmente desistido.
    A mágoa antiga, essa, não se apaga, mas seja o que fôr que aconteceu, dou-lhe os meus parabéns por querer dotar Forninhos duma Associação para defesa duma tradição secular, principal fonte de riqueza da nossa gente. A renda que pagavam ao senhorio, o azeite que comparavam, os luxos no dia de Natal e Páscoa, o aumento da conta no Banco ao fabrico do queijo se deveu.

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  10. Respondo a esta questão com muito gosto, Paula. Embora já tenha esquecido.
    Esta associação não foi avante, pela localização da sede, seria onde hoje tenho a minha casa, e foi-me dado autorização verbal pela junta de freguesia de então. Claro que o projecto de arquitetura foi feito como seria aconselhável, de modo a passar por lá alguns queijos para controlo de qualidade, devo lembrar, que tinha uma casa em Viseu onde vendia muito queijo e queria assegurar a qualidade do que vendia, era este o meu objetivo, mas como nesta terra não se faz nada nem deixam fazer, logo se vieram manifestar, não queriam este serviço aqui porque depois cheirava a queijo e pressionaram a Câmara Municipal para inviabilizar o projecto.
    Como se eu quisesse fazer uma fabrica, a ia fazer numas instalações tão exíguas como é esta casa no centro do povo!!!
    Claro que fiquei muito sentido na altura com as gentes de Forninhos, mas hoje até lhes agradeço, embora já tenha gasto bastante dinheiro com o projeto e constituição da associação, evitaram que eu gastasse mais que, possivelmente não teria retorno.

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  11. Pois tenho muita pena que o seu projecto nao tenha ido avante caro Ed Santos, mas sabe as nossa gente da Beira e muito adversa a associacoes, somos muito individualistas e por isso nao avancamos!
    Nem fazemos nem deixamos fazer!

    Um abraco.

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  12. Faz bem em agora agradecer às gentes locais e à Câmara deixe lá que não é preciso, pois a mesma gente já lhe agradeceu e continuará a agradecer!
    Por isso é que eu gosto cada vez mais de aqui publicar fotografias antigas que retratam claramente a felicidade genuína da gente antiga, que sempre foi unida e que se entre-ajudava muito.

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  13. É verdade, caro Al-cardoso, nas nossas terras, aliás, no nosso país é assim; quando alguém quer fazer alguma coisa, há que lhes criar dificuldades. Seria tão bom que as pessoas quando vêm o vizinho fazer alguma coisa de bom, tentassem fazer melhor, mas não, é o inverso, quando alguém quer fazer melhor, tem de se destruir para que não faça mais do que nós, foi sempre assim e assim continua, começando o exemplo pelos políticos que temos, e assim não se avança.

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