EM TEMPOS NAO MUITO ANTIGOS, QUEM SE NAO LEMBRA DESTAS IMAGENS!
AS CAMPAINHAS NOS MONTES E OS CHOCALHOS, PARECIAM SINOS DA IGREJA QUE ANIMAVA E VIVIA A NATUREZA. O LEITE, O SORO A COALHADA, O REQUEIJAO E O QUEIJO, AS HISTORIAS DOS LOBOS, A VALENTIA DOS PASTORES, VIGILANTES DO MUNDO. JA NAO HA PASTORES, MAS VIVEM NA NOSSA MEMORIA.
AS CAMPAINHAS NOS MONTES E OS CHOCALHOS, PARECIAM SINOS DA IGREJA QUE ANIMAVA E VIVIA A NATUREZA. O LEITE, O SORO A COALHADA, O REQUEIJAO E O QUEIJO, AS HISTORIAS DOS LOBOS, A VALENTIA DOS PASTORES, VIGILANTES DO MUNDO. JA NAO HA PASTORES, MAS VIVEM NA NOSSA MEMORIA.
O lobo, pesadelo dos pastores nos meses de Dezembro e Janeiro, provocou o ditado: “andam os lobos sobejos” – quer dizer ousados, atrevidos.
ResponderEliminarO nosso território e clima sempre foram propícios à criação de gado e desde sempre houve espécies da fauna doméstica, cuja utilidade ía desde a ajuda no trabalho agrícola, ao fornecimento de carne, leite, lã e até dinheiro pela venda de crias.
O Xico trouxe-nos hoje uma profissão que já fez parte do dia a dia da aldeia, até há bem pouco tempo. Eu lembro-me bem do tio Daniel Ferreira e filhos, mas no passado houve muitos outros pastores. S. Pedro era o território deles, segundo o relato de algumas pessoas que já tive o prazer de ouvir. Presentemente, em Forninhos esta profissão já passou à história, mas nas aldeias circunvizinhas ainda há ovelhas e daí haver ainda resistentes nesta profissão – os Pastores.
Eu em miudo, tambem fui pastor de meia-duzia de ovelhas, por castigo e por pouco tempo.
ResponderEliminarHistoria engraçada que fica para a semana.
Bom fim de semana a todos e um abraço caloroso.
Sempre acompanhar o rebanho vai o pastor, o dono das ovelhas, a pessoa que cuida e trata delas. Um bom rebanho vale uma fortuna, há quem faça dele o seu sustento, para comer ou para vender.
ResponderEliminarNa nossa aldeia só existe um rebanho, actualmente existe apenas um que o seu pastor é o Ricardo. Filho da terra, filho do tio Daniel que deus o tenha em descanso, dia a dia cuida das suas ovelhas, levando-as para o pasto, independentemente das condições climatéricas.
Quem é que não gosta de um bom cordeiro assado, acompanhado com umas deliciosas batatas cultivadas nas nossas terras.
Pois é, nada como perguntar ao Ricardo, de certeza que ele saberá responder.
Aqui na Nova Zelândia, tem mais ovelhas do que gente, isso é comprovado. Tem até um post no meu blog sobre o assunto.
ResponderEliminarÉ normal se vê, enormes rebanhos na estrada. No código de trânsito existe uma norma de procedimento nesses casos.
Mas nos dias de hoje, os pastores andam de trator, poucos à cavalo, sempre acompanhados de cães que ajudam a tocar o rebanho.
É lindo de se ver.
Gostei muito do post. É maravilhoso lembrar essas coisas que marcam a história.
Abraço,
Deve mesmo ser lindo!
ResponderEliminarPor aqui não tem ovelhas, já houve,meus antepassados teciam e muito com lã de carneiro, mas confeço que nunca as vi assim pastando, com pastores, sininhos etc...como deve ser bonito!!
bjs
Tina (MEU CANTINHO NA ROÇA)
Boa tarde a todos.
ResponderEliminarHoje por todo o lado há pastos com abundância, principalmente quando o tempo é mais húmido, mas noutros tempos em que havia mais rebanhos e as terras eram destinadas ao cultivo, os rebanhos tinham de se deslocar para a serra da estrela ou de Montemuro, onde a erva crescia durante todo o ano, a que se dava o nome de transumância.
Na serra de Montemuro, entre Castro Daire e Cinfães, quem passa pela estrada ainda vê rebanhos por esta serra despida de árvores. No verão vê-se muitas vezes incêndios que lavram lentamente e ninguém os apaga, porque dizem, é para a erva crescer e assim manter os pastos.
Conheço uma aldeia desta serra, em que muita gente ainda tem algumas ovelhas e cabras que todos os dias saiem juntas para a serra, guardadas por um ou dois pastores que são rotativos conforme a quantidade de cabeças de gado que têm.
O Sr. Eduardo se calhar pode melhor confirmar o que vou escrever, mas na nossa região, porque o clima nunca foi muito agreste, que o gado não pudesse aguentar, nunca houve transumância. Mesmo quando não havia pastagens nos montes, sempre havia pastagens de ferrãs e ervas em lameiros. Mas acho que antigamente quando na Serra da Estrela o Inverno era mais rigoroso e o “gado da serra” ía para o Douro à procura de melhores pastos, a nossa região chegou a ser um ponto de passagem de várias centenas de cabeças de gado que eram acompanhadas por 4 ou 5 pastores e seus cães.
ResponderEliminarAs transumãncias (deslocações do gado para onde havia mais pastos) faziam-se na época em que as terras de cultivo estavam ocupadas com as sementeiras, normalmente duravam mais ou menos dois meses, entre Maio e Julho, estas deslocações remontam a milénios na Península Ibérica mas na nossa região, o destino foi sempre a Serra da Estrela ou serra de Montemuro, entre castro Daire e Cinfães, nas na margem esquerda do rio douro.
ResponderEliminarPara responder á Paula.
Em forninhos talvez não tenha havido transumancia porque os rebanhos eram pequenos, talvez o do sr. Amaral tenha passado por este sistema, não sei, mas é muito provável que tenha, por isso eu sempre disse e insisto, para a necessidade de se registar estas tradições que é o que normalmente se faz em todos os concelhos e assim saberíamos responder.
Eu tambem fui pastor da nossa aldeia!
ResponderEliminarPrometi a minha historia e ela aqui vai.
Acabada a escola, fui estudar para Gouveia e apenas se vinha acasa nas ferias.
As saudades apertavam e o regresso era sempre um martirio.
Era criança e em vez da pesca no rio Dao ou ribeira de Cabreira, do roubar os figos lampos e a caroça nas cerejeiras, para nao falar nos tralhoes, tinha a missa todos os dias, a cama para fazer, o pouco recreio e muito estudo, mais o terço e etc; proprio de um seminario, que era o caso.
Um dia nao quis voltar, chorei baba e ranho, desiludi e desorientei os meus pais que tanto se estavam a sacrificar, mas queria ficar na terra, na liberdade.
Entao por castigo, o meu pai disse-me:
- Se nao queres estudar e ser alguem na vida, vais ser pastor.
Dito e feito, comprou meia duzia de ovelhas(cinco ou seis), e encomendou-mas.
Eu nada percebia daquilo e estava ressabiado, por ter levado a dele avante. Ainda por cima no inverno(ou inferno, tal o gelo e neve por vezes).
(continua...)
Lembro-me de ir com o meu primo Graciano para as Zandroas, com os minirebanhos, fazer a gestao dos cancelos para nao comer de uma vez toda a erva do lameiro; mas o frio, meu Deus!
ResponderEliminarAlenha toda molhada, com quatro paus faziamos a cabana, robavamos dois canelos com resina, mais uns paus e a fumarada da lenha molhada, mas la aguentavamos.
Ate um dia!
O meu pai via-me casmurro, triste e revoltado e disse que nesse dia iria para Cabreira, onde tinhamos uns terrenos e o frio ali nao seria tanto.
Pensei:
- Hoje acaba a vida de pastor!
Foi comigo ate ao sitio, colocou os cancelos e la fiquei eu a cismar.
Quando percebi que pelo tempo a que fora embora ja devia estar em casa, Zas!
(continua)
Cancelos abaixo, pego num pau e começo a zurzir nas ovelhas(coitadas...), e a toca-las a toda a brida em direcçao a casa.
ResponderEliminarParecia que eu e elas tinhamos asas, mas...
De repente, no alto, junto ao sitio do campo de futebol, salta o meu pai a caminho. Tinha-me lido o pensamento e a safadeza.
- Desgraçado, a pensar que me enganavas, eu ja me vinha apercebendo que a tinhas fisgada!
Virou-se o feitiço contra o feiticeiro e o zurzido no costelaço fui eu.
Passado dias vendeu as ovelhas e acabou a minha vida de pastor.
Curioso, fiquei a gostar mais do cheiro do campo.....
LOLLL
ResponderEliminarEstou a rir-me deveras ao imaginar estes momentos que aqui consegues tão bem retratar e descrever.
Falas dos cheiros, é verdade, os cheiros são um activador das memórias e dos lugares. Os cheiros tornam as imagens reais e palpáveis como as cheiramos pela primeira vez.
Pois é…. Também tenho a minha história, e esta também um pouco “dramática”.
ResponderEliminarCerto dia, andava na serra com o meu rebanho, não era grande, talvez uma 10 ou 12 ovelhas, não me lembro; mais abaixo um pouco andava uma pastorita que eu já algum tempo lhe andava a arrastar a asa, e fui ter com ela, daí a pouco, as minhas ovelhas passam por nós desabridas, pareciam que tinham visto o diabo, subi um pouco acima para ver o que se passava quando avistei um corpulento lobo que ao ver-me, logo se afastou, mas não era preciso porque eu só não cheguei a casa primeiro, porque as ovelhas já tinham uma grande dianteira. Claro que a pastorita também correu atrás das dela porque também foram.
- Linda Pastorinha que anda a guardar gado.
ResponderEliminar- Eu nasci Senhor, para este fado...
Bem...eu nunca guardei ovelhas e a minha experiência como pastora foi num dia de festa, 15 de Agosto de ….? Fiz parte do andor de Nossa Senhora de Fátima e representei a pastorinha Jacinta. Desde então houve uma transformação radical na criação e construção dos andores.