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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Retomamos a nossa viagem pela Serra Encantada

Primeiro o Santo António,

Depois o São João,

E já foi o São Pedro,

Cumprimos a tradição.


e…acabou!

Vamos retomar o nosso passeio pela serra encantada que, cada vez mais, nos seduz com o seu encanto.Quanto mais avançamos, mais a nossa mente se baralha: A lenda, os mitos, estas formas representadas em calhaus não estarão mesmo carregadas de mistérios?

Vamos então começar pela lenda da grade e cambão de ouro transmitida ao longo dos séculos:


Desde o penedinho do ouro
até ao Alto de Moleão
Está uma grade e um cambão
Só encontra menina em guedelha
ponta de relha
ou unha de ovelha

Pela energia que brota deste poderoso rochedo, pode levar-nos a pensar que está lá guardado o tesouro...

Aqui, no cimo, vejo a cabeça de uma enorme serpente, será?

Agachado, também vemos a cabeça de um porco, ou será de um cão? Logo atrás, também parece a cabeça de um tubarão.

E como estamos na senda dos mistérios, quem me sabe dizer, como é que uma tartaruga está incluída nos guardiões da princesa Moura Encantada? Ou será um lagarto, daqueles que há por lá na serra? Mas este é gigante.

10 comentários:

  1. Eu acho que sim, que o tesouro ainda está por lá (entre o penedinho do ouro e o alto de Moleão), muito à superfície, já que qualquer criança a brincar o pode encontrar ou a relha do arado que corta a terra ou a unha de uma ovelha.
    A lenda não emerge do vazio porque há sempre uma história por detrás do mito e rituais que condensam e perpetuam o conhecimento popular. Temos de continuar a divulgar esta e outras lendas, recordá-las e aqui registar estas histórias. É continuar!

    Esta luz de ouro cintilante da 1.ª imagem é um sinal, a poção lançada pela Moura Encantada que ainda hoje continua a mostrar o seu empenho no desvendar de mistérios tão escondidos naqueles recantos.

    A 2.ª imagem temos um animal pachorrento, que dorme tranquilo enquanto a serpente em cima rasteja, espreitando de forma descontraída as presas ou será uma minhoca gigante?

    Na 3.ª imagem a tartaruga que empurra, empurra, aquele movimento no tempo parado, mas o que faz uma tartaruga neste lugar? Será então o rabo de um enorme lagarto…ou outro bicho? Fico-me pela “Pedra da Tartaruga”.

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  2. Sr Eduardo continue no bom caminho de mostrar o património da nossa freguesia que como sabe muita coisa foi destruída sem pensarem que estavam a destruir um património que é de todos.Estas pedras precisam ganhar vida mesmo em forma de brincadeira.Até se podia dar um nome como muitas terras próximas de nós fazem.
    por exemplo:
    o penedinho do ouro podia estar identificado e outras igualmente. Seria uma maneira de mais gente até conhecer a origem desta lenda e entender melhor estas histórias que foram passadas de geração em geração.

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  3. Já que Lopes toca no assunto, estou a lembrar-me de um penedo que existe na estrada de Penalva do Castelo, se não me engano, o “penedo da boina”. Este e outros tipos de penedos que hoje vemos assinalados só o estão graças à imaginação humana que conseguiu ver nele formas sugestivas, e quando devidamente assinalados/identificados, atraem atenções e ajudam-nos a marcar um lugar.

    Nós talvez sejamos das aldeias do concelho com mais variedade destes elementos graníticos naturais e lendas a eles associadas, que devem ser tão antigas quanto a própria ocupação humana deste lugar, temos: o “O Sobe-e-Desce”, “A Cadeira do Rei”, “A Cadeira da Rainha”, “A Fonte da Moura”, etc. e tal, são muitos e variados os exemplos de elementos naturais carregados de simbolismo, com histórias a ele associadas, umas míticas outras não, que nos foram transmitidos ao longo de gerações…mas, existem outros tão bons quanto estes supra, como é o caso destes penedos aqui postados pelo colaborador ed santos, que são também pedaços daquilo que fomos e que, a meu ver, deveriam merecer a devida valorização e não serem ignorados! Eles também sugerem formas e figuras e tal como os nossos antepassados o fizeram, cabe-nos também a nós marcá-los.

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  4. Olá a todos

    Embora, o objectivo deste post seja mesmo a fantasia, não deixa de estar em sintonia com os comentários de Lopes e aluap.
    Há nesta serra, uma outra pedra, conhecida entre os mais antigos, como “penedo do gato”. Não sei onde é, mas segundo me disseram, tem forma de gato; e muitos outros mais que por lá há, que poderiam ser assinalados como referência para os visitantes.
    Há realmente um na estrada de Penalva do Castelo, assinalado como penedo da boina, também nós, temos alguns com boina e outros “motivos”.
    Se repararmos nos postais turísticos da Serra da Estrela, a imagem mais destacada, é a cabeça do velho, seguido da cabeça da velha, que são também formas de calhaus.
    Mas como este post, tinha com intenção, a fantasia e brincadeira, vamos lá dar ideias para o que se “vê” nestas rochas fantásticas.
    Sabemos que, tanto os residentes como os que estão fora, já viram ou ouviram os seus pais falar desta serra, dos seus mitos, das suas lendas, do seu cultivo num passado ainda recente etc.
    Então vamos lá!.... venham essas ideias..

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  5. Certo dia, um pastor decidiu procurar o tesouro escondido. Meneou a cabeça, assobiou e logo o seu cão se pôs com o rabo a dar a dar, correndo serra acima…neste ínterim, ao ver a energia que brotava de uma rocha, o cão ficou especado, ao ser atingido pela poção, feitiço, lançado pela mourinha. Atrás o pastor ao ver no alto do “penedo da moura” uma serpente percebeu que a serpente era a moura, que se transformava ao meio-dia numa moura encantada que brilhava como ouro, o pastor assustou-se e fugiu abandonando o seu cão, que ficou impedido de ver a luz do dia. Ainda hoje é possível vê-lo a dormir sob o olhar atento da Serpente/Moura Encantada.
    Outros “Caçadores de Tesouros” tentaram ir lá, mas sempre que chegavam a meio do caminho, assustavam-se e fugiam e nunca mais ninguém lá voltou.
    Mas certo dia, há muitos anos atrás, um rei e os seus soldados iam de viagem e viram uma poça, um espaço verde. Mesmo sem conhecer o lugar, como já estava a anoitecer o rei decidiu passar ali a noite, naquele lugar verde e descansar, ele, os seus soldados e os cavalos. Quando acordaram repararam numa tartaruga, coisa rara por aquelas bandas, mas lá continuaram viagem…deixando a tartaruga para trás.
    Era verão e devido à seca a água daquela poça foi baixando, baixando e a tartaruga ficava horas e horas a olhar para o céu à procura de uma nuvem carregada de chuva, mas o tempo passava e nada de chover. Quando um passarinho pousou ao seu lado, a tartaruga perguntou-lhe se nos seus voos não tinha visto uma nuvem de chuva vinda na direcção da Serra…mas a resposta foi que o céu estava azul, sem nuvens à vista o que só aumentou a preocupação da tartaruga, que logo percebeu que a poça/fonte ía secar e que não iria sobreviver por mais tempo. Não sabia o que fazer. Pensou em mudar-se para uma poça maior nas proximidades. Mas isso implicava percorrer uns bons Km e a tartaruga tinha pés curtos e levaria anos a chegar lá. Oh! Como sou infeliz!
    Passou quase uma semana e olhou de novo para o céu e logo reparou numa nuvem um pouco nublada (vide 3.ª foto) e a sua esperança de sobreviver naquela serra renovou-se. Ainda hoje a tartaruga vive na Serra, fez amizades com outros animais, convive, mas cada vez que chega o Verão tem pesadelos, pois teme que com a acção do homem moderno cada vez mais as poças, ribeiras, lagos, fiquem secas e não consiga sobreviver.

    Bem…acabei por escrever mais do que esperava, mas empolguei-me com a história…fantasiar tem destas coisas :))

    Até ao próximo capítulo e como diz ed santos: Então vamos lá!…Venham essas ideias…

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  6. Apenas fantástico, Paula!
    Vou tentar fazer outro igual,sei que me vai ser impossivel, mas pelo menos vou tentar aproximar.
    bonito mesmo...

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  7. Nao ha duvida que as nossas serras graniticas tem penedos (ou seram "penedros") que nos fazem sempre recordar animais ou pessoas. Tambem e importante uma divulgacao e ate quem sabe uma rota pedestre com eles assinalados!
    Aquando da construcao da A25 e devido a tracicao secular, foi decidido proteger e salvaguar um enorme penedo que as gentes de Fornos chamam o "Penedo do Porco", la se pode ver do lado norte quando de Mangualde se vem para Fornos!
    Continuem estas divulgacoes, e quem sabe, ate a ediccao de um livro, com as lendas e as fotografias.

    Um abraco de amizade dalgodrense.

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  8. Amigo Al Cardoso, ainda bem que os fornenses conseguiram evitar a destruição do “penedo do porco”, também com uma lenda a ele associada. Já os forninhenses pouca ou nenhuma importância dão a estes símbolos. Lembro-me que aquando da construção, alargamento, da estrada local, Forninhos-Valagotes, mesmo contra a vontade de alguns, destruiu-se o “penedo da francelinha”. Muitos de vós ainda se devem lembrar deste penedo em granito que tinha a forma de uma francela. A francela é um utensílio artesanal utilizado no fabrico do queijo, sendo este utensílio em granito uma raridade, já que o mesmo é há muito fabricado em madeira. Este “penedo da francelinha” era visitado por muitos que ali passavam, inclusive eu. Pela sua raridade, hoje, podia ser um símbolo de grande importância para todos nós, no entanto, não passa de uma recordação de todos quantos por ali passaram, descansaram, namoraram ou brincaram.

    Nunca como hoje fez tanto sentido a “memória” que aqui trazemos.

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  9. Voltando às nossas fantasias.
    E a princesa moura, quando viu tão lindo cão, com o rabinho a dar a dar olhando para o local onde estava o seu tesouro, logo se apercebeu que o seu esconderijo tinha sido descoberto e o seu segredo podia ser desvendado. Foi então que ordenou para que o cãozinho ali ficasse encantado e o pastor fosse afugentado, antes que o seu mistério fosse desvendado.
    É esta a história de um lindo cãozinho, que um dia sonhou com o local onde havia um tesouro escondido e o quis mostrar ao seu dono.

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  10. …e o cãozinho nunca mais foi o mesmo, vivia deitado, triste, não comia, não bebia e deixou de querer viver. Subiu para o penedo e deixou-se ali ficar como a despedir-se do seu dono.
    Diz-se que a partir daí toda a desgraça caiu sobre os mouros. Em pouco tempo lançou-se o boato que o “Castelo” estava amaldiçoado. Aproveitando essa situação, os pastores organizam um “assalto” para expulsar todos os mouros com alumiantes, tochas acesas, que dizia-se eram determinantes para evitar o mal e, para parecerem mais, levaram também os seus animais e nos seus cornos também encaixaram tochas. Os mouros quando viram aquele clarão fugiram, mas restou o tesouro que ainda hoje é guardado pela moura…

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