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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Poemas de Natal (Fernando Pessoa)


Natal

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento profundo,
Estou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Visto de trás da vidraça
Do lar que nunca terei.

(Cancioneiro do Natal Português)

8 comentários:

  1. Parabéns pela escolha deste poema em época natalícia!
    Um Santo e Feliz Natal!

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  2. HIST'ORIA ANTIGA
    (Miguel Toga)

    Era uma vez, la na Judeia, um rei.
    Feio bicho, de resto:
    Uma cara de burro sem cabresto
    E duas grandes tranças.
    A gente olhava, reparava e via
    Que naquela figura nao havia
    Olhos de quem gosta de crianças.

    E, na verdade, assim acontecia.
    Porque um dia,
    O malvado,
    So por ter o poder de quem e rei
    Por nao ter coraçao,
    Sem mais nem menos,
    Mandou matar quantos eram pequenos,
    Nas cidades e aldeias da naçao.

    Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
    Que, num burrinho pela areia fora,
    Fugiu
    Daquelas maos de sangue um pequenito
    Que o vivo sol da vida acarinhou;
    E bastou
    Esse palmo de sonho
    Para encher este mundo de alegria;
    Para crescer, ser Deus;
    E meter no inferno o tal das tranças,
    So porque ele nao gostava de crianças.

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  3. Fernando Pessoa transmite neste poema um “aparente” tom popular, daí a minha escolha. Mas fazendo uma análise mais cuidada também encontramos nele solidão, talvez um pouco “pesada” por ser Natal, onde a família é central.

    Gostei muito de ler a História Antiga, além de ser muito bonita, faz-me lembrar a minha infância. Obrigada Xico por mais este miminho.

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  4. CARTA AO PAI NATAL

    Ola Pai Natal
    A primeira vez que escrevo para ti
    Venho de Lisboa e o pessoal chama-me jose
    Desculpa o atrevimento mas tenho alguns pedidos
    Espero que nao fiquem nalgumas prateleiras esquecidos
    Como nunca te pedi nada
    Peço tudo de uma vez e fica a conversa despachada
    talvez aches os pedidos meio extravagantes
    Queria que pusesses juizo na cabeça destes governantes
    Tira-lhes as armas e a vontade da guerra
    Senao acabamos a pedir-te uma nova terra
    Ao sem-abrigo indigente, da-lhe uma vida decente
    E arranja-lhe trabalho em vez de mais uma sopa quente
    E ao pobre coitado e ao desempregado
    Arranja-lhe um emprego em que ele nao se sinta explorado
    E ao soldado, manda-o de volta para junto da mulher
    Acredita que e isso que ele quer
    Vai ver Africa de perto, nao vejas pelos jornais
    Da de comer as crianças, ergue escolas e hospitais
    Cura as doenças e distribui vacinas
    Da carrinhos aos meninos e bonecas as meninas
    E da-lhes paz e alegria
    Ao idoso sozinho em casa, arranja-lhe boa companhia
    Ja sei que so ofereces aos meninos bem comportados
    Mas alguns portam-se mal e das condominios fechados
    Jactos privados, carros topo de gama importados
    Grandes ordenados, apagas pecados a culpados
    Desculpa o pouco entusiasmo, nao me leves a mal
    Nao percebo como foi que isto se tornou um feriado comercial
    Parece ser desculpa para um ano de costas voltadas
    E a unica coisa que interessa, saber se as prendas estao compradas
    E quando passa o Natal, das a sola?
    Ha quem diga que tu nao existe, inventou-te a Coca-Cola
    Nao te preocupes que eu nao digo a ninguem
    Se es Pai Natal e porque es pai de alguem
    Para mim Natal, e a qualquer hora, basta querer
    Gosto de dar e nao preciso de pretextos para oferecer
    E ja agora, para acabar, sem querer abusar
    Da-nos Paz e Amor e nem e preciso embrulhar
    Muita Felicidade, saude acima de tudo
    Se puderes da-nos boas notas com pouco estudo
    Desculpa o incomodo e continua com as tuas prendas
    Feliz Natal para ti e ja agora, baixa as rendas.

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  5. Chove. É dia de Natal.
    Lá para o Norte é melhor:
    Há a neve que faz mal,
    E o frio que ainda é pior.

    E toda a gente é contente
    Porque é dia de o ficar.
    Chove no Natal presente.
    Antes isso que nevar.

    Pois apesar de ser esse
    O Natal da convenção,
    Quando o corpo me arrefece
    Tenho o frio e Natal não.

    Deixo sentir a quem quadra
    E o Natal a quem o fez,
    Pois se escrevo ainda outra quadra
    Fico gelado dos pés.

    Fernando Pessoa

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  6. ESTA NOITE...Meu Poema


    Esta noite não dormi...
    Passei a noite acordada,
    E pensei no dia de Natal
    Uns com tanto,
    Outros sem nada!


    Fiquei triste, desolada...
    Senti um frio intenso,
    Pois para uns é Natal,
    Para outros não é nada
    E é nesses que eu penso!


    Ainda sem dormir...
    Nas crianças eu pensei,
    Aquelas pobres crianças
    Não me saem da lembrança,
    Que amargura estou a sentir!


    Nos idosos e velhinhos...
    Nestes também pensei,
    Pra estes o Natal
    É mais um dia igual,
    Com pouca comida e trapinhos!


    Pedi ao Menino Jesus
    Que lhes pussesse no sapatinho,
    Comida, amor e carinho...
    Que o Natal deste ano,
    Seja repleto de Paz e Luz
    Como o desjo para mim!

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  7. Boa tarde.

    Havera alguma alma caridosa que me consiga desvendar o misterio do Cepo de Natal apagado nesta quadra?
    Estive em Forninhos e nao vi a ASAE em lugar nenhum!
    Estranho...

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  8. Cheg'ó Natal
    que bom que é
    correr contente
    à chaminé.

    E encontrar
    no sapatinho
    uma boneca
    ou um carrinho.

    Natal é festa
    de Paz e Luz;
    tocam os sinos
    nasceu Jesus

    Diogo

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