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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O Natal da minha Aldeia: Forninhos

(Cepo-Noite de 24.12.2008 - Largo da Lameira)

Para descrever o Natal da minha Aldeia, aquilo que pessoalmente me espanta nesta altura do ano, é chegar a Forninhos e assistir à ausência do consumismo. Os vizinhos levam uns aos outros presentes, fruto do seu trabalho na terra. Alguns oferecem umas nozes ou um frasco de mel, outros oferecem couves a quem não tem e ainda aquela garrafa de azeite que as tempera, uma garrafa de jeropiga ou de vinho que aquece o coração dos homens. Reparar que a preocupação principal das pessoas está mais virada para a preservação dos costumes, das tradições por vezes seculares, como é a feitura das filhóses em cada casa ou o bacalhau com as  couves de cortar e batatas; o compôr o Cepo de Natal na Lameira e depois da ceia as pessoas ao seu redor, o que faz com que aqueles que estão longe (como eu), sintam motivação para lá estarem nesta altura, pois isso fará recordar tempos já passados. Não recordamos somente a vinda de Jesus ao mundo terreno, mas também a nossa família.
E  esta é a razão principal que hoje me levou a fazer este artigo: conhecer melhor a tradição da Quadra que agora se cumpre: O Natal. Porque quando é altura de festejar, há também muito a ensinar.
Dos natais da infância da minha tia, aqui vos deixo um pedacinho: "ao contrário do resto do ano, no dia da consoada os mais novos tinham a liberdade de sair à noite, até à missa do galo, porque  nessa noite nada de mau nos acontecia, porque era o dia do Menino".
O desafio é dar a conhecer o Natal antigo, aquilo que o distingue do Natal de hoje...

7 comentários:

  1. Boa tarde a todos.

    Por acaso alguem sabe explicar o misterio da fogueira de Natal (Cepo), estar apagado nesta quadra?
    Estive la e nao vi a ASAE em lugar nenhum!
    Estranho, no minimo...

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  2. E muito bom vir aqui ao blog criticar mas chega a hora do trabalho todos se chegam atrás ja agora onde é que o senhor estava???
    Não o vi lá...O que é estranho é a ASAE andar a guardar as hortas para as couves nao desaparecerem...

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  3. Caro Sr. Fernando,

    1º ponto: Nao sei quem sera o Sr. e lamento nao o conhecer ou recordar-me na medida em o Sr. pela que afirma me conhece ("onde o Sr. estva").
    Nao sei se tem idade para ser meu pai ou meu filho (tenho 53 anos) e obviamente nao tem de modo algum, nem tal admito, autoridade para saber aonde estava.
    Tanto "abespinhamento", porque?
    Pensa porventura o Sr. que mais ninguem fez cepos de Natal?
    Na minha infancia/adolescencia, foram muitos e tambem com chuva, frio e neve.
    E na verdade ardiam!
    Coisa que agora nao aconteceu.
    Quanto a hortas, nao percebo minimanente o alcance, podera ser uma questao de interpretaçao, no minimo transversal, e as que tenho nao necessitam de ser roubadas nem guardadas, sao oferecidas.
    Sem rancor, continuaçao de Boas Festas e ja agota, acendam la a bela fogueira.

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  4. Olá a todos.

    Não quero, de modo algum interferir em questões pessoais, cada um é responsável pelo que diz e é melhor dizer abertamente, também é bom que se atire a pedra mas não se esconda a mão.
    Pelo que eu conheço das gentes de forninhos, nunca foi preciso guardar nada, muito menos as hortas, as pessoas desta terra, pelo que eu sei, sempre foram solidários e dividiam com quem teve menos, como foi o meu caso este ano. Normalmente tenho uma boa horta nesta altura, mas este ano correu mal, e não faltou quem me oferecesse as couves para o natal mas optei pela oferta da minha cunhada Arminda, e na véspera de natal, lá fui apanha-las.
    Muitas vezes, fala-se sem ter conhecimento do que se diz, eu mesmo já fui vitima destas atitudes, mas não é por isso que deixo de gostar desta terra.

    Um bom ano para as gentes de forninhos, residentes; não residentes e para todos aqueles que estão de algum modo ligados a forninhos por laços familiares e afinidades.

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  5. Também eu não entendi essa questão de guardar as couves, hortas, pois como bem diz o Sr. Eduardo as gentes de Forninhos são pessoas sérias, solidárias e idóneas, acho que não há necessidade de guardar o que quer que seja, hortas, matas ou até baldios!

    Mas o que é certo é que este ano o Cepo não ardeu:((

    Aguardemos pois por amanhã...

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  6. Ola a todos!!!!
    Tambem não entendi essa historia das couves.Quem quer que seja o SR. Fernando não deve conhecer muito bem Forninhos porque nunca foi necessario guardar couves ou qualquer outra coisa que seja.
    Em relação á ASAE sempre existiu uns trabalham de uma maneira outros de outra...O que e estranho no mínimo é que andam tão preocupados com a ASAE mas sabiam a onde a encontrar ja que estavam com saudades.

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  7. Quanto ao Cepo de Natal eu já há muitos anos que na nossa aldeia não via uma Noite de Natal tão triste:((
    Apesar da inovadora forma como o Executivo da JF desejou as Boas Festas, através da distribuição de um postal de boas festas e do brilho de alguma iluminação (Rotunda e Sede da JF), penso que faltou o mais importante – O Cepo de Natal a arder, tal como é reproduzido na fotografia que publiquei neste Post respeitante à Noite de Natal de 2008.
    Exigia-se este ano, pelo menos, o mesmo dos anos antecedentes. É caso para dizer, nuns anos 80, noutros 8.

    Se antes Forninhos tinha muita juventude que ajudava a fazer o Cepo, com a evidente desertificação verificada nos últimos 20 anos, coube à JF nos últimos anos assegurar que a tradição se mantivesse, por isso, eu também não consigo entender a causa de tal não se ter verificado. Mau tempo??? Não me parece! Pois mau tempo esteve em todo o país!

    A minha mensagem continua a ser a mesma de 21.12.2009: "...não deixem que algumas práticas e costumes terminem...".

    Manter vivas as tradições também é uma real necessidade e cabe agora àqueles que representam o povo (se o quiserem, se tiverem vontade e o entenderem) cultivar esses costumes e tradições.

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